CONFLITOS NO SEIO DOS TOCOISTAS FACE A GLOBALIZAÇÃO A - TopicsExpress



          

CONFLITOS NO SEIO DOS TOCOISTAS FACE A GLOBALIZAÇÃO A historiografia Tocoísta nos apresenta um quadro diversificado de acções de confrontação e de conflitos protagonizados por Tocoistas, e uma variedade de factores e formas de reacção, situação que embaraça o nosso trabalho de avaliação, pois, torna muito euxastivo o levantamento e análise de dados. E este não é o nosso propósito aqui. A nível dos grupos Tocoistas registaram-se também conflitualidade: Entre Puritanos e Tradicionalistas: Isto ocorre no Ntaya em 1963-64, agudizando-se após a morte de Sebastião Lucila em 1970 e volta a ocorrer entre os anos de 1982-84 e Março-Maio de 1999. O fulcro da questão tem haver com o projecto dos Tradicionalistas que pretendem transformar o Ntaya num «Nkamba dos Tocoistas» sob sua gestão, e isto pressupõe a apropriação do túmulo de Simão Toco e de seus pais, e a tutela da sua família consanguíneo; Entre Modernistas e Etnicistas: Os segundos continuam acusar os Modernistas de estarem por detrás do seu desaire ocorrido em Domingos João/Catete (1986) e em Luanda em Fevereiro de 1987; De acordo com a documentação produzida pelas “Igrejas Tocoistas”, o mensageirismo dos Modernistas enquadra-se na problemática do conflito de poder e serve de um hábil mecanismo de ascensão e conservação da liderança Tocoísta. E este conflito ocorre no âmbito do conflito espiritual dos Tocoistas; Entre a UniãoModernistas/Tradicionalistas e os Conservadoristas (Radicais e Puritanos): Actualmente assiste-se um conflito patrimonial e de controlo da família de Simão Toco, que está envolvendo as autoridades governamentais do Uíge e de Luanda. O mesmo aconteceu em Benguela e na Huila entre a União Modernistas/Tradicionalistas e a Direcção Centro-Sul de Osório Marcos; Entre Misticistas Modernistas e a ala dura dos Tradicionalistas: Muito recentemente, pudemos acompanhar com muito suspense o caso “Banana Pão” que há um ano paralisou as obras da Igreja no Ntaya e que segundo os residentes desta localidade (de ambos os lados), o caso “Banana Pão” está na origem de algumas mortes que aí ocorreram, incluindo a do Sacerdote Ntemu António e do enfermeiro Pedro Mayamona; O derradeiro facto está relacionado com o Zazismo de António Zazaque despoletou em 2012 no Soyo e na Paróquia de Calemba em Luanda. Sabe-se apenas que o Ancião DiunguDiungu tentou liderar um movimento de protesto interno contra o Bispo Nunes, mas parece não ter tido o impacto desejado. Resumindo, os principais conflitos entre Tocoistas na era global giram em torno da herança e sucessãode Simão Toco na liderança na Igreja e como consequência directa disto, no conflito patrimonial. Os desvios a doutrina e preceitos hão-de proporcionar momentos de clivagens sérias, mas também assistiremos um novo fenómeno pouco perceptível actualmente: A IGREJA POR AINDA NÃO TER ELABORADO UM PROJECTO QUE CONFIRA E SALVAGUARDE O ESTATUTO DOS FILHOS E HERDEIROS DOS NGUNGA NGELE (OS ANA NGUNZA), HÁ-DE ENFRENTAR UM DURO CONFLITO COM OS MESMOS QUANTO A QUESTÃO DOS DIREITOS ACTORIAIS DOS FEITOS DOS SEUS PROGENITORES E TUTELANDOS. A principal consequência destas reacções tem sido o agravamento do distanciamento entre os Tocoistas e o endurecimento dos discursos e práticas dos seus líderes que não são visionários, visto que por causa do orgulho, fortuitamente sacrificam uma obra erguida por alguns com suor, lágrima e sangue. Pelas evidências até aqui registadas, os mais violentos grupos no Tocoísmo são: 1. Misticistas Tradicionalistas (Ntaya);2. Misticistas e Radicalistas Etnicistas (Luanda); 3. Radicalistas Modernistas (Luanda) e 4. Juventude Puritana (Luanda). d. Conflitos perante o globalismo