Disciplina: Estética I Introdução à leitura de "Origem do - TopicsExpress



          

Disciplina: Estética I Introdução à leitura de "Origem do drama de luto alemão" (1927) Prof. Dr. Romero Freitas Código FIL 556 Departamento FILOSOFIA EMENTA Benjamin pretende fazer em Origem do drama de luto alemão uma análise filológica de um gênero literário específico (o Trauerspiel ou “drama de luto”), mas o resultado dessa análise vai além do pretendido: em meio à sua hermética (e às vezes confusa) erudição, o livro apresenta esboços de uma nova filosofia da história e de uma nova filosofia da arte, fundidos naquilo que se poderia denominar um projeto de filosofia trágica da história da arte. O drama de luto (“trágico” ou “barroco”), diversamente da tragédia, é um gênero literário essencialmente histórico. Ele exprime de modo lúdico (Spiel) a tristeza (Trauer) da natureza, por ser ela “muda”, “exilada”,“decaída”, finita, perecível, histórica. Esse é papel da alegoria, seu principal elemento formal. A história como imanência é o seu principal elemento conteudístico. Ela é o pano de fundo de todos dos dramas de luto (e mesmo de algumas comédias) do século XVII (Gryphius, Calderón, Shakespeare); ela é um espelho da negatividade irreconciliável da ação humana (no tempo profano ou cronológico), mas é ela também um sinal da reconciliação messiânico-profética (no tempo sagrado ou kairológico). Benjamin cinde, dessa forma, a identidade metafísica (Herder, Hegel, Schelling) entre o histórico e o lógico, o sagrado e o profano (“Die Weltgeschichte ist das Weltgericht”), a arte e a natureza, a linguagem como expressão e a linguagem como convenção. ______________________________________________________________________________________________ CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1. Primeiras leituras: Kant, Goethe, Rosenzweig 2. Aristóteles e Nietzsche: poética da tragédia vs. filosofia do trágico 3. História como alegoria: juízo, morte, linguagem 4. Barroco e expressionismo: analogia e crítica 5. Metafilosofia: o ensaio como forma BIBLIOGRAFIA BÁSICA Benjamin, Walter. Origem do drama barroco alemão. São Paulo: Brasiliense, 1986. _______________ Origem do drama trágico alemão. Belo Horizonte: Autêntica, 2011. Bibliografia Complementar Agostinho. A Cidade de Deus. Trad. Oscar Paes Leme. Petrópolis: Vozes, 2002. Auerbach, Erich. “Sobrevivência e transformação da visão dantesca da realidade” in Dante como poeta do mundo secular. Rio de Janeiro: Topbooks, 1997. Arendt, Hannah. “Walter Benjamin: 1892-1940” in Homens em tempos sombrios. Trad. Denise Bootmann. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. Aristóteles. Poética. Trad. Ana Maria Valente. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2011. Benjamin, Walter. Gesammelte Schriften. Org. Rolf Tiedemann e Hermann Schweppenhäuser. Frankfurt: Suhrkamp, 1972-1989. _______________ “Crítica da violência – crítica do poder” in Documentos de cultura/Documentos de barbárie. Trad. Willi Bolle. São Paulo: Cultrix, 1986. ‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒ O conceito de crítica de arte no romantismo alemão. Trad. Márcio Seligmann-Silva. São Paulo: Iluminuras, 1993. ‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒ The correspondence of Walter Benjamin 1910-1940. Trad. Manfred R. Jacobson e Evelyn M. Jacobson. Chicago: University of Chicago Press, 1994. ‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒ Gesammelte Briefe. Org. Christoph Gödde und Henri Lonitz. Frankfurt: Suhrkamp, 1995-2000. ‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒ “As afinidades eletivas de Goethe” in Ensaios reunidos: Escritos sobre Goethe. Trad. Mônica