Chega uma fase em que um gajo tem que mudar de canal - TopicsExpress



          

Chega uma fase em que um gajo tem que mudar de canal temporariamente, sobretudo quando Emília Lucaze interrompe o Mazanga e passa a palavra para Damião José, um tipo que não suporto por nada e que me provoca um embrulho no estômago. Mudo mesmo de canal e só volto quando a Emília tiver devolvido a palavra para o Mazanga e este sim eu estou pronto para ouvi-lo, tal a acutilância com que coloca os pontos nos ii. E aquela insinuação da Emília relativamente à maioria esmagadora da Frelimo no parlamento, ora porque se a Renamo tivesse esse privilégio também usaria da mesma forma para decidir as grandes questões. Mazanga ainda tenta explicar que não se decide com maiorias, mas sim com sabedoria. Debalde, ninguém lhe ouve. Ora, gostaria de lembrar à minha amiga Emília que o termo “maioria esmagadora” está associado ao verbo esmagar. Existe, neste país, o respeito pelo direito das minorias, sejam elas étnicas, tribais, raciais, religiosas, etárias e até mesmo políticas e de outras espécies que não devem ser vistas como bestas sobre as quais as maiorias podem cavalgar e até mesmo esmagá-las. Lembre-se que a prepotência das “maiorias esmagadoras” foi responsável pelas piores atrocidades cometidas contra os direitos humanos na história da humanidade, basta nos lembrarmos do genocídio do Ruanda, das carnificinas de Auschwitz contra os judeus, das purgas angolanas e de outros actos bárbaros. Depois invoca-se à lei, mal sabem estes doutos juízes que à par da lei está a sua interpretação, pelo que a interpretação da Constituição não poderá ser feita senão à luz dos processos que à ela conduziram, incluindo o Acordo Geral de Paz. Invoca-se cegamente a lei, mal sabem os doutos juízes que a lei não é um dogma, a ponto de se esquecerem que o Apartheid era um sistema legal, mas não deixava de ser injusto e imoral. Tal como o eram o fascismo, o nazismo e outros ismos de igual espécie. Já o disse antes, mas nada importa repetir. Mais forte que o ouro dos banqueiros, que as espadas dos generais, se levanta hoje a consciência das multidões. Desordenadas por ora, desorientadas sim – e talvez exploradas, convenhamos, pela ambição que em um ou outro peito assentou os arriais –, elas avançam, caminham incertas embora, mas avançam, impetuosamente. As multidões são já uma força, uma bateria apostada para vencer o despotismo!
Posted on: Fri, 12 Jul 2013 06:57:08 +0000

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