Dia dos pais é dia de falar eu te amo para o seu pai... Olha o - TopicsExpress



          

Dia dos pais é dia de falar eu te amo para o seu pai... Olha o que aconteceu no dia em que eu falei eu te amo para o meu pai... Desde a adolescência, eu brigava muito com meu pai. Parecia que a principal razão de minha vida era contrariá-lo. Um dia, meu terapeuta disse que já era tempo de mostrar gratidão por tudo o que meu pai havia feito por mim em vez de brigar como um rebelde sem causa. Concordei e assumi o compromisso de lhe falar do meu amor na primeira vez que nos encontrássemos. E isso aconteceu num fim de semana, em sua casa. Eu já estava lá, sozinho, quando ele chegou. Almoçamos juntos, e cada vez que o chamava para iniciar a conversa não conseguia e mudava de assunto. — Pai... — Que é? — Passe o sal, por favor. — Pai... — Que é? — Passe a salada. Quando terminamos o almoço, ele foi dormir e prometi a mim mesmo que falaria assim que acordasse. Ao se levantar, como sempre, foi cuidar do galinheiro. Eu o acompanhei. — Pai... — Que é? — Passe o martelo. Lanchamos juntos e o assunto continuava travado em minha garganta. Como era difícil falar de amor a uma das pessoas a quem eu mais amava! Como era difícil mostrar sensibilidade depois de tanto tempo tentando demonstrar frieza! Quando ele estava para sair, percebi que não poderia adiar mais. Pedi, então, que se sentasse e comecei a falar de toda a gratidão que sentia pelo que fizera por mim. À medida que falava, lágrimas começaram a rolar, o choro correu solto e aflorou uma súbita compreensão de sua maneira de me amar ao longo dos anos. Nessa época, eu cursava a faculdade de Medicina. Já estava em condições de me sustentar, e por isso havia dispensado a mesada que recebia. Para minha surpresa, meu pai me interrompeu: — Filho, se você está precisando que eu volte a lhe dar dinheiro, tudo bem, não tem problema, a gente se aperta e acaba dando um jeito. Fiquei atônito. Com raiva, concluí que ele não compreendia o amor que eu sentia e só pensava em dinheiro. Meu terapeuta convenceu-me de que fizera a minha parte. Eu já deixara de ser prisioneiro de meu passado. O comportamento de meu pai representava a maneira que ele escolhera para viver, e não uma forma de me contrariar. Alguns meses depois, num sábado, ficamos novamente juntos, almoçamos, ele dormiu, cuidamos do ¬ga¬linheiro, lanchamos, meu pai se aprontou e nos despedimos. Ele tirou o carro da garagem. De repente, ouvi a buzina de seu carro, como se me chamasse. Fui até a janela da casa, e ele acenou para mim. Aproximei-me do carro, meu pai abriu o vidro e me disse: — Sabe, filho, aquilo que você disse naquele dia foi a coisa mais importante da minha vida. Ao completar a frase, engatou a marcha e saiu voando... Surpreso, eu me dei conta de quanto deve ter sido difícil para ele abrir o coração e aceitar minha declaração de amor. Meu pai teve uma vida muito difícil, pois ficou órfão aos 7 anos de idade, teve de trabalhar desde cedo para sobreviver e certamente aprendeu a esconder a sensibilidade para não sofrer. Tenho certeza de que, para ele, dar-me todo o conforto e oportunidades de estudar foi a forma de mostrar quanto se importava comigo. No fundo, porém, o que nós dois tínhamos vontade de fazer era trocar um forte abraço de pai para filho... Depois daqueles dias em que pudemos demonstrar nosso afeto, deixamos cair as barreiras que escondiam nossos sentimentos. Nunca mais nossas vidas foram as mesmas. A partir daquele momento, abrir o coração deixou de ser proibido.
Posted on: Sun, 11 Aug 2013 13:39:37 +0000

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