Comentário que fiz em maio de 2012, na Rádio Onda Jovem (Sul do Estado de SC), defendendo a extinção do Senada Federal A inutilidade do Senado Federal Brasileiro A Romênia, pais do leste europeu, acaba de fazer uma consulta ao seu povo (20/05/2012) sobre a necessidade de o Poder Legislativo ser composto por uma Câmara de Deputados e por uma Casa de Senadores. E aconteceu algo muito importante: o povo decidiu pela extinção do Senado, já que ele é inútil para a nação, além de muito dispendiosa sua manutenção. Caro ouvinte, você já imaginou o resultado de um plebiscito deste no Brasil? O senado brasileiro, criado em 1824, era composto por donos de grandes extensões de terras que usavam a mão de obra escrava negra para se enriquecer e se locupletar. Os senadores, ao longo do tempo, sempre defenderam privilégios e facilidades para a sua classe, os latifundiários. Por conta disso, o Brasil foi o último país da América Latina a terminar com a escravidão, esta chaga que nos envergonhou durante tanto tempo no mundo. Defendo a extinção do Senado Federal no Brasil, já que um sistema legislativo unicameral funcionaria muito melhor que o atual bicameral. Por que? Por uma razão muito simples: A Câmara dos deputados, cujos mandatos duram quatro anos, é mais suscetível às pressões populares e, muitas vezes, por força desta pressão, faz leis defendendo os interesses do povo. Já os senadores, que tem um mandato de oito anos, se distanciam de sua base atendendo, quase sempre, os interesses das classes dominantes e dos grandes privilegiados. E não só isso: às vezes acontece que uma boa lei aprovada na Câmara, quando passa pelo Senado, é modificada para pior. Veja-se, por exemplo, como o Senado brasileiro criou problemas à integração latino-americana ao retardar a aprovação da entrada da Venezuela no Mercosul. O Senado brasileiro está composto, na sua grande maioria, por gente muito ruim. É gente que se locupleta com o dinheiro público, como José Sarney; é gente que defende interesses privados, como Jáder Barbalho; é gente que faz parte de oligarquias regionais como Renan Calheiros; é gente que já foi cassada por corrupção como Fernando Collor de Melo; é gente que pode ser presa e algemada a qualquer momento, como Demóstenes Torres. Enfim, o que esperar desta fauna brasileira? Estas pessoas podem fazer algo de bom por nós? Fosse o Brasil um país sério e justo, todos eles estariam presos. E os senadores catarinenses – Luiz Henrique da Silveira, Casildo Maldaner e Paulo Bauer – que grandes conquistas têm realizado em favor de nosso Estado? Para começar, a vergonha da BR 101 se arrasta há quantos anos? Quanta gente ainda vai perder a vida nesta estrada da morte? Luiz Henrique da Silveira e Casildo Maldaner, além da pensão de ex-governadores que deve chegar a R$ 25.000,00 por mês, recebem o polpudo salário de senador. Para fazer o que por Santa Catarina? Darcy Ribeiro, um grande intelectual brasileiro, foi senador por algum tempo e viu a inutilidade do Senado Federal. Chegou a dizer, em tom de ironia: “estar no senado é o mesmo que estar no céu sem ter morrido”. Ou seja, é tão bom ser senador que a pessoa parece estar no céu, embora esteja ainda viva. Isso porque o senador da República faz muito discurso, tem muitos funcionários a sua disposição, dispõe de muitas mordomias, realiza muitas viagens e só vai se submeter a uma próxima eleição depois de oito anos. Penso que os senadores brasileiros têm o mandato mais longo do mundo. O Brasil não precisa do Senado. Digo mais: o Brasil viveria muito melhor sem o Senado. Está comprovado: nos países sem Senado, as coisas funcionam melhor, as leis são aprovadas mais rapidamente. Penso que é necessário começar uma campanha em todo o Brasil para discutir a inutilidade e a ineficiência do Senado, assim como os seus gastos astronômicos. Só depois disso deveria acontecer um plebiscito no qual o povo diria se quer a continuação do Senado ou se quer a sua extinção, como fizeram os romenos.
Posted on: Wed, 03 Jul 2013 02:28:55 +0000
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