Carta de Dom Bruno às comunidades. Irmãos e Irmãs em - TopicsExpress



          

Carta de Dom Bruno às comunidades. Irmãos e Irmãs em Cristo,Sacerdote, Agentes e Povo de Deus, Na iminência do início do novo Ano Litúrgico, dirijo-me a vocês para desejar-lhes uma santa preparação e engajamento na Campanha da Evangelização e na vivência do Santo Natal que auguro seja muito feliz e cheio de encontros de paz. Desejaria mesmo que todos fossem animados de espírito de fraternidade e compreensão, pois festejar o Natal com o ânimo cheio de diferenças e exclusões não faz sentido. Devemos estar sempre atentos aos “sinais dos tempos” e saber interpretá-los com a sabedoria que vêm do Espírito Santo que nos assiste com seus dons. “ Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos, renovando vossa maneira de pensar e julgar, para que possais distinguir o que é da vontade de Deus, a saber, o que é bom, o que lhe agrada, o que é perfeito” (Rom. 12, 2). A nossa Igreja Católica está passando por um período novo, de “constante renovação” como nos disse no dia 10 de novembro de 2013 o Papa Francisco e esta novidade deve se tornar realidade também na Diocese de Ji-Paraná. Tive esta preocupação desde o início de minha missão nesta Igreja Particular e o Papa veio a me confirmar isso. Por esta razão, desde a minha chegada, procurei sempre: “ Ler os sinais dos tempos para tornar a nossa Igreja atualizada com os tempos de agora”. À luz do documento de Aparecida, procurei reforçar os quatro eixos: - a experiência religiosa como encontro pessoal com Jesus Cristo por parte de todos os fiéis. - a vivência comunitária onde os membros de uma comunidade eclesial fossem co-responsáveis em seu desenvolvimento permitindo maior compromisso e entrega na e pela Igreja. - a formação bíblica-doutrinal que junto com uma forte experiência religiosa fizesse acontecer em nossos fiéis o conhecimento da Palavra de Deus e os conteúdos da fé. - o compromisso missionário de toda a comunidade que sai ao encontro dos afastados, interessa-se por sua situação a fim de reencantá-los com a Igreja e convidá-los a retornarem para ela. (Doc. Ap. nº226) Nas Assembléias diocesanas, comecei a exigir um planejamento mais detalhado das atividades pastorais, sempre reservando um tempo de reflexão sobre um tema de atualidade. Na última, deste ano, refletimos sobre o documento da CNBB: “Comunidade de Comunidades ; uma nova Nova Paróquia”. Este documento será fonte de estudo em todas as paróquias e comunidades para apresentar sugestões à CNBB para a Assembléia Geral dos Bispos em 2014. Na escolha das prioridades, foi desejado um maior empenho na formação junto às várias Pastorais. Percebi a necessidade de reestruturar a economia da Diocese que permitiu maiores investimentos em cursos de formação no Centro Diocesano, reforma dos seminário menor, início da construção do Seminário maior em Cuiabá, da cúria ... sem pesar no ratéio das Paróquias e sem pedir recursos no exterior. As paróquias que, devido às dívidas, não podiam se organizar para novos projetos, começaram a sentir maior apoio da Diocese e em pouco tempo sanearam suas contas e começaram a promover mais as comunidades em suas necessidades estruturais e na formação das lideranças. Lamento que algumas comunidades não estejam caminhando na comunhão e partilha generosa com as demais. É um grande desafio que nos é proposto. Infelizmente não conseguimos avançar na comunicação. Por motivo de processos à TV Rede Vida, bem conhecidos por todos. Fomos proibidos pela Anatel de produzir nossos programas pois a Rede Vida podia somente transmitir o sinal. Fizemos contrato com a TV Nazaré, para continuar no ar, porém as dívidas que chegaram aos R$ 300.000,00 obrigaram o Conselho Econômico. Presbiteral e Pastoral a tomar a decisão de