CONFIDÊNCIA DE UM SÃOBERNARDANO (poema-paródia do poema de Drummond) Alguns anos vivi em São Bernardo. Principalmente creio que não morri em São Bernardo. Por isso sou cínico, oscilante: pura polenta! Trinta por cento de polenta na Rota dos Restaurantes. Setenta por cento de polenta na retórica. E esse falar pelos cotovelos quando a Realidade tem as mãos atadas e se encolhe. Tão sãobernardina é minha vontade de ter O carro o título o hóspede dileto a casa grande da rua que muitas vozes femininas ressequiram-se pelo caminho. E rir da desgraça alheia é cosi cosi bernardense herança – al dente! De São Bernardo trouxe sacolas de lojas de chinas, E que ora te ofereço: Este Livro de São Cipriano que usava pra assustar colegas de colégio, estas coisas tantas que de um em um real pode-se comprar Este orgulho, esta cabeça baixa... Tive Rio, palcos elétricos, tive amores eternos. Hoje sou professor de piano. São Bernardo é apenas um Paço Municipal atrás e maior do que minha tela de fundo. Mas como rói!
Posted on: Sun, 15 Sep 2013 22:51:25 +0000
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