DICK FARNEY Em Caxias, entre os anos de 46 e 49 principalmente, - TopicsExpress



          

DICK FARNEY Em Caxias, entre os anos de 46 e 49 principalmente, era costume ouvir os locutores dos alto-falantes e pedir que “rodassem” as músicas do agrado de cada um de nós. Já escrevi sobre isto. Era o tempo em que cursávamos o Ginásio, no atual Colégio Caxiense, e curtíamos - por unanimidade - os sucessos do Dick Farney, um cantor de voz diferente, mansa, aveludada, que lembrava alguns americanos do gênero; havia também o Lúcio Alves, que surgiu quase ao mesmo tempo, para fazer a concorrência interna. Hoje, nem todos devem lembrar-se dos sucessos que embalaram os que circulavam – moças e rapazes em sentido contrário - na Praça Gonçalves Dias, naqueles anos: Somos Dois, Copacabana, Um Cantinho e Você, Uma Loura, Esquece, Nick Bar, Barqueiro do São Francisco, e Ponto Final (“Não me pergunte a razão, não me atormente demais, falo por meu coração, tudo acabou nada mais [...]”). A música Esquece, por exemplo, que não era das mais pedidas – mas nem por isto menos romântica -, talvez ninguém se lembre, até para justificar o título. A partir daqueles anos dourados, acalentei um sonho: articular um grande baile a ser realizado, num dia feliz, no “velho” Cassino Caxiense, com a presença do Dick Farney, de vários casais da sociedade de então, de jovens moças e rapazes, noivos e namorados, para dançarem ouvindo suas músicas preferidas. Seria um evento para consagrar, de corpo presente, os sucessos do cantor. Tinha então uma visão de curto prazo. O tempo se passou e o sonho continuou sendo acalentado. Em 1972 (ou 1973), aconteceu a primeira oportunidade de um contato pessoal com Dick Farney; estávamos em São Paulo, eu e vários outros maranhenses, quando aproveitamos para assistir a um “show” seu, numa “boite” local. Ele não era mais tão famoso como outrora, mas continuava cantando com a mesma voz enquanto se acompanhava ao piano. Num dos intervalos, aproximei-me e afinal pude transmitir-lhe o sonho de muitos caxienses: de vê-lo tocando e cantando no “velho” Cassino. Ele confessou saber do sucesso que fizera em todo o Estado do Maranhão, e disse do prazer que ainda teria em cantar para todos nós, o que fez em seguida com alguns dos seus sucessos, a nosso pedido. Continuei acalentando o sonho. A oportunidade somente surgiu em 2001, ainda que não fosse no Cassino “velho”. Na grande festa que foi a primeira entrega da Comenda Gonçalves Dias, tive a convicção de que somente faltou o baile, no Clube Alecrim: autoridades, homenageados, casais da sociedade, moças e rapazes, noivos e namorados, estavam presentes e “vivendo aquele momento lindo”, mais de cinqüenta anos depois; havia uma orquestra de cordas e os presentes esperavam apenas que algo os aproximasse mais ainda no aconchego nada comparável ao abraço do ato de dançar. Faltou o baile e o Dick Farney, que se foi sabendo do nosso sonho, mas sem chance de poder realizá-lo. Quanta saudade de tudo e de todos, dos meus companheiros de Ginásio principalmente, namorados daqueles tempos pelos sonhos da juventude: Fran Teixeira Lima, Manoel Gonçalves Pedreira, Richard Mousinho, Élson Boavista, Agostinho Torres da Rocha, Luís Lobo, Otacílio Costa, Emílio Mariz, José Neto, Dorival Maia, Antônio Vasconcelos, Josimar Moreira Ramos, Antônio Pimentel, Bianor Coelho Soares, Getúlio Galvão Carvalho, João da Cruz Silveira, Edson Rodrigues; e das moças Ana Darcy Guimarães, Wilma Ferro, Luenir Moreira, Francisca Carvalho, Maria das Dores Assis, Denise Pereira, Flor-de-lis Almeida, Carmosina Bittencourt, Rita de Cássia Pedreira, Ana Assis, Francisca Fraga, Maria Nazareth Bonfim, Maria da Providência Lobão. Havia também o Evaldo Batista Peçanha, que veio de Minas Gerais e cursou apenas um período, e sumiu. Um dia, algum tempo depois, reapareceu vestido de beato, vindo dos rumos da Igreja de São Benedito: sem falar com ninguém, desceu a rua, cruzou a Praça, e sumiu novamente. Nunca soubemos a causa do seu desencanto. Esta crônica é uma homenagem a todos eles e também àqueles que não consegui lembrar o nome, mas que certamente guardaram na memória, como eu, as canções do Dick Farney.
Posted on: Fri, 15 Nov 2013 13:34:07 +0000

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