C A M I L L E F L A M M A R I O N Quando se pergunta quem foi - TopicsExpress



          

C A M I L L E F L A M M A R I O N Quando se pergunta quem foi Camille Flammarion, a resposta normalmente é dada dentro de um contexto simplório: Foi um cientista, um astrônomo Francês que viveu na segunda metade do século XIX e ajudou Kardec na confecção da Doutrina Espírita. Camille Flammarion foi um gênio, o que se fala dele é muito pouco diante de todo um legado deixado por ele. Seu nome está escondido pela gigantesca fama adquirida por Alan Kardec, por detrás da própria codificação espírita e mais escondida ainda está o seu legado. O Movimento Espírita deveria deixar absolutamente claro a importância estratégica de Flammarion, como também a importância do seu legado para a humanidade, não devidamente explorado, nem mesmo pelos espíritas. Nasceu na França, em 1842, metade do século XIX, vivendo em um tempo riquíssimo de novas idéias. Nasceu exatamente quando toda Europa entrou em ebulição e basicamente o seu país, pois naquele momento novamente se discutia na França se era o monarquismo que deveria retornar ou se era a república que deveria surgir. Ele foi alguém que aos dezesseis anos escreveu um livro chamado Cosmologia Universal. Hoje é fácil para qualquer jovem, para qualquer homem ou mulher da atualidade falar em cosmologia, pois o telescópio Hubble já mostrou para a humanidade os confins do universo. Esse tema era algo praticamente inimaginável para a mentalidade comum daquela época. Esse gênio, aos dezesseis anos, produziu esse livro fantástico sobre cosmologia, numa época em que ninguém pensava nisso. Em 1862, aos vinte anos, Flammarion escreveu outro livro notável, Pluralidade dos Mundos Habitados, que serviu como pedra angular para Alan Kardec, após Kardec ter constituído as primeiras idéias sobre o Livro dos Espíritos, notadamente na sua segunda parte, quando fala da pluralidade dos mundos, ou seja, do mundo espírita, do mundo cósmico. Kardec não soube aproveitar a genial contribuição de Flammarion na nova nomenclatura que ele introduziu no Francês, pois Kardec sequer utilizou a palavra cosmologia, que caberia muito melhor do que “os mundos dos espíritos”. Além de astrônomo, Flammarion era um gênio na matemática e um grande filósofo, não legalmente formado. Em termo de academicismo francês ele era astrônomo. Camille, entre outras coisas, foi um grande poeta. Ele desencarnou em 1925, mas está mais vivo do que nunca. Em um dos seus livros chamado Deus na Natureza, ele conversou com esse Deus, também de forma singular, através da poesia. Enfim, era alguém jovem que conseguiu ter atitudes singulares introduzindo obras geniais no campo da Cosmologia, da Filosofia, da poética e no campo mediúnico, pois também era médium. Transcreveu mensagens psicografadas de Galileu, que foram publicadas na revista Espírita e, posteriormente, registradas no livro A Gênese, editado por Kardec, em 1868. Ele foi um cientista que teve a coragem de também ser médium. Ou seja, são tantas qualidades de Camille Flammarion e tão pouco se sabe a seu respeito, por ele ter ficado escondido pela fama de Kardec e pela fama da Doutrina Espírita, quanto ele foi um dos grandes pilares, um sustentáculo de tudo que houve na segunda metade do século XIX, em termo de avanço dos campos da Física, Astronomia, Filosofia, revelação espiritual e poesia. Mas falando tudo isso, nós ainda não falamos nada a respeito de Camille Flammarion. Porem, o seu grande legado não é valorizado nem pelo Espiritismo, nem pelos cientistas. Esses não falam em Flammarion porque ele foi alguém que se meteu com o misticismo e até recebia mensagens dos mortos. Isso para os cientistas é fatal. Também não foi devidamente reconhecido em todos os seus méritos pelo Espiritismo, pois que o Espiritismo, nessa sua mania exagerada de santificar seus vultos, terminou esquecendo de valorizar a sua contribuição. O Movimento Espírita endeusa os homens, mas esquece de valorizar as suas contribuições. E o pior, ninguém procura praticar os legados filosóficos daqueles que o próprio movimento endeusa. A grande contribuição de Camille Flammarion foi o fato que ele deixou para história uma pista de como se deve comportar. Deixou a filosofia de marcar um código de conduta das gerações futuras. Ele chamou essa filosofia de Filosofia Astronômica, porque na sua especial percepção de mundo, na sua genial intuição espiritual Flammarion sabia que haveria um tempo em que a Astronomia, na medida que fosse progredindo através dos seus métodos de mapear a realidade cósmica que envolve essa pequena ilhota chamada Terra, na medida em que os instrumentos terráqueos pudessem medir todo esse oceano que nos rodeia, colocaria para muito mais além da percepção humana a sua capacidade de observar objetos distantes e assim aumentar a condição da humanidade em perceber o cosmo. Ele sabia que essa visão astronômica, que haveria de vir com o progresso, forçosamente levaria a uma tomada de consciência profunda dos seres humanos. Na medida em que esses seres humanos fossem percebendo a grandiosidade do universo, na medida que fossem percebendo que não estavam sóis, e por isso se fala na pluralidade dos mundos habitados, quando fosse aumentando a amplitude de concepção cósmica, o ser humano ia deixando de ser mesquinho, estúpido, simplório, pobre e tendente à crença exagerada. Somente o estudo da Astronomia, mesclado a uma filosofia existencial, poderia e pode, sem risco de dogmas desnecessários, ajudar a cada homem e mulher que vive na terra a criar o seu código de conduta. Não de acordo com a pequenez e a estreiteza dos dogmas religiosos, mas sim, com a grandiosidade da criação universal. E nessa filosofia astronômica Camille Flammarion deixava claro que, o tal Deus que estranhamente exigia ser louvado a todo instante com sacrifícios, com missas, com cultos e em centros, esse Deus iria surgir como criador se agigantaria diante da nossa percepção e nós finalmente o perceberíamos como sendo um Princípio Universal que deveria ser amado. Em sua poética Flammarion chama Deus de Princípio Universal dizendo: “Oh Principio Universal, como eu te amo”. Camille também evidenciou a visão estreita que temos daquele Deus quando afirmamos: Oh Deus, eu fiz uma promessa, então, se eu fiz uma promessa, trate de cumprir a sua parte. Diz as igrejas pentecostalistas que, quanto mais dízimo você pagar mais você poderá exigir de Deus. Então... “Deus, eu estou pagando dízimo, me ajude porque eu vou lutar boxe com alguém, me ajude a dar um murro na cara do meu oponente”. É como se nós pudéssemos colocar uma luva de boxe na mão de Deus, ou dar uma bola de futebol para ajudar um time em detrimento do outro. Ou seja, com a nossa tosca percepção nós amesquinhamos a figura do Pai Universal. Flammarion foi um dos poucos da história da humanidade que junto com Jesus tornou sublime a percepção de Pai Universal. Albert Einstein adotou a idéia original de Camille Flammarion e disse que o único Deus possível para o seu cérebro de vislumbrar seria um Deus Cósmico, não esse Deus religioso, que exige ser louvado, que exige isso e aquilo outro, já que o Pai Amantíssimo nada exige, dá tudo sem nem esperar que nós O compreendamos ou O percebamos. Nesse sentido... (pessoal desculpe, a intenção da espiritualidade é fazer que esta palestra também tenha um sentido para a platéia espiritual, é por isso que ela foi escolhida), nesse sentido, é conveniente (eu já nem digo para quem é da minha faixa de idade, na faixa dos 40 anos, mas para os jovens que ainda não chegaram aos vinte, trinta anos), leiam Camille Flammarion, estudem o seu linguajar do século XIX, a sua mensagem é eterna, é um alimento para as nossas almas. Caso não tenham tempo de ler, lembrem-se da sua principal mensagem: “O Pai amantíssimo é muito mais, é muito maior do que esse tosco conceito de Deus que nós temos. A filosofia de Flammarion deve nortear as nossas vidas e das gerações futuras. Sua filosofia é procurar ter a percepção do conhecimento humano. Na hora em que conhecemos a amplitude da obra da Criação, nós não mais aceitamos esse deus minúsculo, egoísta, que quer ser aplaudido e louvado. Deus só se preocupa em dar. Ele deu a seus filhos diletos a herança da existência. É isso que nós temos, pois somos herdeiros da eternidade, herdeiros das eras. Achar que isso é uma boa ou má notícia corre por conta de cada um. Quanto ao fato de ser eterno, eu particularmente acho óbvio. Jan Val Ellam Grupo Atlan – Natal – 14.03.05
Posted on: Sun, 10 Nov 2013 22:09:04 +0000

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