Capítulo 12 Eterno Retorno Na verdade, nada acontece. - TopicsExpress



          

Capítulo 12 Eterno Retorno Na verdade, nada acontece. Somente é real a nossa essência imaterial, o amor. Ele sustenta a vida. Ele é o Elo Vital que nos une e nos torna um. Ele é o Espírito Santo, tão bem descrito, nas três principais religiões do planeta: cristianismo, islamismo e judaísmo. Ele a tudo perpassa, sustentando ao mesmo tempo nossa vida e tudo o que vemos à nossa volta. Ele é a cola que aglutina átomos, conferindo-nos a impressão de existência do mundo físico. O âmago de todas as formas materiais já está se corrompendo, agora mesmo. Todas elas deixarão de existir após a passagem inexorável do tempo. Elas não têm realidade própria. Não podemos perceber, mas só o agora é real. O amor é também o agora. Segundo alguns estudiosos místicos, passado e futuro coexistem no agora. Numa analogia com um prédio de 30 andares, o passado pode ser representado pelos andares abaixo do 15º e o futuro pelos andares acima. Assim como nos prédios normais, todos os andares do “prédio do tempo” também estão presentes agora. Mas, aparentemente, acessamos apenas um andar a cada vez. É incompreensível para nós, mas a essência da alma é única e indivisível: uma de suas infinitas capacidades é a de estar ao mesmo tempo em todos os lugares. Ou seja, uma mesma alma, a essência una e indivisível que somos, sustenta ao mesmo tempo cada um do total de seres humanos na Terra. Somos um. Quando morremos, nossa alma retorna à sutileza transparente e imaculada, mas se mantém em seu papel de sustentar a vida. Todavia, cada história de vida que anime, será sempre nova. O enredo da nossa história de vida é o fator que define nossa personalidade. Cada história de vida, contendo uma respectiva personalidade, dura apenas um curto período de tempo. Vale lembrar aqui, uma vez mais, que por serem dependentes do tempo para existir, em verdade não tenha realidade própria a história de vida e tampouco a personalidade. Mas é lógico que a alma contenha mais capacidade de memória do que o maior dos computadores. Ou seja, ela possui a memória de todas as histórias que viveu. O despertar espiritual envolve nosso acesso a todo esse banco de memória. Portanto, podemos ter acesso a cada uma entre todas as histórias humanas vividas na Terra. Canalizações que diariamente vivenciamos, vêm de nossos próprios desdobramentos espirituais do passado ou do futuro. Pois somos capazes de fazer contato com o nosso eu no passado ou no futuro. Somos um. É complexo de compreendermos a verdade, mas cada ser vivo representa aspectos diversos do mesmo Grande Ser Vivo, a vida única. O grande problema, quando chegamos a este nível de abertura da nossa perceptividade consciente, é que o ego passa a usar nosso acesso ao banco de memórias de outras vidas para se reforçar. Assim reforçamos a cadeia de titânio que nos mantém em perpétuo cativeiro, sem que possamos nos dar conta. Ficamos assoberbados com tamanha capacidade de acesso de memória e nos esquecemos de que se trate de meras impressões do mundo físico e, portanto, sem realidade própria. A Verdadeira Realidade é perene, plena, inodora, transparente, incolor, insípida, invisível. Enfim, sem possibilidade de deixar registros na memória. Se nos detivermos com a aparente grandiosidade das impressões do mundo físico, mesmo quando forem aquelas da espiritualidade, deixaremos de usufruir o agora, a única realidade que é real, a única realidade que simplesmente é. Se nos encantarmos demais com as impressões de realidade das nossas canalizações espirituais, correremos o risco de continuarmos como crianças, olhando apenas para o dedo que estiver a nos apontar para a lua. Assim correremos o risco de nos estagnarmos em nosso circuito egocêntrico, nunca “experienciando” verdadeiramente a vida. Significa passarmos pela vida, sem nunca termos acesso ao instante zero, ao agora, à Verdadeira Realidade, à comunhão com todos e com Deus -- Àquilo-que-é. Ao final da vida, no instante primeiro de nossa entrega aos acolhedores braços da morte, adentraremos o instante zero. O Relâmpago Brilhante da Criação virá, imediatamente, tão logo nos entreguemos ao total desapego por tudo ao nosso entorno. Ele é o mesmo que já tivemos um vislumbre, no primeiro instante de nossa impressão de separação da Fonte da Vida Única. Ele é o mesmo vislumbre que todos nós vivenciamos um milésimo de instante, anteriormente, à nossa concepção no ventre materno. Na Bíblia, Jesus disse que no dia em que morrermos, seremos como um relâmpago se propagando no céu, indo do oriente ao ocidente. Interrogado por seus discípulos acerca de quando isso acontecerá, respondeu: “Onde estiver o cadáver, ali se reunirão também os abutres.” Ora, essa resposta tem a conotação de ser no primeiro instante de nossa morte, antes de haver tempo para que cheguem os abutres. Assim se encontra na Bíblia, em Lucas (17: 24, 25, 26, 27, 28, 29, 31, 32, 33, 34, 35, 36, 37): “Pois como o relâmpago, reluzindo numa extremidade do céu, brilha até a outra, assim será com o Filho do Homem, no seu dia. É necessário, porém, que primeiro ele sofra muito e seja rejeitado por esta geração. Como ocorreu nos dias de Noé, acontecerá do mesmo modo nos dias do Filho do Homem. Comiam e bebiam, casavam-se e se davam em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. Veio o dilúvio e matou a todos. Também do mesmo modo como aconteceu nos dias de Lot. Os homens festejavam, compravam e vendiam, plantavam e edificavam. No dia em que Lot saiu de Sodoma, choveu fogo e enxofre do céu, que exterminou todos eles. Naquele dia, quem estiver no terraço e tiver os seus bens em casa, não desça para tirá-los; da mesma forma, quem estiver no campo não torne atrás. Lembrai-vos da mulher de Lot. Todo o que procurar salvar a sua vida, perdê-la-á; mas todo o que a perder, encontrá-la-á. Digo-vos que naquela noite dois estarão numa cama: um será tomado e o outro será deixado; duas mulheres estarão moendo juntas: uma será tomada e a outra será deixada. Dois homens estarão no campo: um será tomado e o outro será deixado.” Perguntaram-lhe os discípulos: Onde será isto, Senhor? Respondeu-lhes: “Onde estiver o cadáver, ali se reunirão também os abutres.” Em Mateus (22: 31-32-33), Jesus disse: “Quanto à ressurreição dos mortos, não lestes o que Deus vos disse, em (Êxodo 3,6): Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó? Ora, Ele não é Deus dos mortos, mas Deus dos vivos.” Todavia, podemos ler no Antigo Testamento da Bíblia, as descrições das mortes de cada um desses três patriarcas bíblicos, referidos acima. Ainda assim, Jesus fez a afirmação acima, de que eles estejam vivos. Em verdade, aqui, podemos entender que se encontrem vivos, todos aqueles que já morreram. Sabemos que somos eternos. Todos bem o sabem. Conhecemos nossa eternidade nos episódios de déjà vu, pois os vivenciamos, diariamente. É o desapego de erros e de acertos, ou seja, é o desapego de medos e de desejos, que nos permitirá o despertar espiritual. Quando realmente soubermos que somos um, despertaremos! Contemos, em cada um de nós, todos os aspectos humanos. O despertar