fechar. Atualmente estamos retransmitindo os sinais das duas televisões arcando com os custos de manutenção. Nas minhas visitas nas Paróquias encontrava pacotes do jornal diocesano “anunciando e defendendo” amontoados nas secretarias e perguntava por que não era repartido entre o povo, ao que os padres e as secretárias me respondiam que não havia o menor interesse. Procurei, então, criar um Informativo que pudesse levar as notícias e mensagens de uma forma mais rápida e atraente. Surgiu o Informativo Diocesano atual que, a quanto estou percebendo, também não suscita muito interesse. Também o nosso site na Internet não encontra pessoas disponíveis para alimentá-lo. O nosso povo não tem o hábito de ler. Sabemos muito bem que também a Igreja deve fazer a sua política. Na minha chegada encontrei muitas situações críticas de relacionamento com as autoridades, lutas políticas e desencontros lamentáveis que geravam ameaças, divisões e processos. Escutando o Povo de Deus e meus agentes, resolvi partir para o diálogo evitando confrontações nem sempre oportunas nas mídias. A partir deste momento tivemos respeito e colaboração para o bem de nossas comunidades e projetos. Hoje a nossa Igreja Católica é respeitada e chamada a indicar caminhos que levem para a melhoria da situação da nossa população. Infelizmente alguns dos nossos irmãos não entenderam ainda que os tempos mudaram e que fazer guerra não leva a nada, antes gera focos de desentendimentos e falta de caridade. Não estamos sozinhos nesta proposta de construir uma nova Igreja como quer o Papa. “ Os leigos também são chamados a participar na ação pastoral da Igreja, primeiro com o testemunho de vida e, em segundo lugar, com ações no campo da evangelização, da vida litúrgica e outras formas de apostolado, segundo as necessidades locais sob a guia de seus pastores. Estes estarão dispostos a abrir para eles espaços de participação e confiar-lhes ministérios e responsabilidades em uma Igreja onde todos vivam de maneira responsável seu compromisso cristão.” (Apar. Nº 211) Em nossa Igreja particular de Ji-Paraná podemos contar com estes leigos? Quanta dificuldade para encontrar catequistas, ministros extraordinários dos sacramentos, funcionários curiais, pessoas preparadas pela própria Diocese para assessorar encontros de formação etc. Deparamos muitas vezes com pessoas boas, mas em situação irregular de vida: separados/as, de segunda união, distanciadas da vida comunitária... que por não se identificar com as leis da Igreja não podem exercer ou receber os sacramentos e colaborar mais propriamente nas ações pastorais.. A Igreja Particular de Ji-Paraná sempre se preocupou em regularizar estas situações para aliviar o sofrimento espiritual destas pessoas oferecendo a regularização através do processo canônico dirigido à Cúria Diocesana. Temos falta grave de agentes, sacerdotes e irmãs.. Os/as jovens hoje têm dificuldade de assumir um chamado radical à vida religiosa devido às mudanças econômicas e sociais da família e sociedade. Às vezes encontramos irmãos e irmãs que contestam tudo em nome de uma ideologia. Contestam o Papa, o Bispo, os Padres, a comunidade em suas decisões, mas não oferecem momentos de diálogo e reflexão construtiva. Choram as cebolas do Egito e a saudade dos tempos nos quais quem mandava era o revolver, ou o grileiro, ou o partido político. O Papa Francisco ao qual todos hoje se referem para defender as suas idéias progressistas e contestatórias dizia isto no dia 17 de outubro deste ano: “OS CRISTÃOS IDEOLÓGICOS SÃO UMA DOENÇA GRAVE”. E segue dizendo em seu discurso:”A fé passa, assim para dizer, por um alambique e se torna ideologia. A ideologia não convoca. Nas ideologias não há lugar para Jesus: a sua ternura, amor, carinho. As ideologias são sempre rígidas, sempre. A