CAPÍTULO 17 - TopicsExpress



          

CAPÍTULO 17 HEIVIUARLY; O PRISIONEIRO. Caio e Nay começaram a subir a montanha também, tinham certeza de que os guerreiros apareceram por um portal. Sabiam também que não teriam como sair dali, não sabiam que lugar era aquele e mesmo que conseguissem voltar à avenida principal, não teriam como voltar pra casa, com certeza estavam em outra cidade, mas não sabiam qual, apesar de que perguntar não mata nin-guém. Poderiam perguntar a alguém como voltar, mas corriam o risco de serem pegos novamente e levados de volta ao casarão. Continuaram subindo, não sabiam aonde chegariam, mas parecia não ter fim, andavam, mas não conseguiam chegar ao topo da montanha. Nay cansado parou e sentou ao pé de uma árvore, Caio percebeu que tinham andado muito e que o sol já estava se pondo, parou e sentou ao lado de Nay. O menino pa-recia exausto, as roupas não estavam mais molhadas, graças a Caio. As árvores dali, ao contrário dos vales e do Império, eram diferentes e parecia o tipo de planta infrutífera. Estavam com fome, não sabiam há quanto tempo estavam fora do instituto. Caio resolveu contatar com alguém que tinha certeza que estaria onde ele estava pensando. Danilo. Fechou os olhos e esperou alguns segundos, de repente estava em frente a uma cama rodeada por cortinas. –Caio? O que... Onde você está? –perguntou Danilo bastante surpreso. –Não sei onde estou, precisava falar com alguém, mas não sabia quem estaria no Refúgio, tinha certeza de que você ainda estava na enfermaria. –Por que não procurou Sarty? –Por que ele não esta aí, ele... –Como ele não está aqui? Ela é o guardião daqui, nunca sai do Refúgio. –Não, ele não está aí, ele saiu do Refúgio – Danilo olhou para Caio como se ele tivesse ficado louco – Contatei com ele hoje mais cedo, Nay estava iniciali-zando outro dom e não tinha como ele ir para a sala oculta e estávamos presos por causa... –Vocês foram presos? Mas são menores, não podem ter sido presos. –Fomos levados para um instituto que cuida de menores delinquentes. –disse Caio – Por causa do incêndio na escola, tinha um vídeo e nos descobriram. Sarty veio e nos tirou de lá, nos levou em direção a uma floresta que dá para uma montanha, a questão é que ele foi levado por Getty e um bando de guer-reiros. Ficamos escondidos por ordem dele. –Sarty foi sequestrado? –perguntou Danilo espantado. –Foi, deve estar no castelo agora. A questão é que não sabemos onde esta-mos e não temo pó de portal... Talvez Zuyan possa nos ajudar, ele já foi um servo de Singrer, deve saber alguma coisa sobre uma montanha que parece não ter fim. Chame-o e diga o que aconteceu, diga que estamos na floresta de uma montanha que parece não ter fim, e as árvores são todas infrutíferas. Seja rápido, por favor, só você pode nos ajudar Danilo. –Aguenta firme Caio, vai dar certo. Caio viu Danilo se levantar da cama antes de voltar à floresta. Estava cansado de tentar subir a montanha, e a mão esquerda estava ferida, percebeu, mas não lembrava onde tinha feito àquele corte na mão, talvez quando estivesse descendo ou subindo da árvore onde se esconderam. –Nay, já que não podemos sair daqui, você não quer treinar seu novo poder? –Como? Você é fogo, meu novo poder é água, se eu te molhar você não poder por fogo enquanto não secar. –Eu ponho fogo em alguma coisa e você apaga, entendeu, não vai lutar contra mim... Até por que eu te venceria numa boa e seria covardia. –Ah é?! Você que pensa, mas vamos lá. Os dois se levantaram e Caio pôs fogo em um galho no chão, Nay apagou na hora. Passaram o tempo treinando Nay, que já tinha conseguido apagar o fogo em uma árvore de seis metros. Continuaram treinando até se tornar brincadei-ra, e nessa brincadeira descobriram o que ainda não sabia; dava para fazer junção de fogo com água, sem a água apagar o fogo, e