espiritual envolve a tomada de consciência de todos os aspectos que nos constituem. Um deles é a abertura para a possibilidade de estabelecermos contatos com outras dimensões da existência. Mas religiões institucionalizadas exploram e usam nossa abertura perceptiva. Assim se mantém o status quo, representado pelo atraso na capacidade perceptiva de si mesmo, da espécie humana. "O Imaterial" ou "O Inconcebível" pode estar em todo lugar ao mesmo tempo: Ele está presente naquele que mata e também está presente naquele que é assassinado! Apenas o Plácido Agora continua serenamente a se descortinar em sua unidade incomensurável. Mas o ego nos confere a impressão de determos uma vida separada e autônoma! No filme “Feitiço do Tempo”, Bill Murray, no papel do meteorologista Phil Connors, fica preso na data 2 de fevereiro – o Dia da Marmota. Esse mesmo dia passa a se repetir indefinidamente, mas somente ele percebe a repetição, e ninguém mais. De sua posição privilegiada de sabedor do processo repetitivo da mesma data, ele decidiu ajudar a todos aqueles à sua volta que não podiam perceber a repetição diária de seus infortúnios. Somente após decidir pelo compartilhamento com todos de seu saber privilegiado, juntamente com todos, ele conseguiu penetrar na dimensão do instante zero do novo. Todos ou nenhum. As nossas histórias de vida são muitíssimo parecidas. Todos os nossos enredos de vida repetem o mesmo padrão, muitas vezes a cada dia. Isso também explica as nossas experiências denominadas “déjà vu”, quando sentimos como se nos reencarnássemos infinitamente. O que é verdade, pois somos um. Somos a manifestação no mundo físico da indivisível e única consciência, a vida única. A repetição indefinida de um mesmo padrão vai escavando, cada vez mais fundo, a nossa impressão de separação e de fragilidade, restando-nos apenas a desesperada busca por um salvador. O paradigma no qual a humanidade se encontra mergulhada tem sido o mesmo em todas as eras humanas na Terra: o paradigma de separação e de medo, envolvendo as posições do dominador versus o dominado, e vice-versa. Passamos a vida sem percebermos como somos prisioneiros dos nossos julgamentos mentais. Nosso cérebro analítico chega sempre com algum atraso após o instante zero, enquanto se mantém ocupado com a análise dos fatos, organizando mais massa crítica julgadora. Dessa forma, nunca nos deixa estar presente no instante do novo, ou seja, na vida, pois ela se renova de instante a instante. A vida somente pulsa a cada novo instante. Como o ego distorce a nossa percepção consciente de nós mesmos, a plenitude original que somos se torna irreconhecível para nós, deixando-nos temerosos de uma aniquilação e, em constante busca por salvação: a nossa primeira tentativa de salvação envolve buscarmos provar o nosso valor. O mesmo padrão se repete em busca de prova do nosso valor, fazendo-nos projetar toda culpa naqueles que se encontram à nossa volta, enquanto suplicamos por auxílio a um salvador invisível e onipotente. Todavia, podemos perceber a imaterialidade profundamente em nós. Ela é a mesma essência ou o "Brahman eternamente infinito e imutável", sustentando todo o tipo de realidade aparentemente concreta à nossa volta. Quando mais nada do que vemos hoje à nossa volta estiver aqui, aquilo que é imaterial e atemporal, ou seja, aquilo que somos em essência, estará: nossa essência consciente e calma, da mesma forma como nos percebemos no sereno esplendor da clareza infinita do agora. Essa presença suave e calma no agora é perene, ela é a mesma antes e depois da morte, porque para ela nascimento e morte não são reais. Ela somente é roubada pela ilusão representada pelos contratempos da nossa história de vida, os quais são meios de contraste onde ela se revela para nós: basta nos lembrar de buscá-la em nossa profundidade silenciosa em meio ao enfrentamento das adversidades do nosso enredo de vida. É paradoxal a condição humana na Terra, porque contemos em nosso interior uma inteireza tal qual uma escada, cujos degraus mais baixos devem ser visualizados para serem galgados: única forma de chegarmos aonde se encontra o esplendor dentro de nós mesmos. Da mesma forma como acontece com uma escada, também nós, somente poderemos ficar inteiros, quando pudermos admitir em nós a presença dos nossos "degraus" mais baixos. Pois quando pudermos admitir toda a inteireza que somos, automaticamente teremos acesso a todos os "degraus" dentro de nós mesmos. Ainda não podemos admitir em nós aquilo que julgamos inferior, porque o escondemos de nós mesmos em nosso inconsciente. Entretanto, ainda desconhecemos que transpareça às pessoas à nossa volta aquilo que escondemos de nós em nosso inconsciente: esse é o principal motivo de ser tão difícil e tão sofrida a convivência humana. Nosso inconsciente transparece aos demais através dos nossos gestos e das nossas atitudes. Por isso, quando ouvimos alguém se autoelogiando, quase sempre a seguinte frase se encaixa com precisão: "Que o compre quem não o conheça!" Enquanto não despertarmos da inconsciência de nós mesmos, persistirá bloqueado o nosso acesso à dimensão mais sutil e silenciosa em nossos íntimos. Ao assumirmos como também fazendo parte da nossa inteireza os “degraus” mais baixos de nós mesmos, iremos parar o julgamento separador do bem e do mal em nós e à nossa volta. Então seremos novamente tão silenciosos quanto já o fomos, quando estávamos no ventre materno: será como nascer de novo. Na noite da prisão de Jesus, na antiga Jerusalém, quando o galo cantou, Pedro despertou para o fato de ter negado a Jesus pela terceira vez consecutiva. Ele despertou para a presença em si mesmo da fraqueza e do mais funesto sentimento humano, o medo. Ele despertou para a autoconsciência. Por isso, Pedro é o único apóstolo a conquistar a chave do reino dos céus. Pois a autoconsciência nos leva a iluminar com o nosso olhar consciente cada recôndito obscuro dentro de nós mesmos. A nossa iluminação, ou seja, a nossa tomada de consciência de haver degraus inferiores em nós também, nos permite reassumir o silêncio interior ao recuperarmos a inocência não julgadora do bem e do mal de quando ainda estávamos no ventre materno -- é como se nascêssemos de novo. O reino dos céus é uma metáfora usada por Jesus para representar o fato de que, ao pararmos nossa contínua análise julgadora cerebral, acessamos o instante zero do agora, acessamos a vida, acessamos o reino dos céus. Nossas atitudes julgadoras e separatistas de nós mesmos e daqueles à nossa volta são atitudes de Judas. Pois o arrependimento de Judas, apesar de ter sido profundo a ponto de levá-lo ao suicídio, não foi acrescentado pela consciência de si mesmo. Apenas decorreu do horror provocado pelas consequências de sua atitude. Quando enxergamos o medo e o egocentrismo agindo em nós, obtemos a chance de nos rumarmos ao autoconhecimento e à subsequente parada do julgamento separador em nós e à nossa volta – nosso silêncio interior e nossa inocência não julgadora. Assim como Pedro, obtemos a chance de acesso à chave do reino dos céus em nós mesmos. Mas ao contrário, sem perceber, deixamos que nossas atitudes se