Causos de Viçosa (V) Este causo, eu já o publiquei em novembro - TopicsExpress



          

Causos de Viçosa (V) Este causo, eu já o publiquei em novembro de 2012, na página da FDV, mas vale a pena repetí-lo neste espaço. Vai lá... Esse negócio de ex-esposa ou ex-mulher, como queiram, é realmente um troço muito complicado (o Word nem aceita ex-esposa, só ex-mulher! Até o Word é machista, pô!). Aliás, uma vez eu precisei ligar para uma das minhas ex; a secretária dela atendeu e avisou-a que o ex-marido queria falar com ela. Ela, minha ex, já casada de novo, não deve ter ouvido bem o prefixo ex e foi logo respondendo feliz da vida: “Oi, amor! Tudo bem?” Fiquei meio cabreiro, mas, antes de qualquer coisa, avisei: “Oi! Aqui é o Manoel, Manoel Vieira, lembra?”. Acho que eu já não merecia mais aquele tratamento carinhoso por parte dela. A secretária é que deve ter pagado o pato nesta brincadeira e levado uma boa bronca: "Da próxima vez vê se fala mais alto, ora bolas! " Bom, mas eu quero contar outro “causo”. Tenho um ex-cunhado... Olha aí o problema da ex, de novo. Existe ex-cunhado? E ex-sogra existe, profª Luciana? Ou sogra é para sempre? Voltando ao caso: tenho um ex-cunhado, e bom amigo, que soube viver e aproveitar muito bem a sua juventude. Trabalhou desde cedo, ajudando a família, mas aprontou bastante também. Motoqueiro, contador de “causos” de mão cheia, tinha dezenas de amigos, “achavam” patos ou leitoas madrugada afora e no dia seguinte saboreavam, ou um arroz com pato, ou uma leitoa à pururuca ou os dois ao mesmo tempo, sempre regados com uma boa cachaça. Aqui em Minas existe um costume muito comum, principalmente no meio rural, que se chama “beber o defunto”. Quando falece um vizinho, um parente ou um amigo, os homens mais próximos do falecido costumam ir ao velório, normalmente na casa do falecido mesmo, para as despedidas e orações de praxe e, em geral, rola sempre uma cachaça durante a madrugada. Foi num destes, lá pros lados de Ervália, que aconteceu o inusitado. Faleceu um colega do meu ex-cunhado. A turma dele não podia deixar de comparecer para “beber o defunto”. Mas um dos rapazes que foram acabou “apagando feio” durante a madrugada. Todos foram descansar e sobrou só a turma dos bebuns. Todos, já bem altos, decidiram fazer uma brincadeira. Retiraram o defunto do caixão, estenderam-no no chão de um banheiro e colocaram o “apagado” no lugar. Recompuseram as flores, cobriram o rosto do “encaixãozado” com o véu e esperaram para ver no que dava a molecagem. Bem cedo começaram a chegar os demais amigos, familiares, pároco e beatas para o sepultamento. Quando já estavam rezando o terço de despedida do falecido, eis que o falso defunto acordou do porre da noite anterior, sentou-se no caixão e foi logo dando aquela manjada sacudida de cabeça, espalhando flores para todos os lados. Disse o meu ex-cunhado que foi o maior alvoroço da paróquia. Gente saindo correndo, outros se trancando nos demais cômodos da casa, outros pulando as janelas, umas beatas gritando, outras agradecendo o milagre da ressurreição e por aí foi. A turma dos bebuns saiu de fininho. As motos já estavam preparadas para a fuga e até hoje eles não sabem como a situação foi esclarecida. Você acredita?
Posted on: Fri, 06 Sep 2013 13:58:53 +0000

Trending Topics



Recently Viewed Topics




© 2015