sem o fogo evaporar a água. Estavam um do lado do outro quando Caio se preparou para colocar fogo em outra árvore, Nay tentando se mostrar esperto lançou água praticamente no mesmo instante. A água se misturou ao fogo em espiral fazendo um caminho de encontro à árvore. Foi incrível. Tiveram a mesma sensação de uma explo-são, foi o mesmo barulho quando a água se encontrou com o fogo. As árvores que estavam perto quase se soltaram do chão com a força do encontro. Quando atingiram a árvore desejada, o resultado foi inesperadamente incrível. Atingiu bem no meio do tronco, a água subiu e o fogo desceu, não dava pra ver a árvore, e eles não conseguiam desfazer o elo, era como se estivessem sendo puxados os poderes de dentro deles. Quando enfim conseguiram parar com o fenômeno, a árvore tinha sumido e Zuyan estava parado atrás deles boquiaberto. Estavam bastante empolgados com o que tinham feito. Zuyan falou que nunca tinha visto nada parecido como aquilo, estava bastante impressionado. Depois do momento de empolgação, se dirigiram à duas árvores semelhantes para abrir um portal e irem para o Refúgio. Atravessaram o portal e se depararam com uma rua deserta, não sabiam a ho-ra, mas a lua brilhava no alto. Foram praticamente correndo até o Refúgio e encontraram cerca de cinquenta guerreiros preparados para a guerra no enor-me salão. Disseram que iriam sair a qualquer momento. –Ótimo, vou me trocar e daqui a pouco volto pra... –Você não vai a lugar nenhum, vai ficar aqui no Refúgio junto com as outras crianças. –disse uma voz grave que pertencia a um homem musculoso e alto, dos cabelos castanhos e olhos iguais a besouros. –Por acaso você sabe quem eu sou? –perguntou Caio com ar de desdém. –Sei sim, mas você por acaso sabe quem eu sou? –Alguém que não pensa direito? –Vejo que o que Alfredo me disse era verdade, você é bastante arrogante. – disse o homem – Meu nome é Sadraque, sou Skider da água e um Guardião Supremo. Sou o encarregado desta missão de resgate, e levarei comigo ape-nas os melhores guerreiros, os bem-treinados e os que conseguem se subme-ter a ordens, algo que me disseram que você não é muito capaz. –Sou bastante capaz, e não me subestime, posso lhe surpreender. –disse Caio bastante irritado. –Não tenho tempo a perder com uma criança que... – Sadraque parou de falar e contemplava Caio com bastante surpresa. –Surpreso Guardião? –perguntou Caio meio que zombando – Pelo visto não lhe disseram os últimos acontecimentos, disseram? –Que últimos acontecimentos? A última coisa que nos informaram, foi que Sarty tinha sido capturado. –E antes disso? – o homem balançou a cabeça negativamente – Pois bem, vou lhe contar. Estive no Castelo de Singrer, fomos traídos por Auro e estivemos presos, ele queria Nay e você sabe por que. Getty quase matou meu amigo Danilo, Singrer quase matou Nayferson e eu descobri meu Moz, que para sua informação, é a Fênix. Singrer fugiu depois que percebeu que estava em desvantagem... –Pode ser a Fênix garoto, mas se você for, vai complicar ainda mais a missão, Singrer vai querer captura-lo também, você sabe que a prisão dele oculta os poderes de qualquer um, e lá você não seria mais poderoso que ele. Você vai ficar aqui junto com os outros e essa é a minha última palavra. * * * Caio estava sentado numa das poltronas do salão de Cass, estava bastante irritado por ter sido tratado como uma criança e não como o poderoso guerreiro que era. Ficou apenas por um motivo; os pais de Nay pediram que ficasse, pois sabiam que teria que leva-lo para onde fosse e mesmo já estando uma vez no castelo, foi por acidente, agora poderia evitar e tinham medo que acontecesse algo pior, já que Singrer com certeza estaria preparado pra quando ele aparecesse lá novamente. Não somente Caio estava irritado, Will, Narílio, Eduardo e Helena também