assemelhem àquelas de Judas. Não percebemos o que fazemos, mas ao enxergarmos o egocentrismo agindo em nós, apenas fortalecemos nosso sentimento íntimo de menos valia. Assim acrescentamos nosso julgamento separador em nós mesmos e à nossa volta, aumentando nossos medos e desejos. Mais insatisfeitos e exigentes conosco e com nossos adjacentes, acentuamos nossa bipolaridade egocêntrica. Oscilamos ora em estados depressivos avassaladores e ora em estados cobradores daqueles à nossa volta. Acumulamos mágoas, ressentimentos, indisposições familiares e doenças. Pois nosso ego age com tanta sutileza, que se torna difícil podermos perceber quando nos agregamos à forças julgadoras e separatistas que fragmentam a integridade humana de cada um de nós. A condição de religiosos em nada adianta. Ela não nos protege do Mal que promove a separação em nós mesmos e naqueles à nossa volta, já que esse Mal é poderoso por ser sutil a ponto de se disfarçar como sendo nossa identidade em busca de evolução – a idealização de nós mesmos em nosso inconsciente. Em Mateus (21: 28-32), Jesus disse: “Mas que vos parece? Um homem tinha dois filhos; chegando ao primeiro, disse: ‘Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha’. Ele respondeu: Irei senhor; e não foi. Chegando ao segundo, disse-lhe o mesmo. Porém este respondeu: Não quero; mais tarde, tocado de arrependimento, foi. Qual dos dois fez a vontade do pai? Responderam: O segundo. Declarou-lhes Jesus: Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entrarão primeiro do que vós no reino de Deus. Pois João veio a vós no caminho da justiça e não lhe destes crédito, mas os publicanos e as meretrizes lho deram; e vós, vendo isto, nem vos arrependestes depois, para lhe dardes crédito.” Ao buscarmos o caminho da autoidealização, agiremos sempre como o filho que respondeu “irei senhor”; e não foi. Porque a idealização nos fragmenta. Fragmentados, jamais estaremos inteiros para ir ao Pai. Os publicanos, no início da era cristã, eram os cobradores de impostos. Em sua maioria, eram corruptos e se enriqueciam ao cobrarem além da já abusiva taxação exigida pelos governantes da época. Eles sabiam de suas segundas intenções e se sabiam nada santos. Portanto, estavam mais adiantados do que nós no caminho do autoconhecimento, pois já se encontravam a iluminar com o olhar consciente os recantos obscuros, dentro de si mesmos. Também nós, clarearemos os nossos equívocos de separação e de fragilidade quando, ao invés de continuarmos a nos autoidealizar em busca da evolução e da bondade extrema, decidirmo-nos a lançar a luz do nosso olhar consciente em nossos recônditos escondidos. Assim nos tornaremos iluminados: atingiremos o Reino de Deus em nosso interior. A consequência mais imediata do reconhecimento da presença de recantos obscuros em nós é o silêncio mental: ao reconhecê-los em nós, imediatamente iremos parar a contínua análise cerebral julgadora e separadora do bem e do mal em nós e à nossa volta. É o nosso cérebro que nos impede de presenciarmos o instante zero do agora, pois trabalha com dados já consolidados, ou seja, depois do instante zero de sua ocorrência. O transcendermos o nosso cérebro, nos restará o silêncio mental não julgador -- a nossa presença genuína no agora. Então iremos perceber a nossa unificação a Tudo-que-é. Ao olharmos para uma flor, veremos ali a beleza unificadora, representada pela essência única! Embora seja fácil nos vermos unificados a uma orquídea ou a um jasmim. E quanto a um leão em meio ao ataque de uma ovelha, buscando saciar a própria fome e também a fome de seus filhotes? O despertar da inconsciência envolve a abertura da percepção da verdadeira realidade. Significa não mais nos enchermos de preocupações, porque desistiremos da pretensão de deter o controle do novo que se descortina no agora. O novo é a plenitude que somos – nossa presença genuína no agora. A plenitude é completamente capaz de cuidar de si. Essa é a compreensão que nos possibilitará total aceitação ao agora: nossa única possibilidade de presenciá-lo. Entenderemos que a nossa essência imaterial jamais poderá ser afetada, por pior que sejam os acontecimentos da nossa história de vida. Compreenderemos que história de vida alguma contenha realidade própria. Mas saberemos como todas elas desempenham o importante papel de ser o meio de contraste, no qual temos a chance de perceber o esplendor que é a verdadeira plenitude imaculada. A inconsciência gerada pelos nossos equívocos separadores em nós e à nossa volta, ao ser dissipada pela consciência de nós mesmos, nos permitirá o desapego do passado, de louvores, de mágoas e de culpas. Não teremos mais que pedir perdão, nem teremos mais que perdoar. Afinal, conseguiremos nos posicionar como espectadores, além do sonho representado pela nossa história de vida! Ao nos ancorarmos na transcendência, além de nossas personalidades, ficaremos desapegados de todo tipo de segurança exterior. Buscaremos nos situar na Plenitude que somos e fluiremos com a vida. Pois sem reagirmos ao agora, manifestaremos boa vontade e sintonia com os acontecimentos presentes de nossa história de vida. Acessaremos a sabedoria e a abundância pela nossa sintonia com a Consciência Universal ou agora. Então a vida se tornará abundante -- inclusive materialmente. Nosso ego age sempre em busca de provas do nosso valor, mas ele se alicerça em nosso primordial equívoco de separação: uma separação real jamais ocorreu, porque a substância imaterial que nos originou é una e indivisível. A ação humana alicerçada sobre o equívoco primordial leva toda a construção humana na Terra, em última análise, a se basear num mero equívoco. Aquilo, cujo alicerce é um equívoco termina por se resumir unicamente num grande equívoco. É por tudo isso que a percepção da nossa identidade genuína unificada ficará cada vez mais bloqueada, à medida que envelhecermos. Somente poderá haver alguma mudança, quando despertarmos da inconsciência de nós. Somente então ingressaremos em novo paradigma humano na Terra, no paradigma da aceitação incontestável das diferentes expressões humanas: Nova Era. Em nosso mergulho na experiência de separação e de autonomia, representada pela nossa vida terrestre, gastamos um período de tempo até atingirmos o equilíbrio do ego, após o qual, nosso Eu Profundo emergirá e transformará a nossa superfície. Então deixaremos transparecer em nossas faces a serenidade de quem conhece a segurança de não ter nada a temer. Nosso nascimento na existência terrestre representa nosso ingresso na experiência de separação e de autonomia. Suas diferentes fases evolutivas podem se comparar a um mergulho em águas profundas. Numa primeira fase, ocupamo-nos com a superação de obstáculos, enquanto desfrutamos dos prazeres da nossa incursão subaquática, contemplando toda a sua imensa beleza. Ao final, quando o nosso carregamento de oxigênio aproxima-se do fim, preparamo-nos para a emersão. Então direcionamo-nos para cima. Sempre para cima. Porque temos o objetivo de atingir a superfície. Da mesma forma, ao testemunharmos, sem julgar, uma descida deliberada pelo ramo descendente do ego, ao