CAPITULO 04 - TopicsExpress



          

CAPITULO 04 O CONTO DOS SKIDERS Depois que Caio terminou de comer, Alfredo se levantou e convidou Caio a fazer o mesmo. Os dois saíram juntos daquele escuro quarto. Saindo do quar-to, adentraram num enorme salão, com o chão espelhado, e o salão parecia não ter fim, exatamente como o salão no seu sonho. Caio quis perguntar, mas lembrou do que Alfredo o dissera, que ele teria respostas pra todas as pergun-tas. Como no sonho o salão parecia não ter um final, Caio se perguntou como sairiam dali. Andaram mais um pouco e Alfredo abriu uma porta, no meio do nada, ou melhor dizendo, Caio achou que foi do nada, mas ainda não entendia os mistérios daquele lugar. Ao sair do salão, de cara já estavam na extremidade de uma escada. Uma escada toda de vidro que parecia estar flutuando no ar, parecia estar no céu. Alfredo subiu a escada e Caio o acompanhou. Subiam. Subiam. Subiam. Caio achou que não teria mais fim. Enquanto subiam, Caio reparou que havia várias portas dos lados da escada. Quando chegaram ao topo da escada, Alfredo abriu uma porta. Ao atravessa-rem a porta estavam dentro de uma espécie de cúpula. “Segure-se” disse Al-fredo, Caio se perguntou por que, “Rápido” disse Alfredo. No momento em que Caio se segurou em um dos ferros que havia no interior de toda a cúpula que pareciam ter sido criados exatamente pra essa função, ela girou. Caio segurou-se firme enquanto a cúpula girava e subia. Após o que pareceu anos para Caio, a cúpula parou de girar e a porta abriu-se automaticamente como num elevador. Caio saiu apressado de dentro daquele negócio e parecia que a qualquer mo-mento ia desmoronar. Alfredo só ria dele. Estavam agora diante de um enorme corredor cheio de portas e outros corredores. Depois que Caio se reergueu. Alfredo continuou a andar. –Não tinha percebido a dimensão desse lugar na última vez que estive aqui. –disse Caio admirado. –E ainda não viu nada. –Você tem quantos anos Alfredo? –Dezesseis, como você. E também estudo no São Castro, assim como você, sou uma pessoa normal. –Nunca te vi antes. –Estudamos em horários diferentes. Mas, creio que a partir dessa segunda, estudaremos juntos, ou estou enganado? –Como sabe? –Sei de muita coisa. –disse Alfredo dobrando à direita depois de vários metros andados. Entraram em outro corredor, parecido com o primeiro, cheio de portas e alguns corredores. –E como você sabe que esta no caminho certo? São tantos corredores. –É fácil, não vejo complicação nenhuma nisso. – disse ele agora entrando por uma porta e dando de cara com uma escada, dessa vez normal, e bem menor que a primeira. Ao chegarem ao final da escada, mais um corredor igualzinho aos outros. Andaram, andaram, andaram até que Alfredo virou à esquerda, logo depois virou à direita entrando noutro corredor, andaram mais um pouco e mais uma escada, quando chegaram ao final dessa, Alfredo entrou por uma porta do lado e outra escada. Subiram. Caio já estava sem forças. No final des-sa havia um corredor, igual aos outros. Andaram. Andaram. Andaram. Na me-tade do corredor Alfredo entrou por uma porta marrom, diferente de todas as outras que havia ali, e Caio não ficou surpreso em ver mais uma escada, ape-nas gemeu. “Cansado?” perguntou Alfredo debochando dele. Ao final dessa escada havia mais um corredor, diferente dos outros, nesse cor-redor só havia mais duas entradas para outros corredores, um à direita e outro à esquerda, e uma porta ao final do corredor. Alfredo rumou para a porta acompanhado de perto por Caio. Ao passarem pela porta, entraram num salão enorme, todo mobiliado com sofás, poltronas, pufes e almofadas pelo chão, e várias estantes com livros. “Eis o salão de Cass, sente-se e espere um instan-te.” Disse Alfredo. Caio não sentou, mas foi em direção