DE QUANDO EM VEZ É BOM QUE OLHEMOS PARA DENTRO DE NÓS E CUIDEMOS DESSE NOSSO DEUS PARA QUE ELE SEMPRE AME INCONDICIONALMENTE OS OUTROS. Onde está Deus dentro dos homens Onde está Deus dentro de mim, quando a intolerância fala mais alto que a minha harmonia interior? Onde está Deus dentro de mim, quando a irritação espanta minha pouca paciência? Onde está Deus dentro de mim, quando meus olhos se embaçam, não por lágrimas, mas pelo ódio que tento esconder? Onde está Deus dentro de mim, quando a minha humildade e generosidade para com os outros, só valem para ocasiões convenientes? Onde está Deus dentro de mim, quando o amor que prego se dissipa à mais leve brisa de contrariedade? Onde está o meu deus, quando não consigo me sensibilizar com o sofrimento alheio? Onde está o meu Deus, quando as lágrimas vertidas em faces estranhas não umedecem o meu árido coração? Onde está o meu Deus, quando histórias tristes, iguais às minhas, não me fazem entender aquele que chora? Onde está o meu Deus, quando o perdão que exijo, não é o mesmo que reluto em doar? Onde está o meu Deus, quando não quero entender que as carências alheias são as mesmas minhas? Onde está o meu Deus, quando na minha filosofia religiosa, de pequenas discórdias já nascem grandes ódios? Onde está o meu Deus, quando a fartura de meus bens humilha a miséria dos menos favorecidos? Onde está o meu Deus, quando crianças esfomeadas buscam insofregamente seu alimento em lixões? Onde está o meu Deus, quando de tudo isso, eu já tenho consciência e sigo indiferente sem remorso algum? Então, de que valem as orações, o acender das velas, os sacrifícios de jejuns bem programados se meu espírito não se liberta da materialidade e minhas ações contradizem às pregações de amor e humildade? De que valem as imagens de Cristo crucificado, humilde e boníssimo, se esse mesmo Cristo não aparece em minhas atitudes? Onde está a tão propalada caridade que prego, se o amor que dá vitalidade e o colorido a nossa vida, não passa de mesquinhas demonstrações ensaiadas e não vão além das migalhas que sobram para oferecer? Onde está o Deus nos homens, que matam com a mesma tranqüilidade que dão a vida? Onde está o Deus naqueles, que corrompem, roubam e enlameiam sua moral com atitudes perversas? Onde está o Deus nos senhores escravagistas, que não se apiedam de seus lacaios, ao explorá-los desumanamente e que coincidentemente também são humanos, filhos do mesmo Pai e por incrível que possa parecer também são portadores de sentimentos iguais? Que Deus é esse que eu idolatro, prego e até temo, entretanto, ele não me ensina, como perdoar e entender aqueles que deveriam me amar e não venceram suas fraquezas e se desviaram da lição de pai e mãe? Então, meu amado Pai das Alturas, eu preciso na urgência da vida que passa célere, necessito ajustar meu coração e os meus sentimentos, para que minha alma ao chegar a Tua frente, quando me chamares, ela esteja límpida como água cristalina, leve como a brisa que penteia os trigais dourados e iluminada pela luz do amor que de Ti consegui acender dentro de mim. Nelson Assumpção dos Santos
Posted on: Fri, 23 Aug 2013 18:15:26 +0000
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