emergirmos, deixaremos aflorar a nossa inteireza não julgadora. Então a nossa superfície deixará de se apresentar agitada, passando a se manifestar calma e compassada. Em nosso mergulho na matéria, numa primeira etapa, iniciada com o nosso nascimento, passamos pela construção do nosso ego, como resposta às frustrações que somos levados a enfrentar. Depois, gastamos um longo período de tempo para torná-lo equilibrado. Essa fase pode durar décadas. Alguns místicos estudiosos da Bíblia interpretam como metáfora o longo período de quarenta anos no Deserto, nos quais Moisés guiava o povo hebreu rumo à Terra Prometida. O Deserto em questão pode ser atravessado em período de tempo bem menor. A metáfora seria uma indicação de que, mesmo depois de já termos iniciado o caminho de desconstrução do nosso algoz representado pela idealização de nós mesmos, ainda demoraremos um longo período de tempo até atingirmos o equilíbrio do nosso ego. Após a libertação do cativeiro egípcio, os israelitas entraram no Deserto, um lugar totalmente vazio e oposto à grandiosidade egípcia: metáfora para a grandiosidade do ego. Assim também acontece conosco: a dissipação do nosso algoz idealizador de nós mesmos nos esvazia de medos, preocupações e desejos. A metáfora bíblica utiliza o termo “deserto” para designar a fase desértica conferida pelo nosso esvaziamento de medos e de desejos, ao tomarmos consciência de nós mesmos. Essa fase desértica de nossa autodescoberta representa apenas o início do longo caminho a ser trilhado até atingirmos o equilíbrio entre as duas espirais dualistas do ego, o qual nos levará à abertura da percepção do Elo Vital Criativo a nos unir na vida única. Nos textos bíblicos, lemos que os israelitas, após quatrocentos anos de escravidão no Egito foram libertos por Moisés. Mas, já no Deserto, a caminho da Terra Prometida, ainda reclamavam: afirmavam preferir o cativeiro, pois, enquanto estavam lá, dispunham de alimento e abrigo. Mas toda essa história é uma metáfora, indicando-nos que mesmo depois de já termos iniciado o caminho de despertar do cativeiro egocêntrico, ainda continuaremos a ser visitados pelos nossos equívocos infantis inconscientes. A metáfora quer nos indicar que, mesmo depois de já termos adquirido um suficiente grau de autoconhecimento, a ponto de já podermos perceber nossos equívocos infantis agindo em nós, ainda continuaremos a ser visitados pela reatividade padronizada egocêntrica. Num momento de crise, podemos buscar a transcendência da agitação e do esgotamento mental na eternidade presente em nós. Então experimentaremos um novo estado calmo e assertivo. Esse vislumbre da verdadeira realidade nos liberta do aprisionamento na roda de reencarnações diárias, representadas pela nossa crença na concretude das nossas histórias de vida. Na verdadeira realidade, passado e futuro não têm realidade própria e, portanto, já podemos saber que acertos e erros inexistem. Todo nosso apego resulta do medo de "não ser", ou seja, de não mais existir. Todo nosso medo significa nossa ação a partir do sistema egocêntrico, em decorrência da nossa impressão de separação e de autonomia. Segue-se, abaixo, uma historinha que ilustra nosso apego ao ser e nosso medo de "não ser": Indra, o senhor dos seres celestiais, foi amaldiçoado por uma deidade para nascer na Terra como um porco. O sábio Narada passando pelo local, no qual um porco e sua família se deleitavam numa poça de lama, reconheceu Indra reduzido àquela forma inferior. Narada, que amava Indra com ternura, ficou com muita piedade dele e, falou ao porco: "Indra, veja em que estado degenerado você se encontra. Como isto aconteceu? Como poderia você, uma grande deidade com poderes ilimitados, o senhor de todas as legiões celestiais, ter ficado deste jeito? Mas não tem importância, não se preocupe, eu irei libertá-lo. Usarei todos os meus poderes de penitência acumulados para lhe ajudar." Ele falou com muita simpatia, lamentando que aquele que deveria estar desfrutando todos os luxos do paraíso tivesse sido colocado em tal estado de miséria. Narada pensou quão demasiadamente infeliz havia se tornado a vida de Indra. Contudo, Indra, na forma do porco, respondeu: "Narada, por que você está se intrometendo em minha felicidade? A alegria que obtenho nesta água suja, não serei capaz de obtê-la em qualquer outro lugar. A vida maravilhosa que estou desfrutando, aqui, com minha esposa e filhos, nesta poça de lama, não podem obtê-la nem mesmo no paraíso. Por que você veio aqui se intrometer em minha vida e em minha felicidade? Por favor, siga seu caminho e me deixe estar." Indra, que estava sob o encanto da ilusão do apego, não percebeu sua condição lamentável. Narada teve de convocar a própria arma de Indra, o raio e o trovão celestiais, para dilacerar o corpo do porco e libertar um Indra muito aliviado de sua prisão de apego e de consciência corpórea. A advertência de Narada a Indra, para que visse em que estado degenerado se encontrava, apesar de ser grande deidade com poderes ilimitados, também pode ser aplicada a toda a vida única que representamos. Somos atemporais e existimos fora do tempo: se quisermos imaginar um tempo no qual ainda não existíssemos, não o conseguiremos. À medida que formos despertando da inconsciência de nós, enxergaremos a presença em nós do entorpecimento egocêntrico. Então o hábito de comer carne irá acender em nós, de forma cada vez mais consciente, o absurdo que isso significa. Capítulo 13 Gradação da Abertura da Nossa Percepção da Verdade Nos primórdios da humanidade na Terra, estávamos imbuídos da necessidade de garantir a sobrevivência da nossa espécie. Tínhamos de nós uma percepção tribal. Com o advento da agricultura, surgiram os primeiros aglomerados populacionais e então começamos a conhecer alguma garantia de defesa e repouso. Começamos a dispor de segurança para nos afastarmos do grupo e, assim, começamos a nos perceber como indivíduos, e pela primeira vez, começamos a contemplar a natureza. Assim, atribuímos à existência de um comando superior tamanha inteligência e engenhosidade. Ainda nos encontramos nesse estágio inicial da percepção da Nossa Verdade, pois ainda não acessamos uma Nova Era de perceptividade alargada da Nossa Verdade, e ainda desconhecemos a nossa interconexão com todos através do Elo Vital que nos une. Ainda nos sentimos separados, indefesos e carentes de proteção. Então, usamos de bajulações e súplicas Àquele Comando Superior que, por considerarmos fora e muito distante de nós, pressupomos habitar um longínquo e paradisíaco céu. A fase de autopercepção tribal da humanidade foi responsável pela nossa instalação planetária como espécie dominante. Mas com o advento da agricultura, surgiram os primeiros assentamentos populacionais e, começamos a ter alguma garantia de defesa e de tranquilidade. Pela primeira vez, nos afastamos do grupo, contemplamos a natureza e atribuímos tamanha engenhosidade à existência de um Criador separado e distante de nós. Essa nova crença nos levou a nos sentirmos cada vez mais isolados, vulneráveis e carentes de proteção: aqui, passamos a buscar agradar ao Criador em troca de pedidos por