De: Bianca Santana Via: Felipe Cabral "Nunca fui a uma Casa Fora do Eixo. Sempre observei de longe, sem entender direito. Sabia que tínhamos pautas comuns, mas ouvia muitas críticas aos métodos dos caras. Em um Fórum de Cultura Digital, discuti com "femininas pós-rancor" por ser feminista, segunda elas, rancorosa. Questionei meu companheiro e amigos queridos que estavam mais próximos do FdE cada vez que ouvia uma dessas críticas. Mas não via necessidade de me posicionar em relação a eles. Estou aqui tentando construir o mundo em que acredito e sobra pouco tempo e disposição pra "ser contra" outros grupos políticos. Mas há algumas semanas virei um pára-raio de denúncias contra o Fora do Eixo. E tenho certeza de que não fui só eu. Ouvi sobre "choque e pesadelo", "ou tá com nóis ou tá contra nóis", "me colocaram numa sala e gritaram por uma hora e meia sem eu conseguir respirar", "me enfiaram num carro e ficaram dando voltas sem eu entender", "ouvi que se fosse em Gaza ou na ditadura seria diferente", "quando fulana não tá cooperando, os caras falam que precisa dar uma amaciada nela", "tenho medo dos caras do Fora do Eixo. Medo do que eles podem fazer comigo". Ouvi essas coisas de pessoas que nem se conheciam. E fui conversando com mais gente pra tentar entender. É tão absurdo que parece mentira que um movimento de redes, que realiza coisas tão legais, faça coisas assim. Mas pelas crescentes denúncias fica evidente que os caras utilizam métodos bizarros. Confesso que me choca menos saber que devem dinheiro pra quem trabalha com eles que ouvir que as pessoas são proibidas de conversar umas com as outras ou que, no trabalho, alguém seja xingada de retardada aos berros, ou que "o amor é ferramenta". Em uma empresa, em um partido ou qualquer outra instituição falida isso não acontece desse jeito. É assédio e as pessoas têm mecanismos legais de proteção. Como é que um grupo que se diz alternativa ao capital e aos partidos reproduz violações terríveis aos direitos humanos? De um jeito que nem o capital faz mais? Depois de ler o relato da Laís, senti urgência de gritar que o Fora do Eixo não me representa e que esses métodos são inaceitáveis! Não dialogo com quem fere direitos humanos. E denuncio porque não sou cúmplice."
Posted on: Fri, 09 Aug 2013 04:56:02 +0000
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