Crime Após tentativa de homicídio, segurança é reforçada Patrick Monteiro, 29 anos, passa por cirurgia e é mantido em sedação com ventilação mecânica. A vítima e alguns pontos da cidade recebem mais atenção da polícia Por Carla Tortelli e Fabiane De Carli Tedesco A escada e o corrimão que levam ao escritório de advocacia na Barão do Rio Branco, Centro de Chapecó, ainda apresentavam sinais da tentativa de homicídio na tarde de segunda-feira, dia 19 de agosto. Os pingos de sangue, desviados pelos visitantes do prédio, eram de Alfredo Patrick Monteiro, 29 anos, assessor parlamentar do vereador Paulinho da Silva (Partido Comunista do Brasil – PCdoB), advogado e colaborador de um jornal da cidade. Monteiro foi esfaqueado por volta das 11h20 de ontem. Em estado grave, com inúmeros ferimentos pelo corpo, ele foi encaminhado ao Hospital Regional do Oeste (HRO). Outras pessoas estavam no local da tentativa de homicídio e foram rendidas por dois homens com capacetes. É possível que o crime tenha tido motivação política, já que nada foi levado durante a ação, embora as vítimas tenham oferecido dinheiro. Os suspeitos não foram encontrados até o fechamento desta edição. As câmeras de monitoramento não registraram a presença da dupla. Pessoas ligadas ao assessor disseram que ele se fingiu de morto, para se livrar dos criminosos. Na tarde de ontem, guardas municipais estavam atentos à movimentação na Câmara de Vereadores de Chapecó. No HRO, familiares, amigos e membros da imprensa aguardavam por informações sobre o estado de saúde de Monteiro. Também no HRO, estava o vereador Paulinho da Silva, que concedeu entrevista à imprensa. Ao ser indagado sobre haver ou não alguma pista das pessoas que atentaram contra a vida do assessor, Silva afirmou que a preocupação maior era com a saúde de Monteiro. De qualquer forma, afirmou que foram colocados advogados para acompanhar o caso na delegacia. “O caso está nas mãos da delegacia e fizemos contato com o Ministério Público também. Mas, não queremos dar informações que a gente não tem. O que a gente quer é que a investigação ocorra. Existem várias possibilidades, que devem ser investigadas pela polícia.” Silva comentou que os homens com capacetes pediram a todo o momento: “quem é o Patrick?”. Quando eles conseguiram identificar Monteiro, cometeram esta “atrocidade”, como definiu o vereador. “As demais pessoas, presentes no momento da tentativa de homicídio, deram depoimentos. Agora, vamos aguardar para ver o que o delegado encarregado vai fazer pelo caso.” Motivação política Muito se fala que o crime teve motivação política. “O Patrick, por ser meu assessor, era o responsável pela parte de informações e de ação. Sempre foi um menino contundente e crítico em seu posicionamento. A motivação política é um viés muito forte, que deve ser investigado pela polícia.” Antes de ir para a sala de cirurgia, Monteiro conversou com Silva “Ele relatou que recebeu alguns alertas na Câmara dos Vereadores, na semana passada. Coisas do tipo: ‘baixa a bola’, ‘você está indo longe demais’. Citou nomes, mas a gente prefere não divulgar. Torço para que seja um crime comum. Mas, temos muito forte na memória o acontecido com o ex-vereador Marcelino Chiarello. Ainda mais por conta do caso não ter tido um desfecho, de autoria e etc. Acontecer isto agora, bem em um período crítico, de debates na Câmara de Vereadores, de muitos projetos polêmicos e de enfrentamentos, é complicado. Espero que seja coincidência. Porém, infelizmente, tem grandes possibilidades de não ser.” Investigações As investigações do caso ficaram a cargo da Delegacia de Investigação Criminal (DIC), sob a coordenação do delegado Rodrigo Martinez e da delegada Isabel Fauth. Segundo Isabel, ainda não existe uma linha de investigação definida devido à falta de informação referente aos criminosos. “Provavelmente, houve represália, algum tipo de recado, pois nada foi subtraído do local, o que nos leva a crer nesta hipótese. Não sabemos ainda se o crime tem conotação política, pessoal ou até mesmo está relacionado à própria profissão da vítima: advogado”, salientou a delegada. Segurança reforçada De acordo com o coronel Osvaldir Kasburg, comandante do 2º Batalhão de Polícia Militar de Chapecó, a PM vai reforçar a segurança da vítima e também de alguns pontos estratégicos, como a Câmara de Vereadores. “Não existe nada que prove que o crime tenha sido motivado por questões políticas, mas não descartamos esta hipótese. No entanto, a PM está empenhada em manter a ordem, a segurança e a integridade física das pessoas. A PM está atenta e, qualquer informação que chegar até nós, referente a este caso, de imediato serão repassadas à Polícia Civil”, ressaltou o coronel Estado de saúde (conforme boletim médico) “De acordo com informações da junta médica que assiste o paciente Alfredo Patrick Monteiro, 29 anos, o mesmo fora submetido a procedimentos cirúrgicos tão logo dera entrada no Pronto Socorro (PS) do Hospital Regional do Oeste (HRO). A junta médica é coordenada pelo neurocirurgião José Francisco Aymone Neto, composta ainda por médico ortopedista e cirurgião toráxico, que assistem o paciente. Ainda de acordo com o médico assistente, o paciente ao dar entrada no PS apresentava fraturas de crânio, fraturas em ambas mãos. Após procedimentos cirúrgicos, o paciente encontra-se mantido em sedação com ventilação mecânica.”
Posted on: Tue, 20 Aug 2013 03:16:04 +0000