privilégios. Podemos notar que sofremos um retrocesso na abertura da percepção humana do Elo Vital que nos une. O pior: ainda permanecemos estacionados nessa mesma fase de retrocesso na abertura da percepção da Nossa Verdade de seres interconectados pela vida única. Ainda nos sentimos separados, indefesos e carentes de proteção. Atacamos os membros da nossa própria espécie por invejá-los. Começamos a invejar a roça mais promissora, passamos a matar os animais do vizinho por invadirem a nossa plantação, ainda invejamos o artesão de maior criatividade. Ainda julgamos necessárias as bajulações e as súplicas a um deus exterior, separado de nós, habitando nas lonjuras siderais. Ainda continua sendo nosso objetivo a obtenção da proteção para as nossas questões individualistas e separatistas. A massa humana ainda se encontra no estágio de retrocesso da abertura da nossa percepção da realidade única, ou seja, da nossa essência genuína e una. Ainda vivemos submetidos ao jugo imposto por uma elite dominante que sabe explorar a nossa crença equivocada de que haja um comando externo, muito distante de nós, cuja essência fosse distinta e separada da nossa essência genuína e una: o deus separado e distante no céu. Ainda não acessamos uma Nova Era da Nova Humanidade Desperta, a qual advirá pela abertura da percepção da Nossa Verdade de seres interconectados. Quando tivermos a certeza de ser a realidade verdadeira muito mais abrangente, indo multidimensionalmente muito além das superfícies meramente aparentes do mundo físico, nada temeremos ou desejaremos. Aceitaremos tudo com resiliência: ficaremos tranquilos diante das maiores adversidades. Então nossos sentimentos reassumirão a profundidade original, porque nos livraremos do entorpecimento imposto pelo desequilíbrio egocêntrico. Assim, contemplaremos a profundidade dos nossos sentimentos, como aqueles de alegria ou como aqueles de tristeza, mas ao mesmo tempo os saberemos decorrentes da impressão de veracidade da nossa experiência de limitação na matéria. Fé é o sentimento resultante da nossa percepção da Realidade Verdadeira. Mas nossa percepção da realidade sutil, não perecível, multidimensionalmente abaixo das aparências superficiais do mundo físico, somente pode acontecer quando nos esvaziarmos de medos e de desejos e, assim nos desapegarmos de expectativas por resultados. Somente perceberemos a verdadeira realidade quando aceitarmos o momento presente sem o envolvimento de nenhuma escolha, pois nossos pedidos e súplicas apenas traduzem nossa não compreensão Daquilo-que-é. Todavia, a nossa aceitação do agora, sem nenhuma escolha, envolve a compreensão de que seu conteúdo contenha a limitação contrastante e reveladora Daquilo-que-é. O despertar da nossa inconsciência não envolve nenhum fenômeno sensorial, o qual seria apenas uma projeção cerebral. O cérebro não toma parte no despertar para a verdadeira realidade, ele apenas compreende a complexidade que envolve nossa construção egocêntrica. É assim que nos libertaremos de desejos, de medos e de qualquer tentativa de deter o controle Daquilo-que-é. Essa plena aceitação Daquilo-que-é somente acontecerá quando compreendermos que todas as situações de vida sejam apenas diferentes ângulos de percepção da Plenitude Essencial que verdadeiramente somos. A Plenitude Que Somos se desvela bem ao fundo de todos os dramas da nossa vida na matéria. Ela, por ser plena, não possui objetivo algum. Portanto, nunca houve um objetivo a ser atingido. A consciência da falta de objetivo significa libertação da idealização de nós mesmos! Podemos nos permitir simplesmente ser. Assim como bolhas de sabão sopradas ao vento pelas crianças: elas simplesmente nascem e, depois de um período de tempo, irão se desmanchar. Na Bíblia, está escrito em Gênesis, que após a criação do mundo material, Deus olhou para ele e o achou bom. Ou seja, nunca houve um objetivo. Apenas é bom quando nos vemos em nossa unificação grandiosa, neste meio de contraste representado pela limitação da matéria. Mas isso somente acontece quando, por breves instantes, livramo-nos da pequenez resultante do julgamento separador do bem e do mal em nós e à nossa volta. Portanto, seremos plenos novamente quando descobrirmos que nunca houve o êxito pessoal ou a culpa individual, porque nunca agimos sozinhos: sofremos influências e geramos outras, e assim culminamos em erros ou em acertos. Ao chegarmos a esse entendimento, ficaremos novamente tão silenciosos quanto já o fomos no ventre materno. O conhecimento da verdade nos leva a abdicar do julgamento separador do bem e do mal: silêncio! O silêncio mental decorrente da nossa abdicação do julgamento separador do bem e do mal em nós e à nossa volta é o “nascer de novo” referido por Jesus, em João (3:3): “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” Ou seja, conheceremos a plenitude que somos verdadeiramente e nos libertaremos de medos e de desejos, quando retornarmos à inocência não julgadora anterior ao nosso nascimento: esse é o sentido da expressão bíblica “nascer de novo”. Pois, quando nos livrarmos de expectativas, nada temeremos ou desejaremos. Então nossa calma se refletirá em nossa linguagem, a qual se tornará pausada de silêncios reveladores da Presença Verdadeira. A nossa sistemática análise julgadora cerebral é separadora e nos prende ao passado, ao utilizar dados já consolidados e, portanto, posteriormente ao instante zero das respectivas ocorrências. Assim nos impede de presenciar a própria vida, que é o agora e que também é Deus. A partir daqui, já podemos saber que tudo o que acontece à nossa volta é apenas reflexo dos equívocos e irrealidades criadas pela nossa divagação meramente maquinal e cerebral. Aquilo que é real existirá para sempre, porque não depende do tempo para existir. Quando nada do que vemos à nossa volta estiver mais aqui, restará o plácido, infinito e atemporal agora: o “Nada-cuja-capacidade-criativa-é-infinita”, no sentido de ser imaterial a nossa essência genuína. Ou seja, nós mesmos ainda estaremos aqui. Ainda não podemos admitir que qualquer forma de privilégio, mesmo aquele solicitado a Deus através de orações, em verdade, seja uma camuflagem para um tipo de prejuízo aos membros da nossa própria espécie. Como Deus poderia escolher beneficiar alguém em detrimento de outro, sendo o conceito de Deus justiça perfeita, onipresente, onipotente e onisciente? Ora, Deus não privilegiaria alguém meramente porque essa pessoa se julgasse portadora de uma “fé” superior à dos demais. Na verdade, sabemos não se tratar de fé genuína, mas da pretensão egocêntrica de que pudéssemos ser portadores de um tipo de “dom de pedir” mais eficiente. Muitas pessoas foram induzidas a pensar que se tratasse de uma genuína fé, mas já podemos conceber tratar-se apenas da oscilação da “gangorra” egocêntrica. Quando então, em nossa passagem inevitável pelo ramo ascendente da dupla espiral do ego, sentimo-nos portadores da capacidade de conjurar poderes esotéricos. Ainda desconhecemos que nossas súplicas por proteção e por privilégios individualistas aumentem a separação em nós mesmos e entre nós e os demais mortais. Há 2.000 anos a