Caríssimo e Ilutríssimo Srº Datena Chamo-me Maria Aparecida - TopicsExpress



          

Caríssimo e Ilutríssimo Srº Datena Chamo-me Maria Aparecida Aires. É com grande pesar que escrevo esta carta esperando uma pronta resposta sua. Moro nas proximidades da cidade de Corumbá, próximo a Bolívia onde tenho uma fazenda chamada “Machado de Ouro”. Eu vivia em Campo Grande com meus filhos e netos, mais vinha sempre para a fazenda passar uma temporada. Tinha um filho chamado “Rafael Aires da Silva”, era meu braço direito com apenas 32 anos, terá pai e tinha 04 filhos menores. Viemos para Corumbá nos meados do mês de Janeiro deste ano, onde íamos morar definitivamente na fazenda. Seria eu Mari Aparecida Aires, meu filho Rafael Aires da Silva e meu neto de 12 anos também chamado Rafael. Quando foi no dia 25 de Janeiro uma mulher de Corumbá, conhecida por nome de Gil ligou para ele na fazenda, insistindo para ele ir busca-la na cidade. Ele foi, trouxe-a para a fazenda, onde ela trouxe bebidas alcoólicas, ela já era avisada que ele não podia usar álcool porque tomava remédios psicotrópicos. Eu não ouvi nenhuma discussão onde Gil saiu de casa, nos trancou dentro e chamou a policia, Gil se afastou da casa mais ou menos uns 200 metros. Chamou a policia militar de Ladário e Corumbá. Ela disse aos policiais que ele estava batendo em mim e no filho dele, onde isto não aconteceu. Os militares invadiram a fazenda. Eles se posicionaram no escuro, mais ou menos uns quatro elementos com fuzis. Ele estava dentro do carro à procura dela um palio cinza da minha propriedade. Eu implorava para que eles não atirassem em meu filho. Ele saiu do carro com uma arma sem munição abaixada. Rafael recebeu vários tiros na minha frente e do seu filho de 12 anos, ele foi fuzilado pelos policiais militares. Neste instante a Gil apareceu na porta da casa por fora e Rafael já estava caído, não me deixaram se aproximar do seu corpo, diziam que ele estava em estado de choque e iriam socorrê-lo. Pediram-me para abrir o portão que estava trancado. Pegaram Rafael pelas pernas e pelos braços e jogaram na viatura. Eu tinha esperança dele estar vivo. Eu coloquei uma roupa, peguei o carro e sai atrás da viatura com o Rafael de 12 anos e a “tal Gil” que nos trancou dentro de casa. Quando cheguei ao hospital tive o maior susto, o médico me disse que ele tinha ido a óbito. Todos os policiais estavam no pronto socorro. Eu fiquei louca e disse a eles que haviam executado meu filho, no momento do desespero os chamei de assassinos, eles me mandaram calar a boca. Tinha um senhor com eles conversando, quando viu que eu estava meio alterada me tirou do meio deles, e me pediu para acompanha-lo até a Delegacia Civil de Corumbá, quando chegamos esta pessoa desapareceu me deixando no maior pranto. Eu estava sem um parente por perto, nesse meio tempo apareceu um Agente Civil me acalmando, tentando me confortar. Falaram-me que eu ia depor na Delegacia Civil de Ladário, a Delegada me chamou na sala e me disse que eu não devia ocultar nada. Os policiais já haviam lhe dito tudo, eu nervosa levantei e sai, ela obrigou meu neto de 12 anos a depor o que tinha assistido. Eu fui à funerária ao meio dia, transformada a resolver tudo sobre o velório. Voltei para a fazenda dopada de remédios com um pastor e sua esposa, meus parentes eram todos de Campo Grande e levariam sete horas até chegar a Corumbá. E agora? Eu sem meu filho querido, companheiro, meu braço direito. A fazenda virou um cemitério de tristezas, saiu em alguns noticiários que um confronto. Com um confronto? Várias pessoas com armas pesadas, contra uma pessoa indefesa. Eles não tinham que ter matado meu filho, fizeram por crueldade e abuso de autoridade. Era uma propriedade dele e minha, eles não tinham que ter invadido pulando cercas e porteiras. Aqui o caso deu por encerrado, estou desacreditada com a justiça e a lei do nosso país, morreu? Morreu. Foi apenas mais uns policiais podem chegar e matar? Peço misericórdia, quero que o Brasil inteiro saiba desta historia massacrante, não há leis pra policiais? A minha vida acabou, eu que tenho 7 netos. O Rafael tinha 4 filhos como havia dito e tenho que sustenta-los agora sozinha., sou viúva. A dor, a saudade é muito grande, olho para meus netos, inconformada. A crueldade foi muito grande. Eles não tiveram coração. Peço humildemente misericórdia ao senhor que tudo que o senhor achar certo, diga. Só tenho o senhor a meu favor. Todos me dizem para eu esperar e colocar uma pedra em cima. Justiça divina será feita, justiça dos homens eu não acredito. Sou evangélica, o Espirito Santo está me mantendo de pé. Ás vezes eu penso que tudo isso é um pesadelo, até agora não consigo acreditar, já não há mais lagrimas para chorar. Ele era surdo e no momento estava sem os aparelho auditivos, problemas hereditários. Senhor Datena, por favor, me ajude. Meu Endereço: Maria Aparecida Aires, Fazenda “Machado de Ouro” faz divisa com Corumbá e Bolívia, Caixa Postal 33, Estrada do Cinturão Verde, Município de Ladário, CEP: 7937000, 0(67)9135-2524/9613-7605, MORO NA PROPRIEDADE. Como sei que aqui em Corumbá não tem lei, fui procurar a corregedoria na capital: Campo Grande. Os policiais continuam trabalhando como se nada tivesse acontecido. Olha o que eles fizeram com meu filho destruíram vários órgãos. Uma crueldade que jamais irei esquecer. Uma mãe assistir eles fuzilarem meu filho. Espero que o senhor me ajude a fazer justiça e desfaça essa imagem que deixaram do meu filho. A verdade terá que vir a tona. Eu sei que o senhor é um homem humano, assisto a seu programa todos os dias. É um homem de verdade. Agora eu tenho esperança, aqui ninguém me dá apoio, dizem que eu tenho que esquecer tudo. Como? Aqui o que predomina é a versão distorcida dos policiais. Agradeço muito, espero sua resposta, que o Espirito Santo lhe ilumine e me ajude, por favor.
Posted on: Wed, 25 Sep 2013 20:14:28 +0000

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