CAMINHOS PARA A CESSAÇÃO DO SOFRIMENTO (Continuação) A vida - TopicsExpress



          

CAMINHOS PARA A CESSAÇÃO DO SOFRIMENTO (Continuação) A vida cobra aos seus agressores o preço da interferência negativa na sua ordem e estrutura. Assim, devolver-lhe a bondade é respeitar-lhe os códigos da existência, da sobrevivência, fomentando-lhe o aumento, a continuidade, a própria vida, onde quer que ela se expresse. Essa bondade, que se pode denominar como dever retributivo, abre espaços ao hábito para outras formas de manifestá-la. Os sentimentos nobres que não são estimulados à ação por largo período embotam-se, debilitam, quase desparecem. Desse modo a bondade cresce por meio do exercício, tornando-se um hábito de vida ou desparecendo por falta de ação. Optar por agir ou não com bondade é atitude da mente e produzir o bem é do CORAÇÃO. Há em todos os seres o INSTINTO DE CONSERVAÇÃO DA VIDA e uma natural inclinação para o bem, em razão de serem HERDEIROS DE DEUS em aprendizagem, na forma da utilização dos recursos à sua disposição. A escolha do rumo a seguir depende do interesse imediato de resultados ou da lúcida preferência de frutos posteriores duradouros, mediante a renúncia do momento. A ascese longa e, às vezes, difícil, será lograda fatalmente, face à destinação assinalada para todos os seres. Torná-la iluminada e agradável deve ser a opção para todos quantos pensam e anelam por fazer cessarem os próprios sofrimentos. O exercício da bondade faculta campo para a vigência do amor, cuja conquista plena coroa a vida, libertando-a de todos as algemas que a retêm. O amor é a vibração do Pai irradiando-se na direção do filho e dele se exteriorizando em todas as direções. Mesmo nos indivíduos mais cruéis, nos verdugos mais insensíveis, vigem os lampejos do amor em ondas de ternura, gestos de carinho, expressões de sacrifício... Preservando a vida da prole, as feras se expõem por instinto, traindo a presença imanente do amor em forma irracional. No homem, o amor esplende e cria o heroísmo, o holocausto, o sacrifício com que a vida se engrandece e triunfa sobre a morte, qual dia perene sobre a noite transitória. O exercício do amor, dilatando o sentimento que se harmoniza com a ALMA DA VIDA em tudo pulsando, favorece a cessação do sofrimento, acaso existente. É o antídoto mais poderoso para quaisquer fenômenos degenerativos, em forma de dor ou ingratidão, agressividade ou desequilíbrio, crime ou infâmia. Ele possui os ingredientes que diluem o mal e favorecem o surgimento do bem oculto. Onde viceja o progresso, o amor se manifesta. Há exceções como no caso do crescimento horizontal, em que o interesse e a ganância fomentam o desenvolvimento econômico, tecnológico e social... Mesmo aí, o amor se encontra presente,embora direcionado para o egoísmo, a satisfação dos próprios sentidos, de onde partirá para os gestos altruísticos, que proporcionam a alegria de outrem, o bem-estar geral... Sem o passo inicial, ninguém vence as distâncias. O egoísmo é a estaca zero, às vezes perniciosas, para ensejar os primeiros movimentos no rumo da solidariedade, do bem comum. Pior que ele é o desinteresse, a morbidez da indiferença, deixando transparecer que o amor está morto, não obstante se encontre dormindo, aguardando o estímulo correspondente para despertar. A vida é impossível sem o amor. Da mesma forma que o criem se disfarça e os sentimentos inferiores se escamoteiam sob máscaras diversas, há várias expressões positivas que surgem no homem refletindo o amor de que ele ainda não se deu conta. À medida que se agiganta, neutraliza o sofrimento e a sua vigência contribui para que cessem as causas degenerativas que facultam o sofrimento. quando atinge elevada qualidade, em somente uma pessoa, anula a fúria e o ódio com suas incontáveis vítimas, bem como dos seus fomentadores. Irradiando-se, à semelhança da luz, domina todos os escaninhos e tudo arrasa na direção do fulcro gerador da energia. Amor é sinônimo de saúde moral e quem o possui elimina as geratrizes envenenadas que se expandem produzindo sofrimento. O amor é sutil e sensível, paciente e constante, não se irritando nem se impondo. No entanto, quem lhe experimenta o mimetismo, jamais o esquece. Mesmo que momentaneamente lhe interrompa o fluxo, ele sempre volve. Na raiz de tosa ação enobrecida está a seiva do amor, produzindo vida e sustentando-a. Usar essa energia vital constitui dever e, com a consciência lúcida de sua magnitude, aplicá-la em prol da harmonia faz cessar o sofrimento. Ela é vibração positiva, que enseja entusiasmo e otimismo, dando colorido a existência. Reverdece a terra cansada do coração e drena o charco, no qual a pestilência das paixões deixou que se descompusessem a esperança e a alegria. Ninguém ama inerte. Dinâmico, o amor induz à ação construtiva, responsável pelo progresso. Objetivando sempre o