Certa vez, o Sonho caminhava nas frias ruas da pequena cidade, à - TopicsExpress



          

Certa vez, o Sonho caminhava nas frias ruas da pequena cidade, à procura de abrigo, alimento e conforto. Passou por uma casa, na qual morava nela a Discórdia. Ao lhe pedir um lugar para ficar, ouviu as seguintes palavras: "Aqui não há paz, você nunca vai nos entender, vai sempre nos ouvir murmurando e trazendo-lhe problemas". E foi-se embora. Avistou outra casa, e lá morava a Escravidão. Ao lhe fazer o mesmo pedido que fez à Discórdia, ouviu isto: "Você terá facilmente sua realização, mas terá que se sujeitar a tudo que lhe for ordenado; e isto lhe custará o caráter e a honra". Não aceitando isto, retirou-se mais uma vez. Em outra casa, deparou-se com a Maldade. Mal lhe disse o que necessitava, e já ouviu isto: "Eu não dou alimento e conforto nem aos meus filhos, por que daria a um reles ordinário como você?". Vizinho da Maldade, a casa ao lado era habitada pelo Ódio. Conheceu a necessidade do Sonho, e lhe disse: "Se pensou que eu tinha palavras de afago e ânimo para você, enganou-se, meu caro; eu odeio todos que me cercam". E saiu dali triste. Uma quadra dali, foi a uma casa onde morava a Acusação. E ouviu estas coisas: "Bem feito por você não ser servido, pois você merece por tudo que é e tem feito. Por ser um reles e esquálido Sonho inútil que não serve para nada!". E saiu dali pranteando. Caminhou desolado, e viu uma casa humilde, com um habitante na porta contemplando a natureza. Foi-se lá, e foi recebido com gentileza e cortesia. A pessoa lhe disse assim: "Olá, Sonho! Tudo que quiseres posso fazer por você, mas não posso dizer-lhe como estão os outros que ajudei no começo". Sua vizinha que vivia na casa dela, a Fofoca, lhe disse bem baixinho: "Esta é a Falsidade, e todos que ela supostamente ajudou, se decepcionaram com ela". Então o Sonho saiu dali frustrado. Viu uma mansão, cheia de mordomos e com apenas um habitante. Ao ver seu morador saindo pelo portão com seu automóvel luxuoso, lhe pediu o que necessitava desde o começo, e o homem lhe disse: "Não posso, vivo só para mim, faço tudo para me promover e ganhar vantagem; até para te dar migalhas precisaria me promover". E saíra em seu conversível luxuoso o Egoísmo. Certo dia, viu conhecidos de infância que haviam se transformado em Pesadelos, e lhe zombaram, lhe bateram e cometeram toda espécie de bullying conhecido. O Sonho ficou à beira de um marasmo, desesperançado, pensando só em morrer e definhando seu próprio dom. Então, em meio a depressão que vivia, encontrou-se com a Esperança, outra moradora de rua que lhe disse: "Não fique assim, confie em mim, eu lhe levarei até a única pessoa que conheço que pode te servir no que você necessita." E levou, Esperança, o Sonho até o Amor, um homem bom que ajudava muitos necessitados sem troca de favores. Foi recompensado! Recebeu alimento, abrigo e conforto todos os seus restantes dias. E um dia, disse ao Amor: "Obrigado, Amor, por ter me ajudado! Sem você, eu jamais seria feliz!" Ao que o Amor lhe respondeu: "Não, meu filho, eu não te ajudei, eu apenas fiz o que é da minha natureza; você não lembra de quem realmente te trouxe até aqui?". Lembrando-se o Sonho de quem lhe enviou até o Amor, respondeu: "Sim, foi a Esperança que me trouxe aqui! Preciso procurá-la, para lhe agradecer por isso!". Mas o Amor lhe disse: "Caro Sonho, será difícil você encontrar a Esperança, pois ela está sempre ocupada, trazendo quem precisa da minha natureza bondosa para sobreviver. Ninguém chega até o Amor, senão pela Esperança!". E o Sonho indagou ao Amor: "Então quando alguém irá honrar a Esperança por tudo que ela fez?". E o Amor respondeu: "Quando todos entenderem que a Esperança sempre foi um anjo enviado para aqueles que necessitavam do Amor, mas não o conheciam em sua grandeza!". E quem é ela para ligar-nos a ti, Amor? - indagou novamente o Sonho. E lhe respondeu carinhosamente: "A Esperança representa todo aquele que exerce o amor e que não precisa de recompensa para isto! Que semeia a terra por onde passa, deixando-a para que o Sonho sempre possa colher dos seus frutos!" _Bruno Pereira_
Posted on: Sun, 18 Aug 2013 19:08:32 +0000

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