es-tavam. Estavam os cinco, Nay, Yuri e Dário no salão de Cass, Danilo ainda estava na enfermaria, o responsável de lá quase o matou quando ele saiu es-condido para avisar a Zuyan o que tinha acontecido. Caio estava mais irritado por que Zuyan foi também, apesar de saber que ele era muito bem treinado, só queria um motivo. Não conseguia pensar em nada. Estava bastante irritado, então decidiu ir fazer uma visitinha a Danilo. Nay o acompanhou sem que visse, só percebeu quando chegou em frente à cama de Danilo. “Se eu fosse um inimigo teria te matado”, brincou Nay. Puxou a cortina e encontrou Danilo sentado. Nay se sentou na beirada da cama aos pés do doente e Caio se sentou na cadeira. Danilo perguntou o que tinha acontecido, sabia apenas um micro resumo, queria a história completa. Caio explicou tudo, desde sua saída para o hospital ao sequestro de Sarty, que foi quando Danilo o interrompeu, perguntando como apareceram e não os viram na árvore. Depois Caio continuou e falou sobre a fusão do fogo com a água e a destruição da árvore sem vestígios de que ela um dia tivesse existido. Danilo não estava tão machucado do jeito que estava quando chegou do Império, os ferimentos já tinham fechados, agora só restavam marcas e cicatrizes. Caio não estava muito a fim de voltar ao salão de Cass e ficar se lamentando com os outros por não terem ido ao Império, preferia ficar ali na enfermaria conversando com Danilo. Num determinado momento, viram uma miniatura fantasmagórica de Zuyan aparecer diante deles. Estava ferido e com um filamento de sangue escorrendo do canto da sobrancelha esquerda. Parecia cansado e a respiração acelerada. –Caio, aconteceu um imprevisto. * * * Estavam reunidos no salão de Cass, já estavam trajados com a roupa de couro, alguns estavam usando capas também. Danilo conseguiu fugir da ala hospi-talar, mas Caio disse que ele não iria. Depois que Zuyan apareceu e contou que foram surpreendidos pelo batalhão de Singrer, ele, os pais de Nay e outros dois guerreiros conseguiram fugir e estavam no Lago de Vidro, eles saíram correndo da enfermaria e foram direto ao salão onde ficavam as roupas e armas. Caio não queria levar muita gente, queria agir no sigilo e com cuidado e já sa-bia quem eram as pessoas certas pra isso; Will, Narílio, Eduardo e Helena, que foram os únicos que ele conhecia que sobraram no refúgio. Havia também outro rapaz bastante insistente que viu o tumulto e decidiu saber o que era. Alfredo ainda estava com os Guardiões supremos, Dário e Yuri, assim como os outros Skiders que ficaram no Refúgio, estavam dormindo. Era quase uma da manhã quando saíram do Refúgio, Nay iria ficar com Danilo, todos sabiam que o Refúgio era seguro e não corriam o risco de serem atacados por guerreiros negros. O outro rapaz, Berg, era Skider de água, Caio pensou na probabilidade de conseguir fazer novamente o que tinha feito enquanto estava perdido na floresta com Nay. Saíram correndo em direção ao bosque que sempre usavam para abrir portais, só uma vez usaram as colunas do salão de entrada do Refúgio, mas em situação como aquela, era muito arriscado. Enquanto corriam, Caio pensou em uma coisa e percebeu que nunca tinha pensado antes. Era muito estranho o fato de ter sempre uma mata virgem, bosque ou floresta no fim das estradas por ali, se perguntou se seria magia ou se só eles viam aquelas matas, mas não era momento pra se preocupar com isso, estavam se dirigindo ao refúgio numa missão resgate, não só para resga-tar Sarty, mas outros quase cinquenta guerreiros e... –Então. –disse Berg – Como é que vai ser? Tem algum plano ou vai ser só na sorte? –Como é? Acho que não entendi. –disse Caio. –Bom, você é conhecido por alguns de nós por sempre agir por impulso e nun-ca ter uma plano de ação, só queria saber como vai ser dessa vez. –disse Berg. –Vamos fazer