aos livros, nunca se interessou antes por livros, mas aqueles lhe chamaram atenção. Aproximou-se de uma das estantes e começou a ler os títulos pelas laterais dos livros, e não se admirou ao ver que os livros assim como todo o resto dali erram esquisitos. Fogo, Conhecimentos de vento, Ouvindo o Moz, Estudos avançados de Moz, Água, Salão de Estrufar, Skiders... –Caio. Tudo bem com você? –disse uma voz que Caio reconheceu na hora. –Sarty! – disse Caio animado –Sarty – disse Caio novamente agora num tom mais impaciente parecendo ter lembrado algo – Sarty o que você fez comigo? –Eu, nada. Ainda vou fazer. Lhe guiar, é o que eu vou fazer. – disse Sarty aproximando mais de Caio – Sente-se, suponho que tenha atravessado muitos corredores e subido várias escadas. Apesar da relutância dentro de si mesmo, Caio sentou em uma das poltronas, Sarty sentou-se na poltrona ao lado de Caio e Alfredo que parecia ter surgido do nada, sentou-se do outro lado. Por um momento pareceu que todos tinham esquecido o motivo de estarem ali. Sarty sentou-se e esperou Caio resmungar alguma coisa, Caio esperava que Sarty iniciasse as explicações prometidas e Alfredo só estava na expectativa. Queria saber qual seria a reação de Caio di-ante das informações que receberia em instantes. Após um longo suspiro, Sarty deu a palavra. –Sei que vai parecer bem difícil pra você não me chamar de louco depois que lhe contar tudo, mas provarei que tudo é verdade. –Você sabe ao menos quais são os meus questionamentos? – perguntou Caio. –Hum – Sarty por um instante pareceu estar com o pensamento distante dali – Não! Se quiser perguntar alguma coisa antes de eu iniciar o que realmente interessa, pode perguntar. –Ok. Primeiro: como você sabia que precisávamos de ajuda ontem? –Simplesmente sabia, como já lhe disse, sou um Skider, ficará mais fácil en-tender depois que explicar tudo a você. E não foi ontem, como o dia tem vinte e quatro horas e ainda são onze e vinte, então ainda estamos no dia catorze de Fevereiro. Mais alguma coisa? –Ah sim! Várias! O que eu estou fazendo aqui, o que ia acontecer hoje, por que eu estava molhado quando acordei, porque estava sem roupas e quem foi que me tirou da minha casa? – disse Caio num só fôlego. Sarty pareceu pensar um pouco depois começou. –Você esta aqui para que saiba de tudo que esta e ainda irá acontecer com você. O que aconteceu hoje foi uma iniciação tardia, você estava molhado por-que é um extinto e raro Skider de fogo, e estava sem roupa evidentemente porque, por ser um Skider de fogo, suas roupas queimaram, e quem lhe tirou de casa foi Alfredo. Respondidas as perguntas? –Sim e não, você respondeu, mas eu não entendi nada! –Porque você não conta o que tem que contar? Depois ele vai compreender tudo que aconteceu. – disse Alfredo tranquilamente. –Tudo bem! Acha que consegue ficar calado apenas ouvindo enquanto expli-co? – perguntou Sarty a Caio. –Tudo bem! – disse Caio em resposta. “Desde que o mundo é o mundo os Skiders sempre existiram. Na visão de um ser humano comum, um Skider é como ele, comum. Apenas um Skider reco-nhece outro, exceto na privatização. Privatização é como se fosse uma manei-ra de um Skider omitir seu dom para que ninguém sinta a presença dele, mas são poucos os que conseguem fazer isso, só com muitos anos de treinos ou então em alguns casos, naturalmente. Skider é alguém que tem o dom e o po-der de algumas forças da natureza, por exemplo: Fogo, água, vento, eletricida-de, terra, o poder verde, que é o das plantas, força magnética, força mística, e também tem os Skiders transformistas.” “Cada Skider tem um Moz. Moz é como se fosse um animal que representa o poder de cada Skider. Uma espécie de mascote. Os Moz do vento são: águia, borboleta, morcego e coelho, (O que coelho tem haver