Casa da Música vira-se para o Oriente e terá Laginha como - TopicsExpress



          

Casa da Música vira-se para o Oriente e terá Laginha como curador externo A Leste tudo de novo é o subtema do programa no próximo ano. Mário Laginha vai mandar na Casa em Junho. A música do Oriente vai estar em foco na Casa da Música, em 2014. A compositora sul-coreana Unsuk Chin, o maestro e instrumentista japonês Masaaki Suzuki, o pianista chinês Yundi Li, a Orquestra de Música Chinesa, o Ballet Real do Cambodja, o Cheongju City Dance Company, da Coreia do Sul, são alguns nomes da lista de artistas e grupos que vão trazer ao Porto as sonoridades desse mundo longínquo, mas cada vez mais próximo de nós, nestes tempos de globalização. Achei que era interessante fazer um interregno no conceito de país-tema, que temos vindo a privilegiar desde 2007, para ir ao encontro desse Oriente vastíssimo, que desde há muito tempo está ligado ao inconsciente colectivo português. António Jorge Pacheco, director artístico da Casa da Música, justifica assim a âncora da programação para o próximo ano, que foi apresentada ontem numa conferência de imprensa aberta ao público, na Sala Suggia. Pacheco evoca a presença que o orientalismo - e o exotismo que sempre lhe andou associado - teve na cultura ocidental e na própria história da música, desde o século XVIII. E cita, como exemplo, as óperas O Rapto no Serralho, de Mozart, e O Turco em Itália, de Rossini. Nota, em contrapartida, o fenómeno de ocidentalização que começa a verificar-se na música, no Oriente, na viragem dos séculos XIX-XX. Na actual realidade sócio-económica e civilizacional, as grandes potências emergentes estão no Oriente, e isso manifesta-se também culturalmente, e na indústria musical, diz o director artístico. Mas esclarece que a atenção a este universo em 2014 não foi motivada por qualquer procura da árvore das patacas, a compensar o corte de 30% na dotação do Estado à Fundação Casa da Música - que para 2014 vai contar de novo com apenas sete dos dez milhões de euros contratualizados. Uma realidade que irá ser compensada com a diminuição, em cerca de 16%, do número de concertos, mas mantendo sempre a mesma exigência de qualidade, promete Pacheco. Associado ao Ano Oriente, a Casa da Música alinhavou o subtema A Leste tudo de novo, destinado a fazer redescobrir mundos musicais para lá das fronteiras da Europa com a Ásia. A programação abre no fim-de-semana de 17 a 19 de Janeiro, com concertos da Sinfónica, Coro, Remix e até de uma fadista japonesa, Kumico Tsumori. Em destaque nos reportórios estará Unsuk Chin, a sul-coreana desde há anos radicada em Berlim, e que será a compositora em residência no Porto. Outro residente, como artista em associação, vai ser o húngaro Peter Eötvös, a grande figura actual da música na dupla qualidade de músico e compositor, agora que Pierre Boulez deixou de estar no activo, assinala Pacheco. Uma novidade no alinhamento dos ciclos temáticos é A Casa do Mário (8-15 Julho), um convite endereçado a Mário Laginha, que vai tocar com a Orquestra, o Remix e o seu trio de jazz (com Julian Argüelles e Helge Norbarkken), além de apresentar, como valor emergente, o jovem saxofonista Ricardo Toscano. No Ciclo de Piano, haverá estreias no palco Suggia: Rafael Kyrychenko (7 Janeiro), um pianista nascido em Portugal; a ucraniana Valentina Lisitsa (21 Outubro), que é um fenómeno no Youtube; e a consagrada Elizabeth Leonskaja (7 Dezembro). O ciclo Música & Revolução (25 de Abril-1 de Maio) vai assinalar o centenário do início da 1ª Guerra Mundial e os 40 anos da Revolução dos Cravos. Será dedicado ao tema do Conflito, vai envolver os vários agrupamentos residentes e terminar com o regresso ao Porto do músico nascido em Sarajevo Goran Bregovic, com o concerto Champagne for Gypsies. Em 2014 regressa também o ciclo Invicta.Música.Filmes (7-15 Fevereiro) com um programa que inclui três filmes-concerto, entre os quais ressalta a exibição de dois filmes mudos de 1929: Die Frau nach der man sich sehnt (traduzível por A Mulher Por Quem Se Anseia), de Curtis Bernhardt, com Marlene Dietrich, e A Nova Babilónia, de Grigori Kozintsev e Leonid Trauberg, para o qual Chostakovitch compôs depois uma banda sonora, e que vai ser interpretada pela Sinfónica.
Posted on: Mon, 18 Nov 2013 17:58:20 +0000

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