Krausz Bornebusch. São Paulo: Duas Cidades/Editora 34, 2009. ‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒ “Sobre a linguagem em geral e sobre a linguagem do homem”, “Destino e caráter” e “A tarefa do tradutor” in Escritos sobre mito e linguagem. Trad. Susana Kampf Lages e Ernani Chaves. São Paulo: Duas Cidades/Editora 34, 2011. ‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒ “Capitalismo como religião” in Revista Garrafa, n 23 (2011). Trad. Jander de Mello Marques Araújo. _______________ “Fragmento teológico-político”, “Anúncio da Revista Angelus Novus” e “Sobre o conceito de história” in O anjo da história. Trad. João Barrento. Belo Horizonte: Autêntica, 2012. Bolle, Willi. “A modernidade como ‘Trauerspiel’. Representação da história em Walter Benjamin, ‘Origem do drama barroco alemão’” in Revista de História, n. 119 (1988). Borges, Jorge Luis. “A cabala” in Sete Noites. Trad. João Silvério Trevisan. São Paulo: Max Limonad, 1983. Brandão, Antonio Jackson de Souza. A literatura barroca na Alemanha. Andreas Gryphius: representação, vanitas e guerra. Dissertação de Mestrado (USP), 2003. Bürger, Peter. Teoria da Vanguarda. Trad. José Pedro Antunes. Rio de Janeiro: Cosac Naify, 2008. Calderón de la Barca, Pedro. O grande teatro do mundo. Trad. Maria de Lourdes Martini. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1988. ‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒ A vida é sonho. Trad. Renata Pallotini. São Paulo: Hedra, 2007. Carone, Modesto. Metáfora e montagem (Um estudo sobre a poesia de Georg Trakl). São Paulo: Perspectiva, 1974. Cavalcanti, Claudia (Org. e Trad.). Poesia expressionista alemã: uma antologia. São Paulo: Estação Liberdade, 2000. Chaves, Ernani. “Mito e política: notas sobre o conceito de destino no ‘jovem’ Walter Benjamin” in Trans/Form/Ação, v. 17 (1994). ‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒ “O ‘silêncio trágico’: Walter Benjamin entre Franz Rosenzweig e Friedrich Nietzsche” in Seligmann-Silva (Org). Leituras de Walter Benjamin. São Paulo: Annablume, 1999. ‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒ “Kátharsis versus Ouvinte Estético: sobre a Tragédia em Nietzsche e Walter Benjamin” in Kátharsis: reflexos de um conceito estético. Duarte, Rodrigo/ Et Alli. Belo Horizonte: C/Arte, 2002. Deleuze, Gilles. A dobra – Leibniz e o barroco. Trad. Luis Orlandi. Campinas: Papirus, 2009. Didi-Huberman, Georges. “‘Ouvrir un ciel derrière chaque geste’” in Benjamin-Studien, n. 1 (2008). Eliade, Mircea. “As provações do judaísmo: da escatologia à exaltação da Tôrâh” e “Paganismo, cristianismo e gnose na época imperial” in História das crenças e das ideias religiosas. Trad. Roberto Cortes de Lacerda. Rio de Janeiro: Zahar, 2010. Frye, Northop. Sobre Shakespeare. Trad. Simone Lopes de Mello. São Paulo: Edusp, 1999. Gagnebin, Jeanne Marie. “Origem, original, tradução” e “Alegoria, morte, modernidade” in História e narração em Walter Benjamin. São Paulo: Perspectiva, 1994. ‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒ “Da escrita filosófica em Walter Benjamin” in Seligmann-Silva (Org). Leituras de Walter Benjamin. São Paulo: Annablume, 1999. Gatti, Luciano. “A exposição da ideia” in Constelações. Crítica e verdade em Benjamin e Adorno. São Paulo: Loyola, 2009. Gilson, Étienne. “A Idade Média e a história” in O espírito da filosofia medieval. Trad. Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2006. Goethe, Johan Wolfgang. Schriften zur Kunst und Literatur. Org. Harald Steinhagen. Stuttgart: Reclam, 1999. ‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒ Escritos sobre arte. Org. e trad. Marco A. Werle. São Paulo: Humanitas/Imprensa Oficial, 2005. Gomes Junior, Guilherme Simões. “Apontamentos acerca da cultura do barroco” in Palavra Peregrina: o barroco e o pensamento sobre as artes e letras no Brasil. São Paulo: Edusp, 1998. Gracián, Baltasar. A arte da prudência. Trad. Ivone Castilho Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 2009. Guinsburg, J. (Org). O expressionismo. São Paulo: Perspectiva, 2002. Hanssen, Beatrice. Walter Benjamin´s other history. University of California Press: Londres, 1998. Hansen, João Adolfo. Alegoria – construção e interpretação da metáfora. São Paulo, Hedra: 2006. ‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒ “Barroco, neobarroco e outras ruínas” in Tereza. Revista de literatura brasileira, n. 2 (2001). Hatzfeld, Helmut. Estudos sobre o barroco. Trad. Célia Berrettini. São Paulo: Perspectiva, 2002. Kristeva, Julia. “Os Hebreus: a Bíblia e a Cabala” in História da linguagem. Trad. Maria Margarida Barahona. Lisboa: Edições 70, 1974. Koopmann, Helmut. Deutsche Literaturtheorien zwischen 1880 und 1920: eine Einführung. Darmstdat: WBG, 1997. Lages, Susana Kampff. Walter Benjamin – tradução e melancolia. São Paulo: Edusp, 2002. Leibniz, Gottfried Wilhelm. Discurso de metafísica e outros textos. Trad. Tessa Moura Lacerda. São Paulo: Martins Fontes, 2004. Lindner, Burkhardt (Org). Benjamin-Handbuch: Leben, Werke, Wirkung. Stuttgart: Metzler, 2006. Lopes, Rogério. “Entre aforismo e ensaio: retórica como estratégia de apresentação” in Elementos de retórica em Nietzsche. São Paulo: Loyola, 2007. Lukács, Georg. “Metaphysik der Tragödie: Paul Ernst” e “Über Form und Wesen des Essays: Ein Brief na Leo Popper” in Die Seele und die Formen. Essays. Berlim: Egon Fleischel & Co., 1911. ‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒ “Metafísica de la tragédia (Paul Ernst)” e “Sobre la esencia y forma do ensayo (Carta a Leo Popper)” in El alma y las formas y La teoría de la novela. Trad. Manuel Sacristan. Barcelona: Grijalbo, 1975. Lavelle, Patrícia. “A árvore e o juízo – as raízes criticistas da filosofia da linguagem de Walter Benjamin” in ArteFilosofia, n. 6 (2009). Löwy, Michel. “Messianismo judeu e utopias libertárias na Europa Central (1905-1923)” in Romantismo e messianismo. Trad. Myriam Veras Baptista e Magdalena Pizante Baptista. São Paulo: Perspectiva, 1990. Machado, Roberto. O nascimento do trágico – de Schiller a Nietzsche. Rio de Janeiro: Zahar, 2006. Molder, Maria Filomena. “Método é desvio – uma experiência de limiar” in Otte, Georg/Et alli (Org). Limiares e passagens em Walter Benjamin. Belo Horizonte: UFMG, 2010. Most, Glenn. “Da tragédia ao trágico” in Filosofia política III/1. Trad. Constança Ritter. dRio de Janeiro: Zahar, 2001. Nietzsche, Friedrich. O nascimento da tragédia ou Helenismo e pessimismo. Trad. J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras. Nordmann, Sophie. Philosophie et judaïsme: H. Cohen, F. Rosenzweig, E. Levinas. Paris: PUF, 2008. Menninghaus, Winfried. Walter Benjamins Theorie der Sprachmagie. Frankfurt: Suhrkamp, 1980. ‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒ “Science des seuils. La théorie Du mythe chez Walter Benjamin” (trad. Alain Juster) in Wismann, Heinz (org). Walter Benjamin e Paris. Paris: Cerf, 1986. Otte, Georg/Et alli (Org). Limiares e passagens em Walter Benjamin. Belo Horizonte: UFMG, 2010. Erwin, Panofsky/Saxl, Fritz. Dürers “Melencolia I”. Eine quellen und typen-geschichtliche Untersuchtung. Berlin: Bibliothek Warburg, 1923. Panofsky, Erwin. Idea: a evolução do conceito de belo. Trad. Paulo Neves. São Paulo: Martins Fontes, 1994. Ramos, Silvana de Souza. “O vigor crítico da sagesse montaigniana” in Cadernos Espinosanos. Estudos