Comunicação governamental: o santo de casa é convocado Governo federal acaba de oficializar a decisão de criar uma rede própria para ter controle sobre o seu tráfego interno de informações. Brasília - Depois de anunciar que irá adotar um sistema próprio de email, o Expresso, criado pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), estatal dedicada à tecnologia da informação e transmissão de dados, o Governo acaba de oficializar a decisão de criar uma rede própria para o seu tráfego de informações. A rede evitará que as mensagens sejam interceptadas via internet. A informação foi dada pelo no programa de entrevistas “Bom Dia, Ministro”, da Empresa Brasil de Comunicações (EBC), na quinta-feira (17), pelo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. Carta Maior já havia antecipado, em agosto, que a proposta estava em estudo. Só com a substituição do serviço de emails, o governo vai economizar mais de R$ 80 milhões por ano. Hoje, a grande maioria dos servidores públicos federais usa emails da plataforma da empresa norte-americana Microsoft. O Governo Federal paga R$ 80 anuais por cada funcionário público usuário do serviço de email fornecido pelos gringos. Pelo Serpro, o custo cairá para apenas R$ 3,43 por conta de e-mail, pouco mais de 4% do valor pago à Microsoft. Além de ter ferramentas de agenda, catálogo de endereços e tarefas, o Expresso permite 500 megabytes de espaço, faz videoconferência, pode ser utilizado em smartphones e tablets, usa sistema de servidor em nuvem e criptografa os dados enviados. Como diz o ditado, há males que vêm para bem. Foi preciso uma crise de espionagem para o Brasil apostar em um sistema próprio de comunicações e em ferramentas tupiniquins, que, aliás, funcionam tão bem ou até melhor do que as compradas a peso de ouro de empresas estrangeiras. Por um bom tempo, a ideia de usar software livre e aposentar programas proprietários era vista como um assunto de menor importância, e a questão da segurança das informações, como uma bobagem movida por teorias da conspiração. Afinal, quem é que teria interesse em espionar o Brasil? A catequese neoliberal ensina também que empresas estatais são perdulárias e só servem de grandes ralos para sorver o dinheiro público. Graças ao exemplo do Serpro, temos mais um caso concreto a demonstrar que já passou da hora de deletar esse tipo de raciocínio.
Posted on: Mon, 21 Oct 2013 11:39:36 +0000