cada sinal, rígidas. E quando um cristão vira discípulo de uma ideologia, perde a fé: não é mais discípulo de Jesus, é discípulo desta atitude de pensamento, deste... E por isso Jesus lhes diz: “Vocês levaram as chaves do conhecimento”. O conhecimento de Jesus transformou-se num conhecimento ideológico e também moralista, porque estes fechavam a porta com muitas prescrições.” “ A fé vira ideologia e a ideologia espanta. A ideologia afugenta as pessoas, distancia, distancia as pessoas e distancia a Igreja das pessoas. Portanto, a ideologia dos cristãos ideológicos é uma doença grave. É uma doença, mas não é nova, eh? O Apóstolo João, na sua primeira carta falava disto. Os cristão perdem a fé e preferem a ideologia, assumem atitudes de: rigorosos, moralistas, eticistas, porém sem a bondade. E a pergunta pode ser esta: “ Porque o cristão pode ser assim?” O que acontece no coração do cristão, do sacerdote, do Bispo ou do Papa que tem estas atitudes? Simplesmente uma coisa: aquele cristão não reza e se não tem oração, você fecha a porta. Estes não rezam, abandonam a fé e a transformam em ideologia, moralista, casuística, sem Jesus. Quando um profeta ou um bom cristão o admoesta, fazem como fizeram com Jesus: “ Quando saiu Dalí, os escribas e os fariseus começaram a tratá-lo com raiva – estes ideólogos têm raiva – e a provocá-lo sobre muitos argumentos, insidiosos, pra surpreendê-lo nalguma palavra saída de sua boca”. Não são transparentes, pobres coitados. São pessoas sujas pela soberba. Peçamos a Deus a graça, em primeiro lugar: não cansar de rezar para não perder a fé e permanecer humildes. Assim não estaremos fechados como pessoas que fecham a estrada ao Senhor”. ( Papa Francisco – 17 de outubro de 2013). “Queridos irmão e irmãs. Este é o tesouro do continente Latino-Americano; este é o patrimônio mais valioso: a fé em Deus Amor: esta é a vossa força que vence o mundo, a alegria que nada e nem ninguém vos poderá arrebatar, a paz que Cristo conquistou para vós com sua Cruz! Esta é a fé que fez da América Latina o “Continente da Esperança”. Não é uma ideologia política, nem um movimento social, nem tão pouco um sistema econômico; é a fé em Deus Amor, encarnado, morto e ressuscitado em Jesus Cristo, o autêntico fundamento desta esperança que produziu frutos tão magníficos desde a primeira evangelização até hoje”. ( Apar. Discurso do Papa Bento XVI). Hoje a Igreja de Ji-Paraná sofre com várias incompreensões, acusações, mentiras e calúnias de algumas pessoas que querem atingir a pessoa do Bispo. Digo a elas que sempre fui disponível ao diálogo e nunca tomei decisões sozinho, mas de acordo com o caminho da Igreja e as diretrizes da CNBB e nunca tive e não tenho a intenção de ofender ninguém. Infelizmente alguns não tiveram a dignidade de promover um diálogo, mas aproveitando a decisão da Comunidade São João Bosco de construir a sua nova Catedral, projeto que vem desde 2005 quando era Bispo Dom Antônio Possamai, se alteram a juízes de uma decisão amplamente discutida e decidida pela Comunidade. Digo a essas pessoas: convertam o coração tão cheio de soberba e de egoísmo e não adoeçam numa ideologia que já está por demais superada. Olhem para os novos tempos do nosso Brasil que está em grandes mudanças e saibam ler com inteligência os sinais dos tempos presentes. Desejo a todos e a mim em primeiro lugar, um caminho de conversão neste Advento, em preparação ao Santo Natal e que possamos encontrar naquela noite gloriosa o aperto de um abraço fraterno, um coração pronto ao perdão e uma vontade de acolher Jesus para caminhar com ele para a Nova Evangelização. Com paternas bênçãos. +Dom Bruno Pedron sdb – Bispo Diocesano de Ji-Paraná - RO
Posted on: Fri, 22 Nov 2013 02:25:36 +0000

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