com vento? – perguntou Caio parecendo não conseguir se conter) cada um deles tem um controle dife-rente de poder e no caso do coelho, também dá ao Skider a velocidade, um bom Skider de vento que tem o coelho como Moz, é incrivelmente insuperável em questão de velocidade. Os Moz do poder verde são: gafanhoto e macaco. Da eletricidade são a abelha, a vespa e a enguia. Da terra são a serpente, o cachorro, o tigre e o rinoceronte. Da água são o tubarão, o boto, a baleia e a sereia ou tritão. Da força mística só há um, o unicórnio. A força magnética foi completamente extinta, na verdade sempre foi difícil ser um Skider magnético, acabavam atraindo problemas, há mais de cem anos não se ouve falar em Ski-der de força magnética. Os transformistas não têm Moz. E os do fogo são o leão, o falcão, o centauro, o dragão e a fênix.” “Há dezessete anos, um Skider do fogo, por nome de Singrer, na verdade um nome que ele mesmo se deu, o verdadeiro nome dele ninguém sabe. Pois bem, ele sempre teve sede do poder, sempre quis ser o cara, o máximo, o todo poderoso. Os Skiders de fogo sempre foram mais fortes, mas ele queria ser supremo, então deu início ao que chamamos de Crime do fogo. Ele exterminou todos os Skiders de fogo que conseguiu encontrar e os outros Skiders que tentavam impedi-lo também tiveram o mesmo fim. No final de um ano, não foi localizado nenhum Skider de fogo e Singrer assumiu o poder no nosso mundo, e há algum tempo tenta fazer o mesmo com o mundo humano. O Moz dele é hoje o mais poderoso existente entre todos os de fogo exceto a fênix, o dele é o dragão, com poder de destruição muito grande” “O Skider que possui a fênix como Moz, pode se considerar e maior e mais for-te, mas, depende também de como o Skider vai usar seu dom. Mesmo antes do Crime do fogo acontecer, já era difícil encontrar um Skider de fogo com a fênix, hoje então nem se fala. Pois bem, Singrer vive no castelo negro, e de lá consegue comandar e controlar tudo que acontece no mundo Skideriano. Vive à espreita pra que ninguém saia da linha. Há algum tempo estamos tentando formar um grupo que tenha coragem de enfrenta-lo, a coisa tá difícil.” “Um Skider se mostra nos primeiros meses de vida, e às vezes até os três anos. No seu caso, o que aconteceu foi uma interferência. Você nasceu exatamente no tempo do crime do fogo, provavelmente seu pai era um Skider de fogo, e antes dele ser levado ou morto não sei, ele tentou fazer uma interferência que no caso ficou incompleta. A Interferência pode ser feita quando a criança ainda esta na barriga da mãe, para impedi-la de mostrar seu dom. Talvez antes que concluísse a interferência tenha acontecido algo, então apenas retardou, e talvez seja mais difícil se adaptar. Quando a criança mostra o dom, já cresce aprendendo a aprimorá-lo e já é um ótimo Skider aos quinze anos, como seus amigos por exemplo.” “Sei que nenhum deles lhe contou isso, e você não acreditaria se contassem. O que eles não sabem é que você também é um. É o que estávamos precisando. Somente um Skider de fogo pode destruir outro, só nos resta saber qual o seu Moz e ver quais as suas chances diante de Singrer. Você terá que ter muito cuidado, como ainda esta em processo de iniciação, vai ter que se resguardar. Eu sou um Skider do vento e meu Moz é a águia. A águia tem uma ótima visão, o que também me faz ter a visão incrivelmente boa, posso ver de longe, e também posso ver algumas coisas do futuro, e posso reconhecer mais rápido que ninguém outro Skider, por isso os ajudei, vi que seus amigos eram Skiders e você ainda não, fiquei curioso. Só depois contemplei o que ia acontecer com você.” “Assim que vocês saíram, Alfredo foi direto para sua casa, assim que você dormisse, ele lhe traria imediatamente. Ficou escondido, e como vocês não