Bruxelas anunciou hoje que aprovou os planos de reestruturação - TopicsExpress



          

Bruxelas anunciou hoje que aprovou os planos de reestruturação do BPI e da CGD e deverá fazer o mesmo com o BCP. Os bancos portugueses que receberam auxílio estatal vão reduzir o número de efectivos e de balcões e garantir a concessão de crédito à economia portuguesa. A Comissão Europeia anunciou esta quarta-feira, 24 de Julho, que foram finalizadas as discussões relacionadas com os planos de reestruturação da Caixa Geral de Depósitos, Banco BPI e Banco Comercial Português. Os planos da CGD e BPI foram já aprovados, sendo que no caso do BCP, chegou a acordo com as autoridades portuguesas, pelo que “planeia adoptar uma decisão nessa base nas próximas semanas”. Em comunicado, a Comissão Europeia diz que foi possível concluir que os planos dos três bancos “estão em conformidade com as regras da UE em matéria de auxílios estatais” e além disso “demonstram que os bancos são viáveis sem o apoio permanente do Estado, que contribuem suficientemente para os custos de restruturação e que incluem salvaguardas adequadas para limitar as distorções da concorrência criadas pelos auxílios estatais”. Não foram divulgadas as medidas detalhadas que os bancos terão agora que cumprir para estar em conformidade com as imposições de Bruxelas, mas estes deverão passar pela redução do número de trabalhadores e balcões. “Os três bancos melhorarão a rendibilidade das suas operações nacionais, em especial reduzindo o número dos seus efectivos e a dimensão das suas redes de sucursais”, refere o comunicado de Bruxelas, acrescentando que os bancos “reforçarão os seus modelos de negócio e garantirão a continuidade da concessão de crédito à economia portuguesa”. A tendência de queda no número de trabalhadores e balcões nos bancos portugueses já tem sido prática corrente nos últimos tempos, mais concretamente no último ano. Tal como noticiou o Negócios em Maio, a CGD deverá encurtar o prazo de execução do plano de redução de cerca de 800 trabalhadores através de reformas e saídas naturais, sem que haja substituição de pessoas, e que inicialmente se previa que ocorresse até 2017. Só no primeiro trimestre, a actividade bancária da Caixa em Portugal perdeu 133 trabalhadores. O BCP está a preparar um novo programa de rescisões amigáveis que deve afectar mais algumas centenas de colaboradores – depois da saída de cerca de mil trabalhadores no ano passado. O BPI vai reforçar o programa de pré-reformas, tendo já constituído uma imparidade de 46,5 milhões que, em grande parte, se destina a fazer face aos custos deste processo. Também o Banif continua a reduzir colaboradores, tendo eliminado mais 86 postos de trabalho já este ano (além de 531 em 2012). Tendência idêntica se verifica nas redes de distribuição. A Caixa encerrou 25 balcões nos primeiros três meses do ano, ficando com 829 agências. Mas este número deverá ficar significativamente abaixo dos 800 pontos de venda no futuro próximo. No BCP, fecharam portas 37 balcões no primeiro trimestre. Enquanto no BPI e no Banif os encerramentos de agências foram marginais – dois e cinco pontos de venda, respectivamente. Bruxelas acredita que dinheiro injectado na banca será reembolsado Em Junho de 2012, o Estado Português injectou 1.650 milhões de euros na CGD, 1.500 milhões no BPI e 3.000 milhões no BCP. Até à presente data, o Estado já foi reembolsado em 580 milhões pelo BPI. Em relação ao Banif, o último dos quatro bancos recapitalizado pelo Estado Português, o processo de discussão com a Comissão Europeia do respectivo plano de reestruturação ainda está em curso. O Banif foi recapitalizado em Janeiro de 2013, cerca de sete meses após a recapitalização efectuada na CGD, no BPI e no BCP. Depois de vários meses de negociações com Bruxelas, Joaquín Almunia assinala que “a CGD, o BPI e o BCP estão no bom caminho para se tornarem viáveis a longo prazo, num contexto macroeconómico complicado”. No comunicado, o vice-presidente da Comissão Europeia responsável pela política da concorrência mostra-se “convencido de que o dinheiro dos contribuintes utilizado para a restruturação dos bancos será limitado ao mínimo, uma vez que estes irão reembolsar o auxílio estatal recebido, com uma remuneração adequada”. O plano do Banif, que recebeu um apoio público de 1.100 milhões de euros, está ainda a ser analizado por Bruxelas, uma vez que a recapitalização do banco aconteceu mais tarde. Os detalhes do plano de reestruturação só serão conhecidos nas próximas semanas. BCP diz que irá permitir um “modelo de negócio robusto, permitindo prestar o devido suporte à economia portuguesa”. O Banco Comercial Português anunciou esta quarta-feira, 24 de Julho, que chegou a acordo com a Comissão Europeia e as autoridades portuguesas no âmbito do plano de reestruturação que o banco tem que implementar, devido às ajudas públicas que recebeu. Em comunicado o BCP diz que a aprovação formal do acordo só será alcançada “nas próximas semanas, momento em que serão divulgadas as linhas mestres do mesmo”. O banco liderado por Nuno Amado revela apenas que o plano “incluirá uma melhoria da rendibilidade em Portugal através da continuação do esforço importante de redução de custos”, sendo que permitirá também assegurar “um modelo de negócio robusto, permitindo prestar o devido suporte à economia portuguesa”. A ajuda estatal aos três bancos A comissão Europeia resume o auxílio estatal recebido pelas três instituições CGD A CGD é detida a 100 % pelo Estado e é o maior grupo bancário em Portugal. Em Junho de 2012, recebeu uma injecção de capital de 1.650 milhões de fundos próprios Core Tier 1. Em Julho, a Comissão aprovou temporariamente a medida. Em Dezembro, a Comissão deu início a uma investigação aprofundada em matéria de pagamentos de dividendos, que foi agora encerrada, dado que a CGD se comprometeu a reembolsar Portugal de um montante que é equivalente aos pagamentos de dividendos. Banco BPI O BPI é o quarto maior banco português. Em Junho de 2012, recebeu uma injecção de capital de 1.500 milhões de euros sob a forma de títulos híbridos ao abrigo de um regime português de recapitalização. Entretanto, o BPI já recomprou, por um total de 580 milhões de euros, esses mesmos títulos. BCP O BCP é segundo maior banco de Portugal e o seu maior banco privado. Em Junho de 2012, o BCP recebeu também, no âmbito do regime português de recapitalização, uma injecção de capital num montante de 3.000 milhões de euros sob a forma de títulos híbridos.
Posted on: Wed, 24 Jul 2013 17:09:21 +0000

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