sobre o século XVII, n. 17 (2007). Pascal, Blaise. Pensamentos. Trad. Mário Laranjeira. São Paulo: Martins Fontes, 2005. ‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒ Les pensées dans l’edition de 1671. Org. Eric Dubreucq. Disponível em: sami.is.free.fr/Oeuvres/pascal_pensees.html Ramplay, Mathew. The Remenbrance of Things Past. On Aby M. Warburg and Walter Benjamin. Weisbaden: Harrassowitz, 2000. Reijen, Willem van (org). Alegorie und Melancholie. Frankfurt: Suhrkamp, 1992. ‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒ “Innerlichkeit oder Begriffsarbeit? - Die Barockrezeption W. Benjamins und Th. W. Adornos” in Alegorie und Melancholie. Frankfurt: Suhrkamp, 1992. Rouanet, Sérgio Paulo. “Nota do tradutor” e “Apresentação” in Benjamin, Walter. Origem do drama barroco alemão. Trad. Sérgio P. Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1984. Roubine, Jean-Jacques. Introdução às grandes teorias do teatro. Rio de Janeiro: Zahar, 2003. Rosenfeld, Anatol. “O barroco” in História da literatura e do teatro alemães. São Paulo: Perspectiva, 1993. ‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒ “Tricentenário de um grande romance: Hans Jakob Christoffel von Grimmelshausen” in Letras germânicas. São Paulo: Perspectiva/Edusp/Editora Unicamp, 1993. Rossi, Paolo. “Os teatros do mundo” in A chave universal – artes da memorização e análise combinatória desde Lúlio até Leibniz. Trad. Antonio Angonese. Bauru: Edusc, 2004. Santiago, Homero. “Três notas sobre a relação entre filosofia e forma textual nos ensaios de Bacon” in Cadernos Espinosanos. Estudos sobre o século XVII, n. 17 (2007). Seligmann-Silva, Márcio. “Walter Benjamin: o estado de exceção entre o político e o estético” in Cadernos Benjaminianos, vol. 1, n. 1 (2009). ‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒‒ “A catástrofe do cotidiano, a apocalíptica e a redentora: sobre Walter Benjamin e a escritura da memória” in Duarte, Rodrigo/Figueiredo, Virgínia (Orgs). Mímesis e expressão. Belo Horizonte: UFMG, 2001. Schärf, Christian. Geschichte des Essays – von Montaigne bis Adorno. Göttingen: Vandenhoeck und Ruprecht, 1999. Schmitt, Carl. Teologia política. Trad. Elisete Antoniuk. Belo Horizonte: Del Rey, 2006. Teixeira, Antônio. “Ready for Love – violência e exceção em Clockwork Orange” in ArteFilosofia, n. 12, Julho, 2012. Telles, Gilberto Mendonça. Vanguarda europeia e modernismo brasileiro: apresentação dos principais poemas, manifestos, prefácios e conferências vanguardistas, de 1857 a 1972. Petrópolis: Vozes, 1982. Shakeaspere, Willian. Hamlet e Macbeth. Trad. Anna Amélia Carneiro de Mendonça e Bárbara Heliodora. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1995. Scholem, Gershom. As grandes correntes da mística judaica. Trad. J. Guinsburg et alli. São Paulo: Perspectiva, 2008. Schöttker, Detlev. “Os mundos imagéticos de Benjamin: objetos, teorias, efeitos” in Cadernos de Letras da UFF, n. 44 (2012). Szondi, Peter. “Leo Armenius” in Ensaio sobre o trágico. Trad. Pedro Sussekind. Rio de Janeiro: Zahar, 2004. Weider, Daniel (Org). Profanes Leben – Walter Benjamins Dialektik der Säkularisierung. Berlin: Suhrkamp, 2010. Warburg, Aby. “Heidnisch-antike Weissagung in Wort und Bild zu Luthers Zeiten” (1920) in Gesammelte Schriften II. Berlin: B.G. Teubner, 1932. Wellek, René. História da crítica moderna (1750-1950). Vol. 5: O final do século XIX. São Paulo: Herder, 1972. Weigel, Siegrid. “Die unbekannten Meisterwerke in Benjamins Galerie. Zur Bedeutung der Kunst für Benjamins Epistemologie” in Benjamin-Studien, n. 1 (2008).
Posted on: Tue, 01 Oct 2013 12:10:25 +0000

Trending Topics



Recently Viewed Topics




© 2015