DOS PETISCOS QUE NÃO RESPEITAMOS: E OS CARACÓIS? Com o Verão é costume comer-se caracóis. Não dezenas, nem centenas deles, mas milhões. Estima-se que os portugueses consumam, anualmente, mais de 4000 toneladas destes animais. Pede-se caracóis num café ou tasca com a mesma inocência com que se pede tremoços. O problema é que os caracóis não são exactamente tremoços. A prática de comer caracóis esteve frequentemente associada a tempos de guerra e escassez de alimentos e hoje em dia apenas são consumidos como aperitivo num escasso número de países, como Portugal ou França. A verdade é que o consumo destes animais se popularizou juntamente com o consumo de outros moluscos da mesma família, como os caramujos. Durante muito tempo pensou-se que estes pequenos animais não poderiam sentir dor mas os mais recentes estudos sobre neurociências e senciência animal têm provado o contrário. Facto é que os caracóis possuem terminações nervosas em todo o corpo, especialmente na zona das antenas menores , que lhes permite receber estímulos de dor, como qualquer animal. Note-se, além do mais, que estes animais são praticamente cegos, guiando-se essencialmente pelo tacto e pela audição. A “Declaração de Cambridge sobre a Consciência”, já subscrita em 2012 por cientistas de várias áreas do conhecimento, abre a porta à possibilidade de existência de estruturas que geram a “consciência” em animais invertebrados e em moluscos ( classe a que pertencem os caracóis). Ao pedir um prato de caracóis estamos nós mesmos a colocar dezenas de animais sencientes para terem uma morte agonizante numa panela de água a ferver, da qual eles tentam a todo o custo escapar. Ser conivente com mais uma barbaridade, perfeitamente evitável, é escolha de cada um, mas entendemos que as pessoas devem fazer escolhas informadas. Alguns factos sobre estes pequenos animais e a sua cruel forma de vida em cativeiro: -Os caracóis não têm fase larvar como os insectos, procurando alimento mal saem do ovo, -Os caracóis vivem mais tempo que a esmagadora maioria dos insectos, algumas aves e até alguns mamíferos: podem viver entre 5 e 15 anos, havendo registo de um caracol que chegou aos 30 anos. - São moluscos muito sensíveis e vegetarianos, que têm um importante papel na formação e decomposição do húmus terrestre. - Têm um dos acasalamentos mais longos do reino animal, que pode durar até 10 horas. - São hermafroditas e formam casais, copulando cerca de 4 vezes por ano. -Colocam os seus ovos, cavando arduamente buracos no solo, nos dias mais quentes e húmidos. -Passam muito tempo a alimentar-se e têm fama de animais vorazes mas o seu apetite depende das condições climatéricas, havendo alturas do ano em que mal se alimentam. Os caracóis criados para “alimentação” humana vivem num total desrespeito por estas e outras necessidades etológicas: -É frequente serem alimentados apenas à base de especiarias e bebidas alcoólicas de modo a condicionar o seu sabor. -A sua forma de acondicionamento é extremamente cruel, sendo mantidos em viveiros sem qualquer substrato que imite minimamente o seu habitat natural. -O seu transporte não é menos cruel pois são ensacados dentro de sacos e redes, aí permanecendo, partindo as suas cascas e sendo muitos deles esborrachados antes de chegarem às panelas. - A morte que é infligida aos caracóis é das mais cruéis que se pode imaginar. Eles são cozidos lentamente numa experiência terrivelmente agonizante. Os que estão mais próximos da tampa do tacho tentam desesperadamente fugir da panela e escapar à dor horrível que sentem. Cada vez que vamos a um café e pedimos um prato de caracóis estamos nós mesmos a cometer este acto cruel contra dezenas de criaturas sencientes. Pense e decida em consciência, seja compassivo, salve vidas, Na dor não somos assim tão diferentes, Rise Up pelos Animais
Posted on: Mon, 19 Aug 2013 19:43:35 +0000
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