Conheci em abril do ano passado um rapaz incomodamente semelhante a mim e ao mesmo tempo com uma distinção atraente. A reação natural do humano frente a algo belo, mas de fato incomodo, é um misto de admiração com repulsa. Resultado, após ouvir um pouco de suas idéias, imediatamente, o segui em vão pelos corredores do ICH, com uma vontade inexplicável de abraçá-lo. Porém quando o vi, de novo ali na minha frente, calei com uma insegurança que não era minha. Era medo de dizer para aquela pessoa que inexplicavelmente havia algo nela que fazia com que eu o seguisse com os olhos, suasse nas mãos. Me conformei a observá-lo de longe, achando um lugarzinho bacana aqui dentro de mim, para aquele sentimento estranho que um sujeito, até então desconhecido despertava em mim. Os meses passaram, e assim como o inverno ele me encantava e me envolvia nele sem querer, e eu me deixava envolver. Era musicalidade, cheiro bom, voz gostosa, idéias utópicas brilhantes e bonitas que faziam com que eu nutrisse por ele este sentimento de admiração tão forte que toda vez que nos encontrávamos tinha vontade de tê-lo bem pertinho de mim. Precisávamos em um dia, assim do nada, surgir novamente um na vida do outro deixando claro que aquele sentimento bem guardado e com medo de expressar-se precisava ganhar o mundo. E assim foi o 12 de novembro de 2012, em um banquinho da praça pela XV (nada mais a nossa cara) logo após a faculdade, que pela primeira vez resolvemos parar para falar na gente, e soltar pela boca o medo preso no peito, sentindo aquele cheirinho bom de perto, mais perto, pra trocar as idéias bonitas e confundi-las. Ainda demorou mais alguns dias, depois daquele beijo cheio de medo, para que a gente percebesse que era possível ser amigo, companheiro, admirador e crítico sendo junto namorados. Depois que a gente percebeu isso, entre erros e acerto, não conseguimos ficar mais nenhum só dia longe da presença do outro.
Posted on: Tue, 12 Nov 2013 20:32:09 +0000