Chegando no MASP, a polícia tentou fazer um cordão de isolamento - TopicsExpress



          

Chegando no MASP, a polícia tentou fazer um cordão de isolamento para que os manifestantes fossem para o Vão e lá ficassem, encerrando a marcha. Um grupo negociou com a PM, mas os encapuzados novamente tomaram a frente, começaram a xingar e a cercar e começou a confusão. Vi um rapaz ser preso - me informaram depois que ele tentou dar uma flor a um PM - e levado para a base da PM na frente do Parque Trianon e foi aí que a confusão começou. Manifestantes jogaram objetos na polícia que jogou bombas no vão do MASP e na Paulista. Formou-se uma linha da Força Tática que cometeu talvez o grande erro da noite, deixou o grupo original de vândalos avançar em direção à Consolação derrubando lixeiras de concreto (outro grupo menor passou a levantá-las, recusando a ação que era puro vandalismo e não a construção de barricadas) e começou a atirar nos milhares que se manifestavam pacificamente e tiveram de correr em direção ao Paraíso onde, me contam, houve mais violência depois. A polícia, completamente descontrolada, começou a atirar no meio de carros, apavorando a população e enchendo a Paulista com gás. Algumas pessoas tentavam dialogar com os encapuzados que praticavam puro e desnecessário vandalismo, e a resposta deles era que eram "contra o Estado" e "contra a burguesia e o capitalismo". Acho justo, mas este NÃO era o foco da manifestação. E não afirmo isto de forma leviana, mas para mostrar que haviam grupos que não compactuavam com o foco da marcha - redução das tarifas - e resolveu protestar por contra própria, por suas próprias razões, e todos pagamos o pato no final. Quisessem usar lixeiras como barricada, justo. Parar o avanço da polícia era legítimo. Mas apenas derrubá-la, enquanto gritavam desafios ao vento não significava nada. Estes inclusive protagonizaram uma cena ridícula ao xingarem uma equipe da TV Brasil achando que era a Record e continuando a xingar e até ameaçar com violência a equipe apesar deles gritarem que eram TV pública e não a Record ou qualquer outra. Depois de dispersar este grande grupo, a PM se virou para nosso lado e começou a avançar, jogando gás e dando tiros de borracha em direção aos carros que tentavam desesperadamente fugir da região e apavorando quem ainda estava nos ônibus parados. A corrida durou até a Consolação, quando o grupo se dispersou. Cerca de 30 pessoas, depois, se reuniram na esquina da Paulista com Haddock Lobo e pararam o trânsito. Equipes da Record e da Globo foram intimidadas por encapuzados, mas nada demais aconteceu. Enquanto o pequeno grupo tentava parar o trânsito em uma esquina larga, um fiat uno preto avançou à toda e atropelou pelo menos 3 pessoas, uma delas a 2 passos de mim. Felizmente ninguém ficou ferido, só escoriações. A equipe da Globo gravou a cena e aparentemente a mostrou no Jornal da Globo. A placa do carro é EUZ1807 e, algum tempo mais tarde, passei a informação para o comandante da PM no local, que até o momento nada sabia. É interessante que a PM tenha toda ido perseguir manifestantes no Paraíso e tenha deixado um atropelamento acontecer do outro lado. Ao invés de realizar seu trabalho, reprimia um protesto legítimo. Pouco após o atropelamento, coisa de 20 minutos, chegaram as motos da ROCAM e começaram a descer a porrada nos manifestantes, prendendo um rapaz, Theo, que tinha a mochila lotada de bixigas com tinta. De quebra a ROCAM desceu o cacete no rapaz. Vergonhoso. Chegou então o "reforço" da força tática que, com mais algum gás, "controlou" a situação e a marcha começou a finalmente dispersar. A esta altura eram quase 11 da noite. Paramos a cidade por mais de 5 horas e pese a ação burra de alguns "revolucionários" (protestando por razões próprias em uma marcha que não era deles), foi um sucesso. Imensa, animada e persistente. É difícil descrever a exultação de ver tanta gente que, mesmo depois de apanhar, tinha seguido valentemente pela Brigadeiro até a Paulista e continuava a gritar e reivindicar. A violência usada pela PM foi, sob qualquer ponto de vista, excessiva, desproporcional. Não havia razão para perseguir a manifestação por todo o centro da cidade, nem usar a quantidade imensa de bombas e gás - e balas de borracha. Se por um lado havia uma presença considerável de vândalos que protestavam por razões completamente diferentes das reivindicações da marcha, razões aceitáveis e que concordo em grande parte, mas não cabiam naquela marcha, a PM simplesmente atirou em todos, violentou a todos e conseguiu PIORAR a situação. Se o problema era a Paulista ocupada, já ao fim da marcha, a PM conseguiu espalhar o grande grupo em pequenos grupos revoltados com a agressão sofrida e que continuaram a "atrapalhar" o trânsito. Da mídia, de quem não se esperava nada, não saiu nada. Criminalização, nenhum manifestante ouvido de verdade e a mesma ladainha de merda de sempre. Quinta, dia 13 de junho (amanhã), as 17h no Teatro Municipal há uma nova manifestação, a quarta grande manifestação contra o aumento das tarifas. Estaremos todos lá de novo. E espero que sejamos mais que os dez mil de ontem! Que o protesto cresça! tsavkko.br/2013/06/o-protesto-contra-as-tarifas-de-11-de.html
Posted on: Wed, 12 Jun 2013 15:17:45 +0000

Trending Topics



r>

Recently Viewed Topics




© 2015