humanidade condenou e crucificou Jesus de Nazaré. Desde então já deveríamos saber que nossa impressão dos fatos é equivocada. Jesus volta ao mundo a cada dia, porque somos um: Ele nasce em cada criança. Mas continuamos a crucificá-Lo em nossos iguais. Não existe um ser humano que não faça maledicência do próximo. Maldizemos até o clima, embora não haja sequer um ser humano que não presuma que o clima seja da autoria de Deus. Somente no último século, as guerras, os atentados terroristas e os assassinatos levaram o ser humano a matar mais de cem milhões de pessoas. Tamanha destrutividade recebe o acréscimo de outros inúmeros atos violentos, como assaltos, torturas, calúnias, enganações, perseguições, e muitas outras atrocidades cometidas pelo homem contra os seus semelhantes e contra os animais, culminando na cruel destruição deste planeta. A minoria situada na cúpula do domínio planetário detém o conhecimento do nosso segredo: o medo de estar em risco de aniquilação impresso em nosso Sistema Operacional de Separação e de Autonomia, ou ego. Isso lhe garante a estratégia infalível, com a qual tem se mantido no domínio da imensidão populacional de todo um planeta, por todas as eras. Aqui, percebemos onde se encaixa o papel das inúmeras religiões distribuídas por toda superfície terrestre, as quais são isentas de taxação tributária pelos governos. São inúmeras, mas contribuem para o mesmo objetivo de garantir a alta lucratividade do Sistema que se mantém na Dominância Planetária. São inúmeras para dar a falsa impressão de liberdade e de livre arbítrio, enquanto mantêm a imensa força da maioria populacional dividida, enfraquecida e submissa, sustentando a minoria corrupta. Jamais encontraremos fora aquilo que se encontre somente dentro de nós mesmos. A humanidade ainda se encontra no estágio estreito de percepção da verdade. Por isso, acreditamos num deus exterior, concessor de privilégios, solucionador de questões de origem egocêntrica, separador e contrário à Verdadeira Existência Una e Indivisível. Essa crença infantil nesse deus egocêntrico decorre da impressão humana de separação e de autonomia. Infelizmente, essa é a crença que o Império Egocêntrico Mundial incita, através das religiões (todas elas são dispensadas das arrecadações dos governos), enquanto permanece no domínio e na escravização da vasta humanidade inconsciente. Mas quando as pessoas, situadas no topo da "pirâmide" que comanda a humanidade, despertarem da inconsciência de nós mesmos, descobrirão que obterão lucros infinitamente maiores na união. Todos ou nenhum: Nova Era. Nascemos com a absurda expectativa de urgência no atendimento de nossas necessidades. A impossibilidade de satisfação da nossa absurda expectativa de atendimento, sem esperas, imprimiu em nosso Sistema Operacional a suspeita de determos um defeito e de sermos inviáveis, deixando-nos emaranhados pelo constante medo da aniquilação e pela constante busca de provas do nosso valor. Tornando-nos também os salvadores de plantão, pois esse é um dos modos de provarmos a nossa validade. Entretanto, assim permanecemos girando dentro do mesmo circuito fechado e egocêntrico. Entretanto, quando percebermos o comando da Imagem Idealizada no estabelecimento do caos contemporâneo, desistiremos da falsidade de nos colocarmos como criaturas inofensivas e injustiçadas, que buscam um salvador para fazer tudo por nós, enquanto nos alternamos no papel do salvador “de plantão”, aquele que sabe a fórmula correta para a vida alheia. Então ingressaremos num estágio um pouco mais avançado de abertura na percepção de nós mesmos, que é o do ateísmo. Deixamos de ser medrosos, e desistimos de suplicar a um deus para solucionar pequenas questões egoístas. Aqui, já somos capazes de nos responsabilizar pelos equívocos das nossas histórias de vida. Desse modo, diminuímos o jugo da Imagem Idealizada sobre as nossas atitudes, garantindo-nos a distensão da nossa presença no agora, pois, livres do nosso algoz nos permitiremos aceitação e boa vontade a cada momento da nossa história de vida. A partir daqui, começaremos a descortinar os motivos que impedem o ser humano de se orgulhar de si mesmo. Ao aprofundarmos um pouco mais a nossa percepção de nós mesmos nos perguntaremos: por que os desastres ambientais e sociais que vemos diariamente na televisão não nos deixam cheios de desespero? Começaremos a compreender por que assistimos inertes às tragédias humanas da fome e da miséria em sucessivas imagens nos noticiários televisivos. Então começaremos a perceber a existência do entorpecimento que nos mergulha numa felicidade ilusória, a qual esconde a realidade representada pela desordem e pelos ecos da humanidade. Também começaremos a perceber um sentido sádico e cruel que se esconde no Inconsciente Coletivo, com o qual nos mantemos em sintonia, em consequência da separação promovida pelas nossas Imagens Idealizadas. Ao percebermos os paradoxos do mundo civilizado, poderemos compreender que eles decorram do nosso aprendizado perturbado, a partir da ignorância daqueles que se situam na liderança do mundo. Apesar de nossa formação acadêmica, permanecemos desconhecedores da nossa inerente condição contraditória humana. Tal clareza a nosso respeito descortinará a nossa Imagem Idealizada. Sobretudo é possível a afirmação de que nos reinventaremos a partir da conscientização sobre nós mesmos. Em todo o Globo Terrestre está se expandindo a abertura da perceptividade da Nossa Verdade e do Elo Vital que nos une no agora, garantindo-nos acesso ao Consciente Coletivo, conferindo-nos o acesso à inteligência infinitamente maior contida em nossa união. Nesse estágio avançado, nosso cérebro permanecerá em seu relevante papel de principal ferramenta humana para a consolidação da instalação do nosso programa de separação e de autonomia, mas nos moveremos motivados pela nossa percepção do Elo Vital Criativo a perfazer a nossa comunhão. Ao atingirmos a dimensão mais abrangente da abertura da nossa percepção de nós mesmos, nos colocaremos esvaziados de medos e desejos egoístas e compreenderemos que sempre fluímos com a vida e que nunca houve o êxito individualista ou a culpa pessoal. Esvaziados de medos, preocupações, desejos e súplicas infantis, ou seja, esvaziados da Imagem Idealizada, alcançaremos presença em Nossa Verdade em sintonia com o Consciente Coletivo. Nessa dimensão de grande abertura da percepção da Nossa Verdade, teremos a compreensão de que a aceitação, a boa vontade e a coragem no enfrentamento das dificuldades que encontramos durante os desdobramentos de cada momento das nossas histórias de vida, garantem-nos a sintonia benéfica com o Consciente Coletivo. Ao assumirmos uma postura de aceitação ao presente, faremos alinhamento com as forças universais de abundância. Então alcançaremos a certeza de não haver nada a temer -- Plenitude. Ao percebermos a nossa Interconexão, ficaremos esvaziados de desejos, de medos, e dos nossos habituais padrões egocêntricos congestionados de preocupações. Então desistiremos de qualquer expectativa a ser atingida. Então nos perceberemos totalmente livres. Assim, em paz, acessaremos nosso estado