como das outras vezes... Atacar! As instruções de Zuyan foram bastante claras; deveriam abrir um portal atrás dos pinheirais numa floresta comum que tinha perto da montanha mais próxima do Lago de Vidro, ele disse como abrir diretamente lá, por que era mais próximo e os Guerreiros Negros estavam espalhados em todo o território do Império. A única parte que Caio tinha planejado, era a divisão deles, ficariam em duplas; Helena e Narílio, Will e Eduardo, Caio e Berg. Nenhum dos quatro entenderam por que Caio escolheu ficar com Berg pois nunca o tinha visto em batalhas e nunca os tinha acompanhado em nenhuma de suas aventuras não planejadas, mas Caio tinha um único plano em mente: fazer a fusão de poderes. As únicas pessoas que sabiam disso além dele e de Nay, eram Zuyan e Danilo. Ele preferiu não contar a todos, sabia que não era algo que nenhum guerreiro já tivesse tentado antes. Quando chegaram ao bosque, Caio pegou o pó e abriu o portal, era a primeira vez que fazia aquilo. Falou a combinação de palavras que Zuyan lhe dissera antes e lá estava o portal. Brilhante na escuridão, logo depois a luz foi dissipando. Estava completamente escuro no Império, parecia que a lua tinha se recolhido ou estava distante daquele lugar. Ao atravessarem o portal, depararam exata-mente com a paisagem que Zuyan falou, uma floresta ao pé de uma montanha e a área dos pinheirais logo à frente. Correram em dupla até lá, como tinha combinado. Não sabiam a distância exata do Lago entrando por aquele lado, então depois que estavam na área protegida pela água da lua, eles puderam correr sem medo e sem preocupação, parecia ser a única parte iluminada. Após cerca de um minuto correndo conseguiram ver o lago logo adiante. Zuyan estava sentado com os pés na água os outros estavam um pouco distantes do lago, pareciam ainda não acreditar que estavam diante de um Lago com água da Lua, para os Skiders criados como tais, encontrar lugares ou objetos como o Lago de Vidro e Pedras do Sol, era algo que parecia ser inacreditável. Zuyan se levantou ao ouvir o barulho dos garotos correndo, os outros se assustaram, não sabiam que a área era protegida. Zuyan tinha informado que iria chamar alguém pra ajuda-los, os guerreiros que o acompanhavam pareceram chocados quando viram os seis garotos ali. Pareciam abismados, à beira de um ataque. –Will, o que você faz aqui? –perguntou a mãe dele histérica. –Caio, pensei que fosse cumprir sua palavra e ficar no Refúgio cuidando de Nay. –disse o pai de Will bastante surpreso. –Não se preocupe, ele ficou com Danilo, lá é mais seguro que aqui. –Zuyan, achei que fosse pedir reforços para nos ajudar? –disse outro guerreiro que Caio não conhecia. –Esse é o reforço. São bastante capazes e já vi fazendo coisas que muitos guerreiros preparados nunca fizeram, eles conseguiram sobreviver dias aqui no Império sem serem pegos e quando foram presos conseguiram escapar, se eles não conseguirem ninguém mais consegue. Caio é o melhor guerreiro que eu já vi, e vocês sabem que eu trabalhava para Singrer não sabem? –Mas são apenas adolescentes! – contrapôs o homem. –Vai por mim, eles são mais corajosos que a maioria de vocês. –disse Zuyan. –Não acredito que trair Singrer seja covardia. –disse Helena. –Não podemos passar a noite aqui discutindo o quanto somos novos. –disse Caio – Zuyan, você vem com a gente, os outros ficam aqui. –Você vai dar ordens agora? –perguntou outro guerreiro, o mais alto deles. –Vocês vieram primeiros que nós, o líder do ataque não conseguiu muito pro-gresso e vocês estão aqui parados. Não vou fazer a mesma coisa, e não quero nenhum de vocês indo conosco. –disse Caio já irritado. –Não vou deixar Will fazer uma burrice dessas. –disse Hélio, o pai de Will. –Você não vai poder me impedir pai. –disse Will – E se tentar, vou ter que lutar contra