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Boa, Papa Francisco! Mas o q tem(rá) de fiéis incomodados (pra dizer o mínimo) com essas ideias!... Papa propõe reforma da Igreja em sua primeira exortação apostólica Documento critica ordem econômica global e seu papel na geração da violência. Francisco enfatiza necessidade de abertura da Igreja católica, tanto em suas estruturas internas como em direção a outras religiões. A reivindicação de um mundo mais justo e de uma Igreja Católica a serviço dos pobres foi o cerne da primeira exortação apostólica do papa Francisco, divulgada nesta terça-feira (26/11) pelo Vaticano. As exortações apostólicas são documentos papais, contendo recomendações a determinados grupos, como ao clero, por exemplo. Em termos de solenidade, situam-se abaixo das encíclicas e acima dos breves e das cartas apostólicas. Em Evangelii Gaudium (Alegria do Evangelho), o pontífice condena os excessos da ordem econômica global e propõe linhas-mestras, tanto para uma difusão da mensagem cristã condizente com a época atual, como para uma reforma das estruturas eclesiásticas, dando maior ênfase às igrejas diocesanas. Uma centralização excessiva, em vez de ajudar, complica a vida da Igreja e a sua dinâmica missionária, observa. Injustiça como causa de males sociais Segundo Francisco, a secularização, o individualismo ideológico e uma onda avassaladora de consumo teriam levado à atual desertificação espiritual. A tarefa da Igreja seria reagir a esse estado de coisas, lembrando os seres humanos da mensagem divina. Como principal causa de todos os males sociais e violência, ele aponta a distribuição desigual da riqueza no mundo, provocando a reação brutal dos excluídos: O sistema social e econômico é injusto na sua raiz, afirma. Enfocando a necessidade de os cristãos ouvirem o clamor dos pobres em todo o lugar e circunstância, ele cita literalmente um texto da Conferência dos Bispos do Brasil, Apresentação do Evangelii Gaudium no Vaticano Desejamos assumir, a cada dia, as alegrias e esperanças, as angústias e tristezas do povo brasileiro, especialmente das populações das periferias urbanas e das zonas rurais – sem terra, sem teto, sem pão, sem saúde – lesadas em seus direitos. Vendo a sua miséria, ouvindo os seus clamores e conhecendo o seu sofrimento, escandaliza-nos o fato de saber que existe alimento suficiente para todos e que a fome se deve à má repartição dos bens e da renda. O problema se agrava com a prática generalizada do desperdício. O papa argentino se remete repetidamente a seus antecessores Bento 16, João Paulo 2º e Paulo 6º, sempre em contextos elogiosos. Por outro lado, critica o obscuro mundanismo dos que se prendem a um certo estilo católico próprio do passado. É uma suposta segurança doutrinal ou disciplinar que dá lugar a um elitismo narcisista e autoritário, onde, em vez de evangelizar, se analisam e classificam os demais e, em vez de facilitar o acesso à graça, consomem-se as energias a controlar. Crítica a mundanismo e conflitos na Igreja No documento de 200 páginas, o pontífice distingue diferentes manifestações dessa postura obscuramente mundana, voltada a dominar o espaço da Igreja. Uma delas se exprimiria num cuidado exibicionista da liturgia, da doutrina e do prestígio da Igreja, sem cuidar que o Evangelho adquira uma real inserção no povo fiel de Deus e nas necessidades concretas da história. Assim, a Igreja transforma-se numa peça de museu ou numa possessão de poucos, resumiu. Como antídoto, ele sublinha a necessidade de aumentar a responsabilidade dos laicos e aconselha os padres católicos a usarem uma linguagem positiva e compreensível, que vá ao encontro das necessidades da comunidade. Mas o mundanismo espiritual na Igreja, prossegue a exortação, também pode se esconder por detrás do fascínio de poder mostrar conquistas sociais e políticas. Ou se traduzir em várias formas de se apresentar a si mesmo envolvido numa densa vida social cheia de viagens, reuniões, jantares, recepções. Segundo o texto, outra manifestação desse mundanismo se desdobra num funcionalismo empresarial, carregado de estatísticas, planificações e avaliações, cujo principal beneficiário é a Igreja como organização, e não o povo de Deus. O papa apela para o fim dos conflitos e guerras internas na comunidade eclesiástica. Ele mencionou que lhe dói muito comprovar como em algumas comunidades cristãs, e mesmo entre pessoas consagradas, se dá espaço a várias formas de ódio, divisão, calúnia, difamação, vingança, ciúme, a desejos de impor as próprias ideias a todo o custo, e até perseguições que parecem uma implacável caça às bruxas. Quem queremos evangelizar com estes comportamentos?, questiona. Liberalidade papal e seus limites A postura tendencialmente liberal do líder católico de 76 anos nascido em Buenos Aires se manifesta em sua reivindicação de uma Igreja aberta – já a partir dos sacramentos, cujas portas, disse, não se deveriam fechar por uma razão qualquer. Exortação apostólica confirma tendência liberal do pontífice O princípio se aplica em especial ao batismo, mas também à eucaristia, que não é um prêmio para os perfeitos, mas um remédio generoso e um alimento para os fracos, observa. Mas José Mario Bergoglio não menciona em Evangelii Gaudium os divorciados em segundo matrimônio, aos quais permanecem vedados sacramentos como a confissão e a comunhão. Parte da exortação apostólica se ocupa do papel da mulher na sociedade, com uma sensibilidade, uma intuição e certas capacidades peculiares, como a solicitude, que se exprime de modo particular, mas não exclusivamente, na maternidade. As reivindicações dos legítimos direitos das mulheres, a partir da firme convicção de que homens e mulheres têm a mesma dignidade, colocam à Igreja questões profundas que a desafiam e não se podem iludir superficialmente, observou o papa. No entanto, o sacerdócio reservado aos homens é para o líder uma questão que não se põe em discussão. Diálogo com não cristãos Francisco disse, ainda, considerar essencial o diálogo com outras religiões e com os não cristãos, os quais estariam justificados por meio da graça de Deus, se forem fiéis à sua consciência. Afinal, o mesmo Espírito suscita por toda a parte diferentes formas de sabedoria prática, que ajudam a suportar as carências da vida e a viver com mais paz e harmonia. O papa Francisco sublinhou a importância da relação entre cristãos e os crentes do islã, hoje particularmente presentes em muitos países de tradição cristã, onde podem celebrar livremente o seu culto e viver integrados na sociedade. Em contrapartida, ele implorou humildemente aos países de tradição muçulmana que assegurem a liberdade religiosa aos cristãos, para poderem celebrar o seu culto e viver a sua fé. Enfatizando as semelhanças entre as duas manifestações de fé religiosa, ele lembrou que os muçulmanos conservam parte dos ensinamentos cristãos, e que igualmente adoram o Deus único e misericordioso, reconhecendo a necessidade de lhe responder com um compromisso ético e com a misericórdia para com os mais pobres.
Posted on: Mon, 02 Dec 2013 04:20:49 +0000

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