DECLARAÇÃO DE FÉ! Sou Cristão e afirmo sem medo de errar: “Fora de Cristo não há salvação”. Aliás, também sou Maometano. Maomé era Cristão. Veja só essas palavras de Maomé: “No dia do Juízo final não haverá ninguém, além de Jesus, filho de Maria, para purificar o espírito humano”. Mas não sou católico, nem islamita nem protestante. Posso dizer, também, que sou seguidor de Lao Tse, de Sidarta e de Ramakrisna, mas me nego a colocar o pé em qualquer templo dedicado ao Taoismo, budismo ou Hinduísmo, ´tal como dos cristãos e os islamitas, pois, dependendo da intenção dos presentes, um templo pode ser um prostíbulo e um prostíbulo pode ser um templo. Tenho grande admiração e respeito pela fé que você carrega. A propósito deste assunto, vou transcrever uma história que escrevi há algum tempo, como segue: A Cidade Sagrada Estamos no SAARA. Não, não estamos no norte da África. O SAARA a que nos referimos fica no centro da Cidade do Rio de Janeiro e é um reduto árabe/judaico composto pelas Ruas da Alfândega e Senhor dos Passos, com suas adjacências, no trecho que vai da Rua Uruguaiana até a Praça da República. No SAARA carioca, árabes e judeus, bem como seus descendentes rapidamente abrasileirados, convivem tranqüilamente como irmãos, filhos do mesmo pai, o Profeta Abraão. Aqui não existem mísseis, tanques de guerra, cercas de arame farpado nem homens-bomba. A única guerra que árabes e judeus travam entre si é de natureza comercial. Nessa guerra, vale de tudo para vender e a multidão que freqüenta o SAARA chega com vontade de comprar, desde que seja barato. É grande a influência brasileira. Apesar disso, muitos imigrantes mantêm vivas as tradições de sua terra natal e, como se sabe, a principal tradição desses povos é a sua religiosidade fervorosa. Por conta disso, um árabe devoto, já há muito radicado no Brasil, resolveu juntar suas economias para iniciar viagem com destino à Cidade de Meca, a Cidade Sagrada, como devem fazer todos os muçulmanos, pelo menos uma vez na vida. Assim que iniciou os preparativos para colocar essa idéia em prática, foi tomado por um grande ímpeto religioso que crescia a cada etapa vencida. Certo dia, quando conversava com os amigos e comia uma “esfirra” na esquina da Rua Senhor dos Passos com Regente Feijó, inesperadamente, tomou conhecimento de que passara a residir no SAARA carioca um homem santo e, para sua surpresa, soube que esse homem jamais havia visitado Meca. Curioso, saiu à procura do homem. Assim que o encontrou, foi logo perguntando: – Por que razão o senhor não viaja para conhecer a Cidade Sagrada? Acaso não sabe que esta é uma obrigação imposta aos seguidores do Profeta? A resposta veio de imediato: – Não viajo para a Cidade Santa porque vivo Nela. Meca, a Cidade Sagrada, é meu corpo. A Caaba, altar construído para o sacrifício a Deus, é meu coração. No mesmo instante, o homem que se preparava para viajar sentiu-se como que atingido por um raio e desabou aos pés do Santo. Assim que se recuperou, e desistindo completamente da idéia de viajar, perguntou: – Senhor, tenho permissão para permanecer em sua companhia? Ouviu a seguinte resposta: – Podes habitar junto aos muros da minha cidade. Porém, não para sempre. Saibas que tua estada aqui terá como único objetivo adquirires o conhecimento, as ferramentas e os materiais necessários à construção de tua própria cidade sagrada, de teu próprio altar. Se te contentares em admirar a minha construção, nada te será acrescentado. Foi assim que um peregrino devotado encerrou os preparativos de sua viagem à cidade símbolo, iniciando, ao mesmo tempo, a grande jornada em direção à verdadeira Meca, cidade que permanece habitada pelo Profeta até os dias de hoje e que assim será para todo o sempre. AMEM!
Posted on: Sun, 29 Sep 2013 03:03:02 +0000
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