Dica 08 A distinção entre fé e razão O homem moderno se caracteriza pela sua atitude no uso da razão. Se o homem é livre então ele pensa pela sua própria cabeça e decide por si mesmo nos limites de sua razão. Essa é a grande descoberta da Filosofia moderna. Esta fase da Filosofia coincide com René Descartes, filósofo francês. O mesmo era católico e foi um dos precursores da filosofia pura buscando distinguir totalmente sua capacidade de distinguir os seus limites para ter certeza daquilo de pode ser absolutamente verdadeiro, sem possibilidade de erro. Ora, isso é a razão. E sua certeza é o Cogito ergo sum, Penso logo existo. Agora, qual a relevância de pensar com liberdade e distinguir isso da religião? Ora, temos hoje, como sempre houve na história da humanidade, ataques à liberdade do homem. Quando alguém propõe “Brasil para Cristo” ou “O Brasil está longe de Cristo” esta pessoa está atentando contra essa distinção. Qual a relevância disso? É que somente um Estado laico (tal seja, que não professe uma religião) é que garantirá a todos os cidadãos a liberdade (entre as quais ainda se destaca a liberdade religiosa). Com a razão o homem cria instituições, ele faz contratos, ele empreende e faz parte da construção do mundo. E também é capaz de julgar os erros, as falcatruas e a corrupção. A religião nos dá a certeza através da fé e da graça. Ciência, filosofia, religião: são aquilo que Wittgenstein chama de níveis de linguagem diferentes. Cada uma desses fenômenos da vida humana tem um nível próprio de linguagem e um não tem como avaliar o outro. Claro, por razões religiosas se pode fazer política e isso é positivo. Mas a cada atividade conforme a sua necessidade de linguagem!
Posted on: Tue, 13 Aug 2013 01:22:40 +0000
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