Copel Distribuição quer cortar 16% do pessoal em dois anos Plano de Desligamento Voluntário já está em andamento e deve resultar em 600 dispensas na área até o fim deste ano 05/10/2013 04:03 Franco Iacomini A Copel enviou ontem à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) um plano de ações para o reequilíbrio financeiro de seu braço de distribuição. O plano inclui o corte de 163 cargos de nível gerencial e a dispensa de 1 mil funcionários até o fim de 2015, por meio de um plano de desligamentos voluntário (PDV). Até o fim deste ano, cerca de 600 trabalhadores da Copel Distribuição terão aderido ao plano – contando as adesões em outras áreas da empresa, o PDV terá resultado na saída de 1,1 mil empregados. As medidas devem resultar em redução de custos operacionais da ordem de R$ 300 milhões até 2015. Uma Assembleia Geral Extraordinária de acionistas (AGE) deve decidir, na próxima quinta-feira, pela criação de duas novas subsidiárias integrais da Copel. A Copel Energias Renováveis vai abrigar os investimentos da empresa em geração eólica e pesquisas em outras áreas. A Copel Participações deve administrar os investimentos da empresa em parceria com outras companhias, seja em geração ou transmissão de energia. As duas empresas se somarão às subsidiárias na área de distribuição, geração e transmissão e telecomunicações. A mudança levará também à redução do número de diretorias na holding, com o fim das áreas que serão transformadas em empresas independentes. Hoje a Copel tem nove diretores mais o presidente; depois que as alterações forem aprovadas pela ADE, serão quatro diretorias mais a presidência. A reforma inclui mudanças de atribuições e a extinção das diretorias jurídica e de Meio Ambiente e Cidadania Empresarial. O plano se complementa com a transferência da Conta de Resultados a Compensar (CRC) da Copel Distribuição para a holding. “Foi um encontro de contas”, explica o presidente da companhia Lindolfo Zimmer. Pela CRC, a distribuidora tinha um saldo a receber do governo do estado, equivalente a R$ 1,4 bilhão. A empresa tinha também uma dívida de R$ 900 milhões com a holding – valor referente recursos tomados pela empresa para repor perdas decorrentes dos descontos de tarifa dados no período 2003-2009. “Transferimos a CRC para a holding, e esse crédito quitou a dívida de R$ 900 milhões”, diz Zimmer. A Copel Distribuidora fica ainda com um crédito de R$ 500 milhões, que será repassado pela holding e deve ser usado em investimentos. O compromisso de redução de custos foi uma exigência da Aneel, que solicitou medidas a várias empresas depois da divulgação dos dados financeiros do primeiro trimestre de 2013. No caso da Copel, o segmento de distribuição fechou aquele trimestre com prejuízo de R$ 67,7 milhões. O balanço consolidado, que inclui todas as áreas de atuação da companhia, havia registrado lucro líquido de R$ 252 milhões. No acumulado de janeiro a junho, a Copel obteve lucro líquido de R$ 650 milhões. Antes do início do PDV, a Copel Distribuição contava 7.060 funcionários, número que deve se reduzir para 5.900 em 2015 – uma diminuição de 16% no quadro. Segundo Zimmer, a redução é “perfeita mente factível” devido ao avanço do setor. “Tecnologias como smart grid, Power grid, permitem que possamos gerir a rede com menos gente”, observa. Organograma Os cortes em cargos gerenciais têm outra origem. Nos últimos meses, a companhia alterou sua forma de organização. A Copel Distribuição tinha superintendências regionais com estrutura quase autônoma em áreas como engenharia e manutenção, por exemplo. Essas superintendências regionais foram extintas e trocadas por estruturas por área, sediadas em Curitiba. Essa gestão por processos, como define Zimmer, promete mais velocidade na aplicação de inovações, e resultou na extinção das gerências regionais. “A empresa de distribuição foi pioneira nessa mudança, porque nela era mais fácil fazer esse agrupamento”, diz Zimmer. “Vamos estudar em que outras áreas ela é aplicável.”
Posted on: Sun, 06 Oct 2013 11:03:31 +0000
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