DEPOIS DO 20 DE SETEMBRO Celebramos mais uma vez a Revolução - TopicsExpress



          

DEPOIS DO 20 DE SETEMBRO Celebramos mais uma vez a Revolução Farroupilha, mito para os críticos, mas para nós e a grande maioria, exemplo de civismo, coragem e perpetuação de valores. É incontestável que a grande mobilização é fundada em símbolos, como a chama, bandeira, hino e indumentárias, mas especialmente em sentimentos, amor, fraternidade, liberdade e companheirismo. Nem todos se expressam e comportam da mesma forma, mas entre partícipes e espectadores a grande maioria da população gaúcha está envolvida. Até porque tem nas comemorações a repercussão comercial e turística que influencia na atividade econômica, gerando empregos e agregando renda. Numa época de consagração do individualismo e inexistência programática, o gauchismo é uma expressão coletiva regional de cunho ideológico e expressiva participação popular. Talvez seja a única manifestação onde homens, mulheres, jovens e crianças participem sem discriminação e com o mesmo entusiasmo. É evidente que a compreensão da nossa celebração no contexto federativo nacional não tem a mesma dimensão. Causa perplexidade aos que nos visitam quando nos perfilamos e cantamos o nosso hino. Cria um ar de disfarçado deboche, quando contamos nossas façanhas. Não é para menos, pois foi este mesmo sentimento que em 1930 levou os gaúchos ao poder nacional com Getúlio Vargas, o primeiro projeto modernizador do país contra a aristocracia, especialmente a elite paulista que detinha como hoje a hegemonia econômica do Brasil. Foi também mobilização, conciliação, coragem e luta que levaram os gaúchos a cumprirem mais um papel de protagonismo na trajetória política nacional. É difícil explicar para quem não tem intimidade com a lida a forma como se consolidou ao longo do tempo o caráter do gaúcho. Sua rudeza pelo ambiente hostil e as intempéries em convívio com sua afetividade pela hospitalidade, mesa farta e costumes. A conduta pela palavra empenhada “o fio do bigode”, respeito pelos mais velhos e a trajetória das pessoas, combinado com o amor à pátria e o interesse público. O gaúcho sempre teve lado, por isso politizado. Deu à vida por suas crenças e em defesa da pátria inúmeras vezes garantiu as fronteiras na “pata de cavalo”. Por tudo isto e muito mais, que se impõe depois do 20 de Setembro continuarmos lutando para superar os dilemas do nosso tempo, especialmente as reformas e mudanças indispensáveis para um novo ciclo modernizador do país. Na época que estamos a viver o que interessa a todos é melhorar a vida, garantir oportunidades para as novas gerações e instituições públicas que funcionem. É um grande desafio num momento de desconstituição e precária formulação ideológica. Pois mais uma vez, com a humildade que nos é peculiar, oferecemos ao Brasil, o rescaldo das comemorações farroupilhas. Mobilização, exemplaridade, civismo e crença no nosso Estado e País. Em síntese, a nossa atitude e comportamento, para qualificar a combalida vida institucional brasileira. É bem provável que por si só seja insuficiente, mas é uma referência que se renova, com uma visão de mundo revolucionária, contra o sistema que aí está, dito pela maioria da população que não representa mais e precisa ser modificado profundamente por todos nós. Afonso Motta, Advogado, produtor rural e Secretário de Estado
Posted on: Thu, 26 Sep 2013 19:37:49 +0000

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