Dizem com fim à vista: Os blogues são um meio de informação de - TopicsExpress



          

Dizem com fim à vista: Os blogues são um meio de informação de bastante utilidade. Há-os para todos os gostos e feitios. De esquerda, direita, centro, reaccionários e fascistas. Mas cada um escolhe e lê o que mais aprouver. Por tudo isto e por várias campanhas que lhes movem há quem diga que o seu fim está para breve. Assim, como tenho muitos textos e bastante carinho por eles, quase como a um filho, resolvi dar aos que julgo melhores outro destino para o caso de se tornar uma realidade a minha suspeição. A partir de hoje vou colocar na minha cronologia do Facebook os textos que tenho no meu blogue como forma de ficar para memória futura. Alguns são longos mas espero que quem os leia tenha paciência. Certamente não vão por ordem cronológica porque tenho outros temas diários mas quem os ler já sabe do que se trata. A manhã nascera linda: O chilrear dos pássaros, o azul celeste do céu, o cheiro que vinha dos pinheiros e eucaliptos, tudo me fazia compreender que se estava em plena Primavera. Tinha acordado há pouco e da janela do meu quarto presenciei tudo isto. Até o melro que já não comparecia há uns dias, talvez pela chuva que tinha caído, fez a sua aparição, o seu cantar era tanto que me fez pensar que era para retribuir os dias em falta. Tal como o melro, durante esses dias de chuva permaneci em casa. Não gosto da chuva. Entendo que só devia de chover a partir das vinte e quatro horas até às seis. Assim, só os noctívagos é que suportavam essa coisa triste que é a chuva. Como a manhã prometia, saí de casa e fui até ao centro da cidade. Se a minha admiração era bastante sobre o dia, mais ficou, com o que me foi dado ver sobre a modificação que tinha sofrido o centro cívico de Freamunde! Desde a Palmeira ao Cruzeiro era um regalo a sua paisagem. A relva, o jardim, a cascata de água que fazia o retorno entre esses dois lugares, os espaços pedonais que existiam entre os socalcos, era um mar de gente a percorrê-los; os bancos públicos com várias pessoas de idade a recordar tempos idos, os baloiços e escorregas para os putos brincar, os candeeiros que tinham uma arquitectura digna de se ver, estava ansioso por ver a sua iluminação, o que me ia dispor a sair nessa noite para ver os efeitos luminosos. Como Freamunde tinha mudado! A limpeza era outra. Ao contrário do que vinha sucedendo dava gosto passear pelo centro cívico. Qualquer pessoa ou fumador já não deitava os papéis ou piriscas para o chão. Havia asseio. Antes por tudo e nada só se via lixo. Até os que urinavam ao canto do campo da feira -hoje parque de estacionamento - deixaram de o fazer. Quando se prime pela limpeza a higiene aparece. As pessoas já não se deslocavam tanto para o Parque de Lazer. Agora no centro cívico acotovelavam-se umas às outras. Não era para menos. Os reformados, desempregados e as crianças mereciam este benefício. E nada melhor para uma terra como ter os seus habitantes a passar o seu tempo de lazer no coração da cidade. A alegria era enorme! Todos esperávamos esta obra. Notava-se que era do agrado de quase todos os Freamundenses. Havia um ou outro que discordava. Há em todas as terras um... velho do Restelo. Eu estava encantado! Olhava em todas as direcções e só via rostos felizes. Naquela altura gostava de encontrar o Presidente da Junta para lhe dar os parabéns. Sim, quando eles trabalham em prol do bem público só nos resta o agradecimento. Assim como nas más decisões os criticamos, nas boas, o agradecimento fica bem, embora saibamos, que a condição única é o bem-estar da comunidade local. Bem o queria encontrar. Olhava para um e outro lado e não vislumbrava a sua figura. É normal nestas ocasiões eles fazerem as suas aparições públicas para receberem felicitações. Continuava a olhar e não havia maneira de o ver até que ouvi uma voz: - O café está a ficar frio. Já é a segunda vez que te chamo e não há maneira de acordares! - Era a voz da minha esposa a acordar-me como era normal todos os dias. Só que desta vez me deixei embalar pelo sonho do arranjo do centro cívico. Fui à janela espreitar como estava o dia e ver se o melro se encontrava ali. Mas… não estava. Se estivesse já me tinha alertado com o seu cântico. A chuva continuava a cair. Depois do banho e do pequeno-almoço dei uma saltada ao centro de Freamunde