calmo e assertivo. É assim que atingiremos os melhores resultados para cada situação a ser enfrentada em nossas histórias de vida. Místicos estudiosos da Bíblia já disseram que o grande milagre bíblico representado pela abertura de um caminho por entre as águas de um mar é apenas uma metáfora para o verdadeiro grande milagre que libertará a humanidade do cativeiro imposto pelos nossos egos – a abertura da nossa percepção da Nossa Verdade, através da nossa transcendência do ego. Todo ser humano, ao nascer neste mundo, tem mesmo que ingressar no ego. Depois de algum tempo ou décadas, à medida que experimentarmos os inevitáveis dissabores impostos pela imaturidade egocêntrica, testemunharemos dentro de nós a existência dos nossos egos. Então através do autoconhecimento, atingiremos a abertura da percepção da Nossa Verdade. Pois nossos egos devidamente testemunhados suspeitarão haver mais na vida do que a perseguição de desejos materialistas insaciáveis e do que a busca por proteção contra medos intermináveis, e desejarão a transcendência de si mesmos. É através da transcendência do ego que atingiremos a abertura da percepção da Nossa Verdade. Então ficaremos iluminados pela verdade e livres de qualquer egoísmo. Assim, através da nossa interconexão, iremos influenciar a todos os demais a também perceberem a Nossa Verdade, numa maravilhosa cascata que não terá fim. Então quando nos sintonizarmos com o silêncio e com a abundância cósmica, perceberemos que o universo nos acolhe, perceberemos tudo como deve ser. A maior revolução jamais vista é a que ocorre na alma humana em decorrência da abertura da percepção consciente no agora ou iluminação espiritual. Ela nos permite saber que somos indestrutíveis e que existiremos sempre. É revolucionário, já que por deixarmos de temer o engodo representado pelo risco de aniquilação, descortinamos a coragem resultante do nosso saber de que podemos morrer por uma boa causa -- este é o sentido do Verdadeiro Ser Eterno que somos. Numa condição assim, quem poderá nos escravizar? O despertar humano em grande escala irá transformar o mundo que conhecemos, de forma jamais imaginada. Não poderíamos reconhecer a Plenitude que nos preenche e que nos forma, sem o meio de contraste representado pela ilusão de limitação material. Afinal, não podemos saber o que é Plenitude onde apenas Ela exista. Os corpos celestes longínquos e espalhados na imensidão sideral são pontos de referência que nos permitem conhecer as distâncias astronômicas entre eles, conferindo-nos a noção da grandeza da Existência Verdadeira que somos. A profundidade dos oceanos. A extensão dos céus entrecortada pelo voo das aves e pelo colorido das nuvens. Os horizontes distantes contendo os imensos espaços entre eles. Tudo concorre para nos permitir imaginar a medida de grandeza da Verdadeira Potência Interconectada que somos em nossa união indivisível de amor. Não saberíamos o que é luz se somente ela existisse. Pois, para alguém saber o que é luz, precisa antes ter presenciado a sua ausência. Como saberíamos o que é o silêncio, se não houvesse o som? Não sabemos bem o que acontece, mas sentimos um grande bem estar ao ouvirmos uma música. A nossa paixão pela música acontece, devido à nossa percepção da Presença Verdadeira Silenciosa se revelando nas pausas entre as notas musicais. E se o tempo não passasse? Como alguém saberia o que significa a eternidade e a atemporalidade? A finitude da vida é o contraste que nos permite conhecer a Essência Atemporal que somos verdadeiramente. Como reconheceríamos a incondicionalidade do amor verdadeiro, onde não houvesse a discórdia? O nosso mundo repleto de conflitos é o maravilhoso meio de contraste, no qual a Consciência Infinita torna evidente a grandeza do Seu amor incondicional a tudo. A Lua Cheia refletida na água parece muito real, mas é apenas um reflexo da Lua no céu. Assim também, o nosso mundo parece ter realidade própria, mas é um reflexo projetado pela essência criadora que somos. Como se um programa de computador fosse inserido na Consciência Infinita que verdadeiramente somos e, que assim passasse a projetar um tipo de realidade virtual com aparente concretude e ilusória veracidade. A Essência Unificada, que genuinamente somos, é plena e complacente, nada desejando e nada repelindo ou temendo. Portanto, não conhece em Si Mesma qualquer tipo de troca. Ela possui preenchimento total, não restando nenhum desnível, no qual fosse possível haver um tipo de necessidade ou permuta. Contudo, a limitação material nos permite desfrutar da dinâmica troca de papéis, nos quais ora somos os doadores, ora somos os receptores do amor e de todos os sentimentos que essa dinâmica troca nos confere. Todavia, em nossa aventura terrena, sentimo-nos medrosos e ao mesmo tempo fazedores. Sentimo-nos responsáveis pelo controle da vida. Não obstante tudo isso, já podemos saber que todos os dramas da vida humana se resumam a um mirabolante meio de contraste no qual a nossa plenitude se revela para nós: êxtase. Enquanto não formos capazes de nos abstrair da materialidade ilusória para olharmos diretamente para a essência genuína e imaterial que nos constitui, manteremos a impressão de que a gradação do nosso sofrimento seja crescente. Mas, de fato, nada acontece: somente existe a plenitude, que é a vida única. É impossível ao nosso cérebro pensar em algo que não conheçamos. Só podemos pensar em algo que tenhamos conhecido no passado, mesmo se for o segundo que acabou de acontecer. Nosso cérebro jamais encontrará o Incomensurável, pois Ele se renova de momento a momento. Cada desdobrar do agora permanece sempre novo, jamais sendo nosso conhecido, uma vez que ao chegarmos a conhecê-lo, ele já terá deixado de ser o agora, e já terá se tornado o passado. Apenas nos é possível o profundo desfrute de rápidos flashes de presença no agora, quando, por breves instantes nos abstraímos da sistemática análise cerebral e do contínuo julgamento separativo do bem e do mal em nós e à nossa volta. Mas a nossa consciência da presença de cada flash de acesso ao agora ilumina nossos recônditos mais íntimos e nos mantém em nossa inocência não julgadora e não separadora entre bem e mal: cascata da expansão da percepção consciente no agora. Disciplina, renúncia, desapego, rituais, virtudes, são processos do cérebro: nosso cérebro somente pode nos levar à repetição do passado conhecido. A verdadeira segurança e a verdadeira paz somente poderão ser encontradas quando o nosso cérebro se colocar profunda e inteiramente silencioso. Mas esse silêncio não pode ser conseguido por meio de sacrifício, sublimação ou repressão. Quando o cérebro deixar de buscar, esse silêncio virá: quando nos libertarmos do "processo do vir a ser", sem nada buscarmos, por termos atingido o entendimento que nos faz nada ter a desejar ou a temer. Mas esse Silêncio continuará desconhecido pelo cérebro, porque o cérebro o registrará como memória, mas Ele é novo de momento a momento, nunca se transformando em passado ou em memória. O cérebro só pode estar silencioso quando não está analisando, comparando, denominando, discriminando e armazenando na