Bom. Vêm aí mais aumentos de impostos. A situação, sendo lamentável, era prevísivel. O que vai suceder? Não vamos conseguir pagar toda a dívida (governo e Troika e outros paises sabem isso), a qual vai ter de ser perdoada (é uma questão de momento oportuno, todas as partes estão a ficionar à espera do melhor momento para o fazer face aos mercados, outros países e populações). Na verdade, existem mil e uma formas de não pagar dívida (sim, em situações de emergência extrema, existe criatividade, o que era inadmissível, passa a ser admissível). Mas isso não significa que não haver mais sacríficios. Sim, o dinheiro que está nos bancos irá ser parcialmente confiscado e vai ser um fenómeno em vários países no médio prazo. A crise vai durar cinquenta, cem anos? Não, não vai existir isso, porque o sistema atual não aguentará a pressão das populações. Mas o período até 2025-30 ameaça ser complicado. Resultado, mais empobrecimento, menos natalidade, mais divórcios, economia estagnada, etc. Que se passa num plano mais alargado? Bom, estamos numa espécie de terceira guerra mundial, que começou na economia e alargou às dimensões política e social, não estando a via militar excluída. Creio que se trata ainda do fim de um certo tipo de modelo de capitalismo e da falência da democracia como a conhecemos. Não quer dizer que capitalismo e democracia se venham a extinguir, mas apenas a reconfigurar. Por sua vez, é a mais velha história humana. Tudo tem o seu crescimento, apogeu e declínio, para depois iniciar novo ciclo. Impérios, países, culturas, civilizações, etc. É só escolher. Esta é a história da humanidade. De resto, o que é semelhante nesses ciclos. A outra história de sempre. Uma pequna elite começa a controlar certo nível de riqueza, depois quer aumentar mais esse controlo, torna-se mais corrupta, mais açambarcadora, etc., até originar o declínio. Que acontece nesse declínio? Simples, as pessoas, a grande maioria, não aguentam viver sem liberdade, sem habitação, sem comida, então se revoltam. A revolução pode ser violenta, caótica, duradoura, mas permite novo ciclo. Atualmente, estamos a assistir ao fim do período dourado do pós segunda guerra mundial nos países ocidentais. Com uma única diferença face a crises anteriores. A globalização económica, não acompanhada pela globalização social, cultural, etc., vai permitir que esta crise seja global e afete outros países. Como será futuro? Federalismo? Isolacionismo? Extinção do dinheiro e substituição por sistema de créditos (como sucede nos livros de fição científica)? Não sei exatamente. Apenas sei que a mudança irá acontecer, pode ser mais ou menos dolorosa, mas é a velha história da humanidade, tudo é cíclico. Em Portugal, será bom as pessoas livrarem-se das velhas elites que, seja ditadura, seja democracia, sempre foram essencialmente as mesmas e sempre fizeram os mesmos erros. Não esquecer que a dívida não foi criada por todos os portugueses, mas essencialmente por uma pequena parte que muito dinheiro ganhou, desviou, etc., com tanta obra, bem feita, mal feita ou apenas projeto, e que agora já meteu a salvo em paraísos fiscais, deixando isso mesmo, que se chama de dívida, a todos os níveis, com bancos cheios de buracos, património desvalorizado, dívidas das empresas e do Estado, etc. Por mim, mínimo seria prisão perpétua.
Posted on: Tue, 15 Oct 2013 21:21:29 +0000
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