bem, concentra suas forças nele e não desiste enquanto não lobriga a meta. Ainda aí permanece solidário, de modo a evitar que o ser depereça e tombe no desânimo. Como o sofrimento decorre da insatisfação, da distonia, da degeneração dos tecidos e dos fenômenos biológicos desajustados, o amor age sobre as moléculas como onda vitalizante e, restaurando-lhe o equilíbrio, vence o sofrimento, interrompendo-lhe o fluxo causal. Quando, porém, perseveram as dores físicas, efeitos dos desarranjos orgânicos, a resignação e a coragem do amor amortecem-lhe os efeitos, tornando-os suportáveis e produzindo os heróis do sofrimento, cujo martírio de qualquer procedência,deles fazem modelos que dão força e dignidade às demais criaturas, assim embelezando a vida moral e humana na Terra. Sob a ação do amor, são processados novos mecanismos cármicos positivos, que interrompem aqueles de natureza perniciosa, porquanto o bem anula o mal e suas consequências, liberando os infratores das leis, quando eles as recompõem e corrigem os mecanismos que haviam desarticulado. É o amor que leva à piedade fraternal, à compaixão, induzindo o homem à solidariedade e mesmo ao sacrifício. Há o tipo de compaixão que, não resultando da ação do amor profundo, pode ser perniciosa e até deprimente. Trata-se daquela que lamenta o sofrimento e descoroçoa quem o experimenta, como de sorte e desgraça. Essa atitude transparece e resulta de uma óptica equivocada sobre o sofrimento, deixando a perspectiva de que o mesmo é punição arbitrária, injustiça perturbadora. A compaixão junta-se ao companheirismo, que comparte dos sentimentos alheios, sem enfraquecer-lhes as resistências morais, incitando o indivíduo à perseverança nos ideais e postulados relevantes, que o impulsionam ao incessante avanço, sem possibilidade de retrocesso. Compaixão pelo bem, fruto do amor, o ser age adequadamente, mudando a estrutura do sofrimento, do qual o cinzel da ternura arranca as asperezas e anfractuosidades. Esse sentimento é semelhante à suavidade do luar em noite escura espraiando luz tênue e confortadora sobre a paisagem. Faculta uma visão propiciadora de ações úteis, onde predominavam as sombras de desalento, medo e do desespero em crescimento. A paixão pelo serviço de elevação irradia piedade construtiva, que estimula à beneficência e dá calor à filantropia, aureolando-a de vigor fraternal, graças ao qual os sentimentos solidários expressam o amor em sua multiface. A ausência de compaixão envilece o homem e a falta de paixão pelo bem torna o ser revel, quando não o mantém apenas apenas a indiferença mórbida, qual observador mumificado diante dos acontecimentos do cotidiano. O serviço do bem, com a correspondente paixão de sustentá-lo, transforma-se em caridade que plenifica aquele que recebe o socorro e quem o propicia. Enseja a ação de dupla via: a satisfação que faculta àquele a quem é dirigida e a que retorna como resposta interior da consciência tranquila pela emoção experimentada. A vida sempre responde de acordo com a maneira como é inquirida. A cada ação resulta uma equivalente reação, desencadeando sucessivos efeitos que se tornam consequências desta última, por sua vez geradora de novos resultados. Para que seja interrompido o ciclo, quando pernicioso, a compaixão por si mesmo e pelo próximo induz o homem às ações construtivas, nas quais se instalam os mecanismos que desencadeiam resultados favoráveis ao progresso, assim interrompendo a onda propiciadora de sofrimento. A PAIXÃO DE CRISTO por todas as criaturas é um estímulo constante a que se compadeçam os indivíduos uns pelos outros , sustentando-se nas dores e dificuldades, jamais piorando as necessidades ou afligindo-os mais através dos INSTINTOS AGRESSIVOS, por acaso prevalecentes em sua NATUREZA ANIMAL. É de vital importância a compaixão no comportamento humano. Ela conduz à análise a respeito da fragilidade da existência corporal e de todos os engôdos que a disfarçam. Sendo a ilusão um fator responsável por incontáveis sofrimentos, a compaixão desnuda-a. Porque se fantasia a existência terrena com quimeras e sonhos, a realidade, desfazendo essa imagem infantil, leva ao sofrimento todos aqueles que, imaturos, confiaram em demasia na transitoriedade das formas e da apresentação física, das promessas de afeto imorredouro e de fidelidade perpétua, de alegria sem tristeza e meio-dia sem crepúsculo no fim da jornada. Assim,a morte da ilusão fere aqueles que lhe confiaram a existência, entregando-se-lhe sem reserva, sem precaução. A ilusão é, pois, anestésico para o espírito. Certamente, algo de fantasia emoldura a vida e dá-lhe estímulo. Entretanto, firmar-se nos alicerces frágeis da ilusão, buscando aí construir o futuro, é pretender trabalhar sobre a areia movediça ou solo pantanoso coberto por água tranquila apenas na superfície. Há quem postergue a realidade, evitando-a, para não sofrer... E existem aqueles que pretendem apoiar-se no realismo rude, que não passa,muitas vezes, de outra forma errônea de ilusão. A consciência da realidade da observância dos acontecimentos diários, da transitoriedade do chamado mundo objetivo e de uma análise tranquila e lúcida a respeito do que é verdadeiro em relação ao aparente, do essencial ao secundário, e sucessivamente. A compaixão por si mesmo - amor a si próprio - faculta a visão realista, sem agressão, dos objetivos da existência terrena, impulsionando a compaixão pelo seu irmão - amor ao próximo - sustentá-lo ou erguê-lo para que prossiga na marcha. Essa atitude, ao invés de produzir uma postura pessimista, cética, amargurada, resultante da morte da ilusão, alenta e engrandece, dando sentido e significado a todos os acontecimentos. Por isso, a compaixão se torna fator que faz cessar os sofrimentos, como resultado natural dos outros passos, partindo da emoção para a ação. Apresenta-se, então, no painel do comportamento, a necessidade de agir com incerteza, com abnegação, transformando os propósitos mantidos em realização enobrecedora. Todas as experiências humanas constituem formas de amadurecimento da criatura. Algumas decorrem dos deveres imediatos e são comuns a todos, constituindo a sua vivência um fenômeno natural, sem o qual se experimenta inevitável alienação, com todas as consequências perniciosas. O fato de participar do contexto social, mesmo que sem gestos incomuns ou de arrebatamento, equipa o indivíduo com recursos emocionais que lhe trabalham a existência, aformoseando-a com estímulos crescentes para o seu prosseguimento. No que tange aos meios para facultarem a cessação do sofrimento,as ações meritórias, conforme já enfocadas, são preponderantes, destacando-se aquelas inabituais, que caracterizam os temperamentos nobres, os sentimentos abnegados. Distinguir-se através dos gestos incomuns, desconhecidos,é forma de buscar a iluminação mediante o concurso da realização de tudo quanto internamente se conjuga para esse fim. Quem acumula um tesouro tem em mente aplicá-lo em finalidades específicas. Se portador de sabedoria, pensa em multiplicá-lo ao tempo que o investe, escolhendo os empreendimentos mais rentáveis, seja do ponto de vista econômico, assim como de retribuição emocional. Com essa atitude promove o progresso, gera oportunidades de serviço e dignifica as vidas que antes estavam sob a ameaça do desespero e da inutilidade. Da mesma forma, os recursos espirituais e emocionais elevados devem ser canalizados para as atividades incomuns, superiores, as quais nem todos se atrevem realizar. As ações incomuns variam desde os contributos materiais valiosos, irrigados de amor e de ternura até os gestos extraordinários do silêncio ante as ofensas, do perdão às agressões e do esquecimento do mal. Todo aquele que dilui as forças negativas que teimam obstruir-lhe o avanço, utilizando-se do detergente do amor, evita contaminar-se, e se já visitado por elas liberta-se, fazendo com isso que cessem as causas e desapareçam os sofrimentos. O campo mental indefeso faculta que as farpas do mal proliferem, infestando a área com resíduos pestíferos, responsáveis por males incontáveis. A defesa, em relação aos fatores perniciosos, é somente possível quando a irradiação de energias saudáveis vitaliza a organização psíquica, que reflete as aspirações do espírito, resguardando-a das agressões externas. Não gerando pensamentos destrutivos nem acumulando vibrações perturbadoras de ódio, medo, ciúme, mágoa, concupiscência, não se faz vítima dos conteúdos internos degenerativos. Esse estado inferior impulsiona aos atos incomuns superiores, passo próximo da iluminação. Somente iluminando-se o homem supera todas as dores erradicando-lhes as causas, resguarda-se de agressões destrutivas. A iluminação resulta do esforço da busca íntima do ser profundo, opção de sabedoria que é, em relação ao ego que prevalece no mapeamento das aspirações humanas mais imediatas, portadoras de distúrbios vitais e fragorosas derrotas na luta, que é a breve existência corporal. O desenvolvimento da CHAMA DIVINA imanente em todos os seres merece todos os sacrifícios e empenhos, a fim de que arda em todo o seu esplendor, vencendo as teimosas sombras, que são a herança demorada das experiências nas faixas primitivas do processo inicial da evolução. A verdadeira iluminação promove o homem que, superando as contingências-limites da estância carnal, anula todas as causas de sofrimentos, fazendo-as cessar. Já não necessita da dor para alcançar metas, pois o amor lhe constitui a razão única do existir, em sintonia com o pensamento divino com o pensamento divino que o atrai cada vez com mais vigor para a meta final. Joanna de Ângelis
Posted on: Sun, 11 Aug 2013 01:18:52 +0000

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