você. –Will! – Gritou a mãe dele histérica. –Ser um Skider é viver em risco, se eu morrer, quero morrer lutando e não me escondendo. –disse ele. –Vamos, não temos tempo a perder. –disse Caio. Os sete saíram dos pinheirais deixando os guerreiros treinados pra trás os olhando amedrontados. Caio sentia que Singrer estava esperando que ele aparecesse desde o momento em que capturaram Sarty, e por ele, já teria ido bem antes. Não sabia o que estava armado pra o esperar, mas dessa vez não iria ser tão fácil assim. Caio só permitiu que Berg fosse, por que tinha certeza de que ele sabia fazer a privatização, era o único critério que usava pra ir ao Império. Todos estavam privatizados naquele momento, e mesmo que Singrer tivesse mandado seus guerreiros se prepararem, com certeza não viam através da privatização, o que tornava as coisas um pouco mais fáceis pros guerreiros adolescentes. Ao saírem dos pinheirais, se viram imersos numa densa escuridão, tiveram que esperam alguns segundos até os olhos se acostumarem. Seria mais difícil andar no Império sem luz nenhuma, não poderiam ver se havia alguém os olhando ou esperando em algum lugar. A caminhada também seria longa, todos concordaram que seria arriscado chegar lá através de portal, seria a maneira mais fácil, mas talvez Singrer estivesse esperando isso. Sempre que podiam, eles corriam pra ir mais rápido. Caio não sabia a distância exata dos pinheirais até o Castelo, das vezes que esteve no Império, nunca precisou andar tanto. Estavam desconfiados por que não ouviram barulho ne-nhum além do vento fazendo as copas das árvores se moverem. Nenhuma armadilha ou arapuca, talvez, pensou Caio, realmente estivessem esperando que aparecessem por um portal. A caminhada durou quase uma hora, quando finalmente conseguiram ver as luzes acesas do castelo. De onde estavam não conseguiam ver movimento nenhum ao redor do castelo, não sabiam se tinha ou não guardas ali os espe-rando. Estava tudo muito esquisito, calmo demais. Estavam preparados se houvesse uma guerra, mas aquilo parecia muito pior e imprevisível. Foram se aproximando calmamente. Quando já estavam próximos ao castelo ouviram pela primeira vez um barulho, barulho de passos. Parecia que um bando de cavalos estava correndo ali perto, quando viraram, perceberam que estavam cercados por um enorme batalhão de guerreiros vestidos de preto com Getty bem à frente. O coração pareceu parar naquele momento, se viram num beco sem saída, numa situação sem solução. –Vejo que meu amado filho não veio esta noite. –disse Getty aparentando tris-teza – Já estou começando a sentir saudades dele... Podem ver que prepara-mos uma recepção calorosa pra vocês não é? Por que demoraram? Tinha cer-teza de que viriam antes. –Onde está Sarty? –perguntou Caio sem demonstrar emoção alguma. –Quem é Sarty? –perguntou Getty parecendo curioso. –Não venha com gracinhas seu idiota. Você mesmo o pegou hoje à tarde. –disse Caio agora irritado. –Ah, você quer dizer o Heiviuarly. Esta lá dentro. Não sei se esta esperando por vocês aqui, mas Singrer estava os esperando desde o momento em que o capturei... Como você sabe que fui eu que o peguei? – perguntou Getty pare-cendo lembrar-se disso. –Eu estava lá. Eu e Nay estávamos lá. –Getty ficou rijo ao ouvir isso – Escon-didos em cima de uma árvore e pelo que percebo você não ficou feliz em saber disso não é? Tinha mais dois preciosos nas mãos e não viu. Singrer não vai gostar disso vai? –Não, mas não haverá necessidade dele ficar sabendo, é o nosso segredinho. Mas, chega de bate-papo, Singrer não gosta muito de esperar. Sete guerreiros que estavam mais próximos prenderam Caio e os outros em bolhas de força, antes mesmo que pudessem fazer alguma coisa. Os olhos foram vendados, não sabiam por qual motivo, já estiveram uma vez no Castelo. Subiram várias escadas