DESUMANA INDIFERENÇA Um Irlandês muito sagaz uma vez disse que - TopicsExpress



          

DESUMANA INDIFERENÇA Um Irlandês muito sagaz uma vez disse que a indiferença é a essência da desumanidade. Sim, Bernard Shaw tinha razão. A indiferença é o maior pecado para com nossos semelhantes. E não o ódio. Raiva, ódio, ciúme, inveja, ressentimento, vingança. Todos sentimentos negativos, mas ligados ao afeto. Afeto que vem de afetar e que significa entre outras coisas, atingir, alcançar, abranger, acertar. Ou seja, se alguém te xinga, te persegue, te copia ou morre de ciúmes de você, é porque objetivamente você ocupa o pensamento dele ou dela. Por mais que o incomode, inconscientemente sua existência faz algum sentido: você importa a alguém. Até o temido e impertinente stalker virtual tem lá seu valor no sentido de valorizar a sua trajetória cotidiana, tirando você do vácuo de ser esquecido. A indiferença é perversa, desumana. Dói por ser invisível, indolor e aparentemente inofensiva. Ela anula a possibilidade de relação ou mesmo conexão. Ao contrário do ódio, que cegamente impede relação, mas que, emocionalmente, pode se tornar o elo de ligação entre pessoas e grupos. Algumas situações de indiferença e desprezo me vêm à mente e me trazem desconforto em pensar: 1) Fazer um aparte que você julga pertinente numa reunião de trabalho e não ser escutado por ninguém. Prefiro que me rebatam, que discordem veementemente de mim. 2) Postar uma ideia que você julga incrível no Facebook e não ter nenhuma curtida nem comentário. Prefiro que me marquem, me ironizem, me batam na cara, mas não curtir? Aí, não! 3) Mudar cabelo, estilo e/ou colocar o melhor vestido e não ser elogiada ou sequer notada pelo parceiro ou parceira. Talvez consiga ser pior que crise de ciúme pelo perfume ou decote. 4) Procurar parente ou amigo de longa data que há muito você não vê, tentar uma reaproximação, buscar uma explicação para o afastamento e a pessoa, aparentemente aberta e simpática à ideia de estarem juntos, não mover uma palha para tal. Prefiro quebrar o pau. 5) Terminar um namoro ou casamento e o outro ou a outra nunca mais se interessar em saber como você está. Prefiro sinceramente que a pessoa me ligue ou me escreva com uma lista de queixas e ressentimentos. Pelo menos sei que eu não fui deletada tão rápido. 6) Enviar por todos os meios uma ideia ou um projeto pra um profissional que você admira e ele jamais te dar um feedback. A lista das indiferenças é grande. E dolorosa também. Portanto, se quiser realmente ferir alguém e ser bastante cruel, seja indiferente. O problema é que, se o outro realmente te afeta de alguma maneira, é dificil torná-lo invisível, ignorando-o com naturalidade e sem esforço. Porque o afeto provoca emoções. Emoções do corpo, mas principalmente da alma. Não é à toa que o escritor francês Favart disse que "a indiferença é o sono da alma". Há que se escolher entre a vigília do ódio ou o sono da indiferença. Boa escolha. Bia Willcox
Posted on: Fri, 13 Sep 2013 10:42:33 +0000

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