Há muito se vaticinou que “o choque de civilizações” dominaria a política global e que os principais conflitos ocorreriam entre grupos e países de diferentes civilizações,pois, as fendas assimétricas entre civilizações que têm na cultura como principal fonte conflitual, haveriam de gerar antagonismos na era global, que associados ao fanatismo religioso desencadeariam situações de desequilíbrios no mundo. E hoje, vivemos exactamente isto. A globalização apenas veio acelerá-los e destapar as diferenças existentes entre culturas, civilizações e povos. A resistência do Tocoísmo enquadra-se precisamente dentro deste cenário mundial que resulta do “choque cultural” entre povos, nações e religiões, cujas reacções aos aspectos negativos da globalização, geralmente tem sido sinónimo de “desejo de resposta” a incompreensões, ao rebaixamento ou mesmo a dependência (sujeição económica, politica, cultural, tecnológica, religiosa, etc). Daí a nossa preocupação em sabermos como os Tocoistas hão deresponder diante “das incompreensões, do rebaixamento e da dependência cultural e religiosa”. Já nos referimos que estes manifestam dois “agires”: o agir silencioso, sem alarido e sob providência divina (luta espiritual) e o agir com alaridos e respostas visíveis que assumem mesmo proporções alarmantes na sociedade. E é um dado adquirido que o Tocoísmo reagirá ante a padronização cultural que resulta da globalização. Também é verdade que a reacção do Tocoísmo no “encontro com os diferentes” produziu fechamentos, tensões e conflitos (violências).Resta-nos tão somente saber que tipos de conflitos poderão ocorrer no seio dos Tocoistas no âmbito da globalização e quem serão os seus prováveis. Se partirmos das evidências descritas neste terceiro capítulo, veremos que existem duas tendências em termos de manifestação conflitual nos Tocoistas, que são: a de conflitos sem violência e com o uso da força física. d.1.Conflitos sem violência Antevê-se que venham ocorrer dentre vários, três tipos de conflitos desta natureza: os conflitos de valores, o conflito ideológico eo confronto de saberes. Os conflitos de valores resultamdo pluralismo e do relativismo cultural. Muito se disse sobre esta problemática que produz a padronização de valores para que sejam homogéneos no mercado global. No quadro da globalização do Tocoísmo, esta tendência despoletará nos sectoresmais conservadores da doutrina, ética e preceitos da Igreja. Seus actores são: Conservadoristas, Ana Ngunza, Misticistas; O conflito ideológico (modelo globalista neo-liberal do mercado) enquadra-se no âmbito da Resistência ideológica:O projecto de acção Tocoísta visa elevar a humanidade a um estado de perfeição espiritual e natural, mediante a conquista e o melhoramento do status social dos verdadeiros adoradores de Deus, tal como a instauração de um movimento de salvação universal inspirado e iluminado pelo Espírito Santo. Esta acção tem por finalidade remover os verdadeiros obstáculos do progresso humano. Logo, este conflito que se arrasta desde a era colonial agudizará, forçando que os Tocoistas adoptem mecanismos de coabitação no mundo. O Ancião e Vidente Mbona Pedro em Benguela disse: “O Tocoísmo no mundo não faz sociedade com ninguém, muito menos com qualquer instituição”. E os ideólogos Tocoistas encarregar-se-ão de dar corpo a esta realidade social; Confronto de saberes (cientificação Tocoísta): falamos que os Tocoístas apelarão o Vaticínio em seu socorro, situação que produzirá «novos saberes» na humanidade e acelerará a cientificação do Tocoísmo no mundo global, aperfeiçoando assim a ciência, corrigindomuitos erros produzidos pelos iluministas nos séculos das luzes e que estão na origem do actual intelectualismo e modernismo