até chegarem onde Singrer estava com Sarty. Os olhos deles só foram desvendados quando chegaram à presença de Sin-grer. A sala em que estavam era parecida com a outra onde estiveram à pri-meira vez. Ao contrário da outra, essa tinha janelas altas sem vidraças em to-das as paredes, a distância de uma para a outra era mais ou menos cinquenta centímetros. Sarty estava com os pés e mãos acorrentados à parede e Singrer estava diante dele com ar superior. Quando perceberam que tinham companhia, os dois viraram os rostos em dire-ção à porta de entrada. Singrer com uma expressão de imenso prazer, Sarty parecia confuso. Apesar de saber do que Caio e os outros que estavam com ele ali naquele momento eram capazes, Sarty teve medo. Os sete foram colocados um ao lado do outro perto de Sarty. Não havia cadeira nessa sala, apenas correntes entre os espaços das janelas e no chão, assim como numa sala de aula há cadeiras, ali havia mais correntes e grilhões, todos com a mesma distância uma das outras. Singrer não mandou que acorrentasse nenhum deles, queria que permanecessem exatamente como estavam, principalmente Caio. Caio sabia muito bem o porquê, Singrer achava que ali dentro ele não podia se incendiar, não havia oxigênio o suficiente e se tentasse poderia morrer asfixiado. Sua mente estava a mil por hora. Pensamentos e mais pensamentos a invadiam como um turbilhão. As coisas foram fluindo naturalmente. Observava com cuidado a sala e tudo que nela havia. Lembrou-se do que Sarty lhe dissera certa vez: Você consegue guardar tudo e na hora certa as usa. Era o que estava acontecendo naquele momento. Tentou lembrar-se de tudo que lhe falaram sobre Singrer e o quanto ele se achava superior a todos. Mas todos têm uma fraqueza, por mais que tente escondê-la. Caio sabia que a fraqueza do Singrer era não conseguir se conter quando tinha os prisioneiros que queria. Não ficava satisfeito apenas em mata-los, tinha que torturar primei-ro. Essa poderia ser uma oportunidade a ser aproveitada, sabia que não seria morto logo de cara. Sarty ainda estava vivo, o plano de Singrer talvez fosse mantê-lo vivo para ver sua preciosa esperança aparecendo pra tentar salvá-lo. A expressão de Sarty era ilegível. Caio não sabia se ele estava tentando de-monstrar tristeza, angústia ou confusão. Talvez os três ao mesmo tempo. Caio percebeu que os guerreiros de Singrer, inclusive Getty, tinham armas presas aos cintos das roupas que usava. Espadas, chicotes, pequenas adagas, e um deles estava com arco e flecha. Entendeu por que nos Vales e no Refúgio ti-nham armas guardadas, não que precisassem, mas por que Singrer lutava co-mo guerreiro e também como homem. Somente Singrer parecia estar desarmado. Talvez se achasse superior por ser um Skider do Fogo. Sabia que não seria solto dali a não ser que conseguisse sozinho. Singrer já viu do que ele era capaz e tinha medo, sua única segurança era aquela bola. Berg estava com uma expressão de horror no rosto, Caio achava que ele nunca tivesse saído do seu Vale para alguma batalha e nem aventuras como as que tinha costume de fazer. Não o culpou, talvez ele mesmo também estivesse com medo, não sabia dizer o que realmente estava sentindo. Não estava prestando atenção em nada do que Singrer estava falando. Ele começou seu discurso assim que entraram na sala. Não ouviu sequer uma palavra, estava perdido nos seus pensamentos. Foi tirado do seu devaneio quando as enormes portas de madeira foram escancaradas violentamente. Como estava dentro da bola e não estava acorrentado a nada, podia se mover e olhar na direção que quisesse. Virou-se para a porta e não acreditou no que estava vendo. Um servo de Singrer estava parado à porta segurando outro prisioneiro. Nay.
Posted on: Sun, 23 Jun 2013 05:15:39 +0000

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