Desculpe-me a franqueza, mas chamar esses caras da AGU de filhas da puta é muito pouco! Querem sempre o melhor dos dois mundos! Os médicos estrangeiros são apenas “bolsistas que atuarão sob a supervisão direta de um tutor ligado a uma instituição acadêmica.” Ou seja, não são trabalhadores, mas estudantes, com supervisão e autonomia limitadas. Isso, para escapar da legislação trabalhista, que não permitiria trabalho escravo em território nacional. Agora, se os “bolsistas” fizerem merda – leia-se; matarem gente - “os gestores, supervisores e tutores do projeto não serão corresponsáveis por dano a paciente, imperícia, imprudência, negligência ou conduta antiética praticados pelo profissional estrangeiro”. Ôpa! Aí, quando torna-se conveniente, o “estudante/bolsista” subitamente vira “profissional”. Na sua argumentação, a AGU evoca nada mais nada menos do que o nosso “Código de Ética Médica” (que a propósito, foi transformado em letra morta pela MP), que – segundo eles – “é taxativo ao prever que o médico se responsabilizará, em caráter pessoal e nunca presumido, pelos seus atos profissionais". Assim, para a AGU, os importados ora serão “estudantes / bolsistas”, ora serão profissionais interia e unicamente responsáveis por seus atos (sem “responsabilidade solidária entre os mencionados integrantes do projeto”), a depender, obviamente, das conveniências políticas e jurídicas. E assim os causídicos seguem tomando conta do país, nos atormentando com sua gangorra retórica, esperando levar todo mundo na conversa. Tomam todos por idiotas. E, devo dizer, estão quase certos...
Posted on: Wed, 18 Sep 2013 12:24:52 +0000
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