memória ou no inconsciente. Somente na espontaneidade, livre de todo anseio, o Incomensurável que verdadeiramente somos se desvelará para nós. A Realidade Maior não tem continuidade: Ela se renova, de momento a momento, sendo sempre original. O que tem continuidade é o velho passado se repetindo e não sendo possível haver originalidade. Desejamos dar continuidade à sensação de liberdade experimentada em nosso flash de presença no agora. Mas sem saber, O transformamos numa lembrança interpretada a partir dos condicionamentos da personalidade ou ego: um obstáculo à espontaneidade. É a espontaneidade que nos torna permeáveis à percepção do brilho, do cheiro e de todo o som presente no instante zero do incomensurável e sempre novo agora. Quando falamos, sempre nos baseamos em experiências passadas, mas elas não são mais realidade: a realidade é inefável.Uma oração diligentemente repetida, uma prática ou um mantra iogue não podem nos levar ao desconhecido. Essa realidade inefável não pode ser captada por nossa vontade. Mas quando nosso cérebro estiver silencioso, sem nada a temer ou a desejar, por ter atingido o entendimento supremo representado pelo autoconhecimento integral, que significa reconhecermos em nós toda a multiplicidade de aspectos que compõem um ser humano, aí poderemos presenciar o Novo. Entretanto, nosso cérebro imediatamente reassumirá o controle e transformará em memória a nossa sensação de liberdade conferida pela nossa percepção do Nada-Que-é-Tudo, transformando-a em algo conhecido e velho. A oração apazígua o ritmo incessante dos nossos pensamentos pretensamente controladores dos rumos da vida. Com a oração, acreditamos que a ajuda pedida já esteja nos amparando. Então ficamos calmos e confiantes. Da mesma forma que ficamos quando apenas nos entregamos ao Nada-que-é-tudo, sem expectativa alguma, por nos sabermos em unificação total. Com a oração, resgatamos o nosso estado calmo, assertivo e não julgador do bem e do mal. Por um curto momento! A duração de seus efeitos é curta, porque a oração não envolve o devido esclarecimento das nossas partes obscuras, para que resgatemos a nossa integridade iluminada e não julgadora do bem e do mal -- a inocência que, segundo Jesus, nos permitirá adentrar o reino dos céus. Em Lucas, no Novo Testamento da Bíblia, Jesus respondeu à pergunta de Nicodemos acerca do que seja necessário para irmos para o céu. Ele respondeu que, primeiramente, teremos que nascer de novo. Ou seja, teremos que voltar a ser tão inocentes e tão sem julgamentos, quanto o é uma criança no ventre materno. Mas falamos aqui sobre orações. Elas, muitas vezes, em longo prazo, podem aumentar a idealização tirana de nós mesmos. Portanto, nesse caso, se torna mais um fator contribuinte para o crescimento da inconsciência de nós mesmos. É grave, quando isso acontece, porque nossa estagnação inconsciente nos envenena e nos leva a virar um tipo de Frankenstein autodestruidor e destruidor da capacidade que ainda tem este planeta de abrigar a vida. A experiência transcendental do Novo ocorre num tipo de flash de percepção, porque no instante a seguir, nosso cérebro reassumirá o controle e transformará o momento em memória, mas isso é passado conhecido e, portanto velho. Por isso, Aquilo-que-é permanece eternamente novo e desconhecido. Lao Tzu disse: “Quando o tipo mais elevado de pessoa ouve o Tao, tenta arduamente viver de acordo com ele. Quando o tipo medíocre ouve o Tao, parece estar consciente e, ainda assim, está inconsciente dele. Quando o tipo mais inferior ouve o Tao, irrompe numa sonora gargalhada: se ele não fosse digno de riso não seria o Tao.” Portanto, segundo Lao Tzu, são basicamente três os níveis de gradação da abertura da perceptividade humana da coisa linda que é a verdadeira realidade: aqueles que transcenderam o cérebro por terem ido além do ego, aqueles que não chegaram ao cérebro por terem nascido com déficit cognitivo, e aqueles que vivem no cérebro por terem nascido com alto potencial intelectual, tornando-se apenas eruditos. No caso dos eruditos, o alto desenvolvimento intelectual permite que percebam embutido nas palavras algo sutil. Percebem nas entrelinhas um sentido sublime, além do significado literal. Mas não compreendem que sentido abstrato seja esse, por se manterem presos ao raciocínio cerebral, não ultrapassando o nível meramente cerebral. Estacionados no raciocínio cerebral, permanecemos analisando e denominando tudo por categorias do tipo “isto e aquilo”: "isto é bom, aquilo é ruim", "isto é superior, aquilo é inferior", "isto é virtude, aquilo é pecado". Todavia, para atingirmos a unidade temos que transcender a análise cerebral. A unificação no agora acontece quando nos dissolvemos na realidade à nossa volta, sem nenhuma análise ou julgamento, tornando-nos um com todos, sem nenhuma exceção. Uma pessoa nascida com déficit cognitivo e baixo potencial intelectual, não construirá um ego e não chegará a se sentir no estado de separação: ela continua com um sentimento de unidade. Uma pessoa despojada da capacidade analítica cerebral não irá efetuar o julgamento separador, o qual nos fragmenta e nos deixa pretensiosamente distintos e separados. Ela tem uma inocência que nos encanta. Por isso, muitas vezes, podemos venerar um possuidor de déficit cognitivo como se ele fosse um sábio. Mas o contrário também pode acontecer: podemos achar que um sábio seja um idiota. Em um ponto, aquele que transcendeu o cérebro indo além do ego, assemelha-se àquele que não atingiu o potencial cerebral por ter nascido com déficit cognitivo: ambos não estão aprisionados pela sistemática análise cerebral. Portanto, ambos não se encontram divididos pela segregação promovida pela análise e pelo julgamento separativo do bem e do mal: ambos estão em estado unificado no agora. Ambos dão risada ao ouvir falar da verdade. O primeiro porque compreendeu a sutileza e a simplicidade Daquilo-que-é. O segundo porque vive mergulhado na unidade e não pode compreendê-la: é a mesma situação do entendimento do que seja água para um peixe. O pretenso entendimento do erudito o faz se sentir separado e muito distante, num pedestal acima dos demais seres mortais, reforçando a separação dentro de si mesmo e à sua volta. Mas ele não percebe que o seu poder mental promove a divisão e o caos no mundo físico. Mas, em estado silencioso e alerta, podemos olhar à nossa volta com todo o nosso ser e não apenas com a nossa porção intelectual. Então a verdade se desvelará para nós e nunca seremos novamente o mesmo: é como se alguém passasse a perceber a luz, tendo antes vivido na escuridão. Não importa onde esteja a pessoa desperta, ela sempre perceberá o chamado da Sutil e Verdadeira Realidade. Aquela que está presente sempre – nós é que “A” percebemos, ou não. É espontâneo: não há um caminho a ser percorrido para atingi-La. Por isso, não é necessário seguir um guru ou uma religião. Pois as venerações exteriores reforçam a cadeia que nos aprisiona neste estágio de baixa percepção do Elo Vital -- Aquele que nos une na vida única.
Posted on: Tue, 02 Jul 2013 14:21:15 +0000

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