andaram muito pela casa, ele nem teve problema nisso. No momento em que você pegou no sono, ele lhe trouxe para cá, e o levou para a sala oculta, onde os poderes são neutralizados, quer dizer, se entrar lá dentro com o poder em uso, dá pra continuar usando, mas se tentar usá-lo depois que entrar lá, é im-possível. O sonho que você teve, é em metade o que aconteceu a você hoje, você se viu em chamas, se viu na sala sem fim, e também se viu na sala ocul-ta.” “Caio, você é o que se pode chamar de: A Esperança! Não quero lhe preocu-par, mas só você pode nos salvar. (Estou completamente tranquilo – disse Caio) Alfredo é um Skider da água, foi ele quem lhe “apagou”, seu Moz é o Tritão, o mais poderoso da água, pode mergulhar o mais profundo mar sem mau nenhum acontecer a ele, e é muito rápido sob a água. Seus amigos, como disse são todos Skiders, inclusive o Eduardo. Não conhecia nenhum de vocês, até porque vocês nunca tinham andado por aqui, mas eu já sabia que apareceriam algum dia, eles serão muito importante em sua missão.” “Marianny é Skider do vento, seu Moz é o coelho, veloz como nunca se viu antes. Danielly é Skider do poder verde, uma das melhores, apesar de eu ainda não tê-la visto em ação, só em visões, seu Moz é o macaco, incrível em meio às árvores. César é Skider da eletricidade, muito poderoso também assim como as meninas, e seu Moz é a enguia, eficiente tanto em terra como em água. Charles, o loirinho, é Skider da terra. Incrível, vale ressaltar. Seu Moz é a serpente, sábio e astuto, e também veloz como uma em busca de uma presa. Eduardo é o melhor Skider místico que já vi em toda a minha vida, melhor até que o avô dele, que foi um dos melhores que já existiu, Eduardo eu já vi em ação, já nos conhecemos. E Danilo, é um Skider da água, assim como Alfredo , seu Moz é também o Tritão, só que o dele, é o tritão dourado. Estupendo. To-dos eles herdaram seus dons de seus pais, que durante o crime do fogo, os pais deles foram ótimos guerreiros, morreram em batalha, exceto o pai de Da-nilo, que, acho que seria melhor não lhe contar detalhes e não adianta perguntar. Caio, você tem junto a você, o melhor bando de guerreiros Skiders que já vi na vida, tenho certeza que vai ser mole pra vocês, conseguir acabar com o domínio de Singrer. Todos nós contamos com você Caio, ou melhor, com vocês.” “Singrer não vai deixar barato pra vocês depois que descobrir que são a se-gunda geração dos que querem acabar com ele, só que ele nem imagina que sem querer, Vocês são os melhores guerreiros que existem, mesmo que ainda não tenham total dominação sobre suas forças, mas é uma questão de tempo e aprendizado. Os pais de todos eles, exceto o de Danilo e o seu que, pra ser sincero eu não sei quem é, todos lutaram bravamente, e só foram destruídos por causa da astúcia de Singrer, foi golpe baixo o que ele fez. Tenho certeza de que conseguirão, esta no sangue de vocês, e uma herança dessas deixada da maneira como foi, pode ser uma arma poderosa, basta somente que vocês queiram lutar esta guerra, e vencê-la.” Caio estava estupefato na poltrona, quando Sarty terminou, ele se escorou meio boquiaberto tentando digerir tudo que ouviu. Em parte não acreditava. Em parte acreditava, quando lembrava das coisas estranhas que aconteceram, achou que não tinha outra explicação. Não estava zangado com os amigos por não terem lhe contado tudo, ele tinha certeza de que acharia que os amigos estariam tirando onda com ele. –E então, acredita em tudo que eu disse ou ainda deseja me chamar de louco? – perguntou Sarty Caio levantou a cabeça que estava baixa e olhou para Sarty como se o esti-vesse vendo ali pela primeira vez e disse: – Tô com fome!
Posted on: Sun, 23 Jun 2013 05:00:42 +0000

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