Compartilho, copiando o comentário de Luís Humberto Rocha - TopicsExpress



          

Compartilho, copiando o comentário de Luís Humberto Rocha Carrijo. Concordo com tudo. Apenas destaco que a mim o Jabor nunca enganou. "Várias coisas boas estão sendo produzidas com as manifestações. Uma delas é que as pessoas estão revelando sua verdadeira face ao se pronunciarem. Veículos de comunicação, articulistas e comentaristas (Arnaldo Jabor no link) - que até então vendiam uma estampa progressista com posições de fácil deglutição para a opinião pública, criticando a corrupção, fraudes, superfaturamentos, atendimento precário dos serviços públicos etc-, quando deparados com movimentos mais sonoros - um verdadeiro trabalho de exorcismo político -, têm sua alma demoníaca exposta. Não que essas pessoas não possam ter posições reacionárias. Estamos cercados delas. O que me incomoda é que elas se maquiam para a opinião pública como paladinos reformistas. As manifestações, que pipocam nas capitais contra o aumento nas tarifas públicas, tiveram o mérito de tirar da toca esses fuinhas. Tocando o mérito do comentário de Arnaldo Jabor - que, assim como Clarice Lispector, já foi reproduzido cansativamente nas redes sociais com artigos brilhantes, muitas vezes emprestando sem autorização seu nome a textos apócrifos -, as manifestações são sim integradas por jovens da classe média, que não é afetada pelo aumento de R$ 0,20 nas tarifas públicas. Mas Jabor ignorou o papel histórico dos movimentos estudantis de contestação no Brasil e no mundo. O movimento estudantil tem uma característica particular: A fácil explosão. Por isso funciona como detonador para movimentos de grande importância e mobilização, só que menos inflamáveis, a exemplo do grupo de operários que juntamente aos estudantes provocou enormes ondas de greves operárias na França e Itália em 1968. Na década de 1980, em paises não democráticos como China, Coréia do Sul e Tchecoslováquia o movimento estudantil revelou seu potencial de detonar revolução. Apesar de não chegarem à revolução, os estudantes continuaram tentando, mas onde causavam impacto político eram eliminados pelas autoridades, a exemplo das torturas nas guerras sujas da América Latina, ou enfraquecido pelo suborno, a exemplo das negociações na Itália.(Hobsbawn, 2002, p.293) É natural que as manifestações do tipo Passe Livre nasçam de setores articulados e engajados. Onde seria isso se não no meio acadêmico? Os verdadeiros afetados pelo aumento, além de não terem capacidade de articulação, não são politizados, não têm informação de qualidade, mal têm tempo para se dedicarem a suas famílias e a si próprios. Como poderiam eles organizar a nível nacional algo parecido? E sim, as manifestações são políticas, mas não partidárias, embora estejam infestadas de militantes de partidos da esquerda radical que pouco ou nada conseguem fazer eleitoralmente para ameaçar o mundo de Jabor. O comentarista global se esqueceu, ainda, de que o aumento da tarifa foi simplesmente um motivo simbólico. As manifestações são também um uivo político da sociedade contra a impunidade, a corrupção, a violência urbana, a precarização da educação e saúde, a inabalável concentração de renda, a produção de riqueza sem distribuição. Jabor, que bom que você saiu do armário."
Posted on: Sun, 16 Jun 2013 18:13:14 +0000

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