CORREIO POPULAR Afinal, pra que serve o dinheiro? 01/07/2013 - - TopicsExpress



          

CORREIO POPULAR Afinal, pra que serve o dinheiro? 01/07/2013 - 05h00 Ser homem de recursos financeiros magros, desnutridos, raquíticos, me permite viajar bem em reflexões sobre os ricos. Opulência monetária, vocês sabem, é uma questão de ponto de vista. Sem cair na armadilha de achar que luminosidades do espírito com lances de santidade são as efetivas riquezas; não é destas, claro, que vou falar, pois costumo passar ao largo de tais proposições ou metáforas edificantes... Falo de riqueza mesmo, de metal sonante. Ou de situação inversa, mas não, necessariamente, indigência. Ocorre-me, assim, fazer pergunta altamente pertinente: quem vive melhor, os bilionários “bispos” Edir Macedo da vida ou o camarada que tem, apenas e tão somente, o suficiente para navegar sem procelas? Sim, claro, pois não há necessidade de ser nenhum gênio a fim de concluir que para percorrer confortavelmente o dia a dia das existências, ninguém precisa ter nos bancos, que guardam dinheiro, mas não riquezas, alguns bilhões que remetem pessoas à famosa lista da Forbes. Francamente, entre as criaturas dos meus relacionamentos, as que melhor vivem são as que estão anos-luz distantes de ser bilionário lobista com os ganhos de um Lula. Amigos que exalam felicidades são os que possuem apenas boas casas, bom carro e numerário que dá para viagenzinhas; a Paris que seja... Vamos e venhamos, peguemos ricaço que more num palácio de altíssimo luxo, edificação com mais de 1.000 metros de área construída. O cara não tem, simplesmente, como usufruir isso tudo. Resultado: ao fim e ao cabo, mesmo possuindo latifúndio imenso, gosta mesmo é de curtir mero cantinho predileto, do tamanho de um quitinete. Sim, sim, bilionários podem ter aviões, iates, dezenas de carros, helicópteros etc. Bens absolutamente dispensáveis, a menos que o camarada, no que se refere a aeroplanos, precise realmente possuir jato de uso exclusivo para não ser agredido ou vaiado se entrar em aeronave de carreira. Como Sarney, Renan Calheiros, Collor, Jader Barbalho, José Genoino e outros da base de sustentação da doutora Dilma... Para ser franco, inclusive por dever de ofício, ao longo da vida frequentei e frequento ambientes pelos quais transitavam e transitam alguns homens muito ricos. Ao mesmo tempo, também circulei e circulo por ambientes onde se espalham camaradas que possuem apenas aquilo que chamo de suficiente. E não tenho dúvida em afirmar que estes vivem muito melhor. Criaturas abastadíssimas, dizem seus invejosos admiradores, podem ter milhares de mulheres. OK, podem, mas, pra que? Se o ideal, sem que nisso vá nenhum conceito de moral e bons costumes, é ter apenas uma que preencha todas as necessidades do coração e d’alma do felizardo?... Se você prestar atenção, descobrirá que o carro que custou um milhão ao trilhardário, faz exatamente a mesma coisa do que aquele que o remediado adquiriu por menos de 5 por cento disso. Porém o rico tem muitos, alguém pode berrar. Mas pra que, se ele usará um de cada vez? E a variedade só o conduzirá a descobrir que todos servem para a mesma coisa: levá-lo pra cá e pra lá. Tarde dessas bebericava num bar de fim de semana a papear com os amigos quando passou pelo asfalto à nossa frente uma Ferrari de ronco avassalador. Todos olharam; logo, um da mesa comentou: — Foi por ter meia dúzia de máquinas iguais a esta que o Eike garfou a Luma de Oliveira quando ela ainda estava nos trinques. É inegável que a observação tem fundo de verdade. Mas, ao mesmo tempo me perguntei: se ele usasse apenas um modesto Uno Mille não teria sido mais feliz com a beldade? Que, como se soube através das colunas de fofocas, o largou por um bombeiro de R$ 1.427,38 por mês?... Dura realidade que, contudo, não foi suficiente para convencer o empresário, hoje financeiramente descendente, de uma verdade dita por Ghandi ao lembrar existir no mundo riqueza para a necessidade dos homens; mas não para a sua ambição. Causa-me prazer afirmar, como fiz em crônicas anteriores, que se tivesse passado pela amargura que Batista experimentou no affair Luma, hoje certamente estaria, provavelmente faminto, a estender mãos à caridade pública na esquina de Conceição com Barão de Jaguara. Já o meu amigo Perácio, apenas um mal remunerado bancário, vive felicíssimo com belíssima mulata melhor que a Globeleza. E que, para viver com o atual marido, chutou operoso lusitano dono de três padarias. E dois armazéns... TAGS | Antonio Contente, coluna, Correio Popular, Campinas
Posted on: Tue, 02 Jul 2013 07:24:45 +0000

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