ocidental. Esta tarefa será levada a cabo pelos pensadores Tocoistas, com o apoio do Vaticínio; d.2.Conflitos com violência(o vazio religioso e o aproveitamento que se pode fazer da cegueira de muitos religiosos) Com este ponto, atingiremos o pico da nossa abordagem, mas infelizmente somos forçados a antevermos que actos poderão manchar a acção dos Tocoistas, a semelhança do que ocorreu num passado muito recente em Angola. E é bem verdade que vários questionamentos são colocados quanto a acção dos Tocoistas e um deles prende-se com o facto da conflitualidade entre os Tocoistas atingir níveis assustadores, com escassas possibilidades de reconciliação. Diremos que três factores concorrem para esta situação: o choque cultural, osconflitos espirituais e o confronto inter-religioso. O choque cultural já é evidente no mundo, tal como as suas consequências. Por isso, não é novidade para ninguém afirmar que alguns Tocoistas são propensos a agiremde forma violenta, logo que sentirem “cair” os «muros» erguidos pelos Radicalistas, Puritanistas e Misticistas para defesa da sua identidade religiosa que constantemente tem estado em decomposição e fragmentação(padronizando-se a identidade global, a cultural global, a religião global e a espiritualidade global). Os sectores mais radicais do Tocoísmo procurarão mecanismos de auto-defesa para evitarem o sacrifício da sua fé. Uma delas será o desejo de responder as incompreensões, por via do choque directo com o “virtual e realagressor cultural”; Os conflitos espirituais (desespiritualizaçãoTocoísta) causada pelos inibidores espirituais do Tocoísmo (os multimédias e os valores liberalistas da modernidade) e pelos “novos actores espirituais” que apresentam novos discursos e práticas díspares e contrárias aos de Simão Toco e do Espirito Santo. Insere-se nesta problemática, as múltiplasaparições, enviados e ressurgimentos de Simão Toco que produziram muita confundibilidade no Tocoismo. A purificação da Igreja e o resgate dos valores Tocoistas em curso,que proporcionarão o purgamento destes discursos e práticas que já estão enraizados em muitos Tocoistas, será uma outra fonte de conflitos na Igreja, no Tocoísmo e nas famílias; O confronto inter-religioso que muito prende a atenção dos cientistas e de líderes das nações que estão no comando das políticas mundiais, é outra inegável realidade no mundo e no Tocoísmo. Manter a actual «paz entre as religiões e credos», tal como entre os Tocoistas, é um gigantesco desafio que o mundo enfrenta, pois, no «encontro dos diferentes», o confronto inter-religioso é um dos mais violentos mecanismos de auto-defesa utilizada por alguns, para fazerem face aos nefastos efeitos do mercado globalista. O conflito patrimonialTocoista em vista, enquadra-se dentro desta perspectiva de confronto. Este conflito terá várias frentes (internas e externas) e envolverá o Universo Tocoísta no seu todo. Algumas vezes, tal como sucedeu na recente tensão com o Islão, o mesmo funcionará como um factor de união e solidariedade Tocoísta, mas noutras produzirá mesmo distanciamentos. Mas vamos acreditar que o bom senso venha prevalecer e que os Tocoistas saibam ser humildes e continuarem tolerantes como foi Simão Toco e assim construir-se um Tocoismo inclusivo, virado para a unidade, sem mentiras, mistificações, integralismos, capitulações ou manipulações. Em guisa de conclusão diremos que a globalização, face as transformações que produz, impôs um ajustamento ao Tocoísmo, cujo sectores mais conservadores e radicais procuram mecanismo de resistência diante dos aspectos nefastos deste processo mundial. Bem-haja Tocoísmo no mundo global
Posted on: Sun, 15 Sep 2013 06:15:29 +0000

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