Crônica que publiquei hoje no jornal ABC DOMINGO EVENTUAL OU - TopicsExpress



          

Crônica que publiquei hoje no jornal ABC DOMINGO EVENTUAL OU HABITUAL? O maior desafio que enfrenta a sociedade brasileira, agora, é o assunto das revoltas populares. Se elas se darão eventualmente ou passarão a ser habituais... Qualquer que seja o espírito ou a filiação, se elas se produzirem vez por outra, talvez seja possível exercer algum controle. Se passarem a brotar por dá lá aquela palha, estaremos todos ameaçados de uma situação irremediável. Se o objetivo for implantar um estado ditatorial, quanto maior for a agitação, quanto mais crescer a bagunça, melhor será, pois estará se criando o campo fértil apropriado para tomar qualquer medida mais dura. Se a ideia é dar espaço, viver numa democracia e provar publicamente isso, então o Estado precisa provar que tem meios para exercer o controle e evitar os excessos. Trata-se de uma questão muito delicada, pois um aparato policial pode levar a um desastre e uma repressão modesta acaba por não impedir coisa nenhuma. Ou seja: quebra-quebra não é uma coisa tolerável, infiltrações se dão, às vezes não se consegue evitar, mas desfilar civicamente com cartazes educados e depois se retirar e arquivar o material utilizado, parece algo inexequível na sociedade brasileira. A rigor, este é o problema. Todos os dias, em vários pontos do país, nos locais mais inesperados, explode uma manifestação, daqui a pouco vira uma revolta, um choque com a polícia, e para se produzir duas ou três mortes, não falta muito. Nessa ordem, ou na ordem inversa. Tomem nota: este será o campo ideal para a implantação de qualquer regime de exceção. Sim, uma ditadura militar. Ou disfarçada... de civil. Por enquanto, a maioria da população está se limitando a esperar os jornais da noite da tevê que trazem uma exposição e por muito favor, um balanço dos acontecimentos. Hoje é em São Paulo, amanhã em Pernambuco, depois de amanhã no Rio Grande do Sul, talvez todos os dias na Guanabara, por ser o ponto mais representativo da consciência nacional, e assim vão se aquecendo espíritos e corações. Uma faísca pode gerar a explosão que em 14 de julho de 1789, só para lembrar o episódio mais presente na memória mundial, ocasionou a grande Revolução Francesa. Fazer as mudanças na sociedade civil, partindo da remontagem necessária da vida parlamentar, o expurgo de todos os erros, omissões e corrupções, mas tudo isso trabalhando em silêncio, parcimoniosamente, parece algo distante da realidade brasileira. Então, a conclusão é óbvia: empurrar com a barriga ou mergulhar no caos para sair dele com o controle nas mãos? Mexer e remexer nos meandros do nosso acordo social? Só falta, quem ainda manda, decidir. Depois, poderá ser tarde demais... Crônica para o jornal ABC DOMINGO de 4 de agosto de 2013
Posted on: Sun, 04 Aug 2013 13:40:31 +0000

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