Dialogo 76º Já era noite avançada quando meu grupo partiu, fomos os últimos a deixar a sede do Templo, tomamos uma boa dose de vinho antes de ganharmos o deserto, realmente às noites no deserto eram frias, escuras e cheias de temores, nossa caminhada era mais longa e perigosa que a dos demais grupos, resolvemos, portanto descansar mais e se aquecer com vinho. Era uma noite negra sem lua, foi uma cavalgada difícil e tensa, mas todos concordamos que fora melhor assim, porque se fosse noite de lua ficaríamos visíveis e vulneráveis. Segui na frente não só pelo fato de ser batedor experiente, mas porque minha montaria “Aro” conhecia aquele caminho muito bem... Formávamos um total de vinte Cavaleiros Templários, antes de partirmos esclareci a todos que as chances de entrarmos em batalha eram muito grande, deixei cada um dos irmãos a vontade para se retirar do grupo se achasse que não estava pronto. Mas todos disseram a mesma coisa, que era uma honra estar sob meu comando e do meu Velho Irmão. Alertei a todos que ficassem atentos a qualquer ruído ou movimentação, principalmente no solo por onde passávamos, as areias noturnas eram reinadas por animais peçonhentos, escorpiões e serpentes extremamente venenosas. Era só questão de tempo até cruzarmos com uma, coites e outros animais de médio porte também possuíam hábitos noturnos e andavam em bando, o grupo tinha que permanecer unido para manter-se seguro. Atravessamos o deserto aberto e pegamos as trilhas pelas fendas que levavam até as duas entradas, quando chegamos à trilha que Aro havia nos mostrado da ultima vez o sol ameaçava querer mostrar sua face no horizonte. Chamei meu Velho Irmão e orientei que ele pegasse metade do grupo e seguisse pela trilha de acesso a abertura da caverna pela parte dos fundos, eu seguiria até a entrada principal. Ambos tínhamos um pequeno instrumento de sopro que usáramos em diversas missões, quando o som era emitido, sabíamos imediatamente que um o outro estava em perigo, isso iria funcionar muito bem ali, o som era suficiente para cobrir toda área da caverna de um extremo a outro, caso um dos grupos estivesse em apuros com certeza eu ou meu Velho Irmão escutaríamos o sinal do outro. E assim meu Velho Irmão e seu grupo seguiram seu caminho, e nós fomos procurar nosso ponto estrategicamente adequado para vigiar dia e noite e manter-se camuflado, os dias e noites passavam lentos e cansativos, definitivamente esse era um trabalho do qual não me agradava, ficar parado, escondido, esperando, esperando, esperando, algo que nunca acontecia... Já estávamos de tocaia nas principais entradas a meia volta de lua, o prazo que Lady RedFord dissera já havia se passado a muito... Nossas provisões estavam racionadas ao máximo, mesmo assim eu e meu Velho Irmão seguramos nosso grupo nas duas entradas das cavernas. Ficamos sabendo por intermédio de mensageiros que alguns grupos haviam abortado sua missão deixando seus postos a mando de seus comandantes. Esse era um risco desnecessário, se fazia necessário um pouco mais de perseverança e resignação para alguns dos nossos irmãos, eu disse ao meu Velho Irmão, não importa que todos voltem, mas nós permaneceremos aqui! Ele tinha a mesma visão, nós só regressaríamos quando não houvesse nenhuma possibilidade de ficarmos mais. Ouvimos um mensageiro dizer que Lady RedFord estava sendo motivo de chacota no Templo, que os irmãos que regressaram estavam zombando dela, acusando-a de mentirosa entre outras coisas... Mas minha intuição dizia que devíamos esperar mais um pouco, que por algum motivo nossos inimigos adiaram o ataque, então ficamos! Passaram-se uma volta de lua completa, estávamos sob pressão dos irmãos que compunham nosso grupo, muitos queriam voltar para o Templo, contudo foi numa noite de lua cheia, estávamos na entrada principal, era madrugada avançada, eu estava de vigia aquela noite, quando percebi uma movimentação incomum na entrada da caverna, vi alguns homens gritando uns com os outros, puxavam cavalos, alguns carregavam varias espadas para serem distribuídas, alertei todos meus irmãos dizendo: “Chegou o dia”. Montei em Aro e cavalguei pela trilha para chegar mais próximo de onde o outro grupo estava, chegando à bifurcação onde as trilhas se encontravam pegue o instrumento e o assoprei três vezes, não demorou meu Velho Irmão Templário retornou com três sons, ele sabia o que significava, então voltei rapidamente para junto do meu grupo, logo o grupo liderado por meu Velho Irmão estaria junto do nosso. Quando cheguei de volta em nosso acampamento, um dos irmãos disse: “Lobo Templário, já contei mais de sessenta homens armados e montados”. Gritei a todos: “Preparem-se meus irmãos Templários, em breve estaremos em uma batalha!”. FlavioK2 – Lobo Bárbaro Poeta
Posted on: Tue, 17 Sep 2013 22:49:02 +0000
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