Bom texto político, muito coerente... Raiz da Alma O brasileiro gosta da república? Não. Apresentem-me o brasileiro que conheça o nome do nosso primeiro presidente civil “eleito”. Que entenda por que “eleito” está entre aspas. Nem mesmo José Sarney, que a 23 anos atrás terminava seu mandato, responsável hoje pela destruição do Brasil através do Senado, é lembrado por ser ex-presidente do país. Aliás, quantos votos ele recebeu para voltar à política? Foi “eleito” por quem? Mais de 100 anos de República e os nossos votos continuam sem ter poder eletivo para senadores e deputados, coincidentemente, os maiores responsáveis pela ruína do país. Enfim... um presidente esquecido como tantos outros. E se Juscelino Kubitschek não tivesse criado o paraíso corrupto que é Brasília, seria mais um dentre tantos outros; tornou-se importante sem ser efetivamente lembrado. Agora digam-me, quem desconhece o nome de Getúlio, o reformador do Brasil, a direita dentro da direita, que queimava sacas de café para proteger o seu preço, concedeu direito de voto às mulheres, férias aos trabalhadores, que chegou ao poder por meio de uma revolução armada, lutou contra paulistas, enfrentou antigos aliados, voltou à presidência por meio do voto e, por fim, suicidou-se por amor a esse país. Certamente os detalhes de sua história são de grande desconhecimento geral. Mas não existe boca capaz de fazer dele menos do que foi: um grande governador do Brasil; o segundo melhor. Um rei sem coroa. Vivemos um 3° reinado sem termos consciência disso. Não é que o brasileiro sofra de uma Alzheimer coletiva, que nos faz ter uma memória curta ou sofrermos de esquecimento. Mas dentre toda a merda que somos obrigados a aprender nas péssimas aulas de história, que costumam ser chatas, repetitivas, pouco objetivas, abordando profundamente pontos desinteressantes e gastando tempo demais ensinando a história estrangeira de países que não nos interessam, nossa maior meta pedagógica torna-se aprendermos o mínimo para passarmos e podermos esquecer sem culpa toda aquela baboseira sem importância. Uma baboseira que não nos ajuda a consertar o Brasil em nada. No entanto cada povo tem o seu perfil. Nos E.U.A. são feitas eleições públicas para promotores estaduais. Lá no norte, o povo come, vive, respira e ama a República; lutaram por ela. Tanto quanto no Reino Unido amam a coroa. Qual seria, no entanto, o perfil do brasileiro? Centralizador. Gostamos de ter responsáveis e responsabilizados de maneira clara. Gostamos do Executivo acima do Legislativo; só os políticos que não. Gostamos de líderes que nos representem e defendam nossos interesses. Em geral, achamos chato e desnecessário ficar cobrando algo de alguém que elegemos por entendermos capaz. Tenho convicção de que se eleições executivas (Presidente, Governador, Prefeito) fossem refeitas apenas com a desaprovação do líder vigente, passaríamos décadas sem voltarmos às urnas. Gostamos de homens com envergadura e poder, capazes de fazer o necessário quando for exigido. Que devam a nós mais do que a alianças partidárias, com coragem para falar o que pensam, desafiar perigos, fazer inimigos. Que ame seu povo como à sua família, capaz de enxergar as necessidades e dificuldades, sabendo administrá-las e planejar sempre o melhor e o maior que puder. A Paraíba não tem sua bandeira e capital á toa. A memória do brasileiro é composta de: D. Pedro I, D. Pedro II, Getúlio Vargas, Antônio Conselheiro, Lampião e Maria Bonita. América para os americanos. Monarquia para os brasileiros.
Posted on: Sat, 09 Nov 2013 00:45:50 +0000
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