Compartilho, porque precisamos refletir sobre como vamos agir para - TopicsExpress



          

Compartilho, porque precisamos refletir sobre como vamos agir para que o movimento não se disperse, nem seja aparelhado pela direita. Compartilho aqui as palavras do prof. Marco Aurélio Nogueira : As cenas da massa batendo em militantes do PT, do PSOL e do PSTU, as bandeiras queimadas e rasgadas, as ofensas aos militantes e aos partidos -- ouvi, em alto e bom som na Paulista, no começo da noite: "Ei, PT, vai tomar no ..." --, causam estupor e dúvidas. Trata-se de algo primitivo, reacionário e triste de ver, que precisa ser clara e firmemente repudiado. Estaria a direita se reorganizando e preparando o ambiente para o fascismo? Já seria o próprio fascismo em ação, liderado pela grande mídia? Ou é a própria envergadura das manifestações que destampa um monte de raiva e ressentimento, de barbárie e frustração, de ódio aos políticos de todos os tipos? Fico provisoriamente, pela lógica, com essa última pergunta. Acho simplista a visão de que a direita está controlando e dirigindo o movimento. Acho que há, em manifestações desse tipo -- horizontais, multicêntricas, etc. --, uma tendencia de risco: provocadores e gente politicamente desqualificada, movidos por um tipo de ódio social e ressentimento que não se compõem com democracia. Eles alimentam uma violência e uma paranoia que não são políticas, e costumam ser instrumentalizadas por isso que a gente genericamente chama de direita. Eu diria que são os fascistas, e me recuso a por a Globo ou a grande mídia nesse saco. As chances de vitória desses fascistas são remotas, mas eles estão aí. Junto com os demais, disputam o movimento. O urgente, hoje, para mim, é que os políticos saiam do esconderijo em que se meteram, deem a cara para bater, reconheçam seus erros e procurem criar instâncias de deliberação democrática a que possam ter acesso os manifestantes. Como? Não sei, mas sei, ou acho que sei, que a saída passa por aí. Corolário: será preciso surgir, do meio da multidão, alguma iniciativa legitimada pela própria multidão, para se por como interlocutor. Quem? Não sei? Mas sei, ou acho que sei, que não poderão ser nem eventuais líderes populistas e nem as estruturas horizontais em rede. O ideal seria a formação rápida de uma grande unidade democrática, que inclua partidos (todos os que se dispuserem a integrá-la), organizações da sociedade civil, gente de esquerda, democráticos e liberais, e gente das manifestações. Será difícil que isso ocorra, dado o grau de eleitoralismo partidário que rola por aí. Nesse caso, o movimento poderá morrer na praia.
Posted on: Fri, 21 Jun 2013 18:43:49 +0000

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