Dialogo 64º Depois do meio dia eu e meu Velho Irmão Templário - TopicsExpress



          

Dialogo 64º Depois do meio dia eu e meu Velho Irmão Templário fomos até os estábulos onde “Aro” estava se alimentando, peguei meu antigo arreio é preparei Aro para nossa primeira cavalgada juntos, ele pareceu aceitar bem minha presença, o arreio de Crow também ficou perfeito sobre Aro. Montei e dei uma volta dentro do piquete, ele era um cavalo bem tempestuoso, sapateava parado no lugar, suas crinas esvoaçavam, mantinha a cabeça bem erguida e imponente, de fato seu treinador deveria ser um exímio domador de cavalos, pois suas rédeas eram bem sensíveis, ele obedecia à voz de comando prontamente, não importa a distancia ele estava habituado quando ouvia seu nome “Aro” a buscar o som de quem o chamava. Meu Velho Irmão selou seu cavalo e saímos para fazer um primeiro treino com Aro. Quando chegamos numa estrada reta soltei as rédeas para ver o desempenho de Aro, ele era muito veloz, fiquei muito surpreso, e também não se cansava fácil mesmo galopando sobre as areias fofas do deserto, afinal ele tinha nascido naquelas terras, estava em casa, era uma maquina feita para correr e sobreviver nessas terras... Lembrei-me de Crow e o quanto ele fora guerreiro, seja atravessando os mares, ou lutando dia e noite contra as intempéries do deserto! Tenho certeza que não teria chegado aonde cheguei sem a força e ajuda de Crow, fora uma Cruzada muito difícil, cheia de armadilhas e perigos... Meu Velho Irmão aproveitou e mostrou-me alguns pontos estratégicos que formavam os caminhos de Jerusalém, passamos pela estrada principal onde os peregrinos eram escoltados para fazer a peregrinação nos pontos que o Cristo passou, na verdade nós nunca entendemos porque a resistência dos muçulmanos em deixar que nós Cristãos permanecêssemos nessas terras que para nós eram sagradas, porque eles mesmos não acreditavam no Cordeiro de Deus. Sempre fora contra as guerras em nome do Criador Maior, as chamadas “Guerras Santas”, mas que opções tínhamos, para nós cristãos era muito importante seguir os caminhos trilhados pelo filho do Altíssimo, sentir a energia dos lugares onde ele esteve e pregou sua palavra santa, reconquistar os artefatos que pertenceram ao Mestre no passado. Eu mesmo pude sentir sua presença diversas vezes durante a travessia pelo deserto, aquelas terras continham realmente seus mistérios e segredos. Lembrei-me daquela noite que estava acampado sozinho distante do resto do grupo fazendo a ronda noturna, e toda emoção que se apossara de mim quando aquela luz ficou frente a frente comigo, fazendo-me dobrar os joelhos diante de tão elevada autoridade moral. Um dos inúmeros segredos que adquirira durante a Cruzada pelo deserto e guardara para mim. Depois de vários testes confesso que fiquei impressionado com o desempenho de Aro, ele era um corcel completo, pronto para se tornar parte de um cavaleiro, mas isso nós conseguíramos só com o tempo, não seria da noite para o dia que nós teríamos a sintonia que eu e Crow tínhamos um com o outro. Questionei meu Velho Irmão sobre o alto valor que ele pagara num puro sangue como Aro, ele me disse que depois do que eu fizera por ele e pelo grupo era o mínimo que poderia ter feito por mim. Mesmo assim questionei-o sobre como ele conseguira pagar, pois tanto eu quanto ele, seguíamos a risca nosso voto de pobreza, possuíamos somente o necessário para vivermos, ao contrário de muitos irmãos da Ordem que eram extremamente gananciosos. Ele ficou sem jeito, era muito perceptível sua expressão, então me disse: “Você é muito esperto Lobo Templário, não conseguiria esconder por muito tempo mesmo, então vou te contar como consegui esse corcel... Você ficou muitos dias desacordado, certa manhã eu estava cavalgando por uma trilha distante da nossa sede no Templo, quando olhei no alto de um monte vi um homem montando em seu cavalo com a mão estendia com a palma para cima, isso mostrava que era um mulçumano que não queria confronto, fui a sua direção, sabe como sou curioso, tanto quanto você, enfim, quando cheguei próximo era ele, o mesmo líder muçulmano que te encontrara no deserto, fiquei preocupado a principio, mas ele pediu que eu ficasse tranquilo que estava sozinho e de fato estava, ele estava montado num cavalo puxando “Aro” pelas rédeas”. Ele me disse: “Tanto você como seu amigo Templário recém chegado são nobres e justos, fiquei sabendo sobre como ele fora destemido para salvar o seu grupo no deserto, também fiquei sabendo que ele perdera seu animal pelo qual o acompanhava desde as terras distantes além das águas profundas. Ele precisará de uma boa montaria para se manter vivo nessas terras, eu estou em debito com ele, portanto aceitai esse humilde presente, um corcel nascido e criado pelo meu treinador particular. Seu nome é “Aro” um dos meus melhores animais, não é necessário que ele saiba que foi um presente meu, apenas se certifique que ele ficará com ele”. Eu fiquei surpreso com as palavras que meu Velho Irmão acabara de me dizer, mas no fundo do meu coração eu sentia que era sincero da parte daquele líder e sábio muçulmano. Nós regressamos ao Templo sem dizermos uma palavra. FlavioK2 – Lobo Bárbaro Poeta
Posted on: Tue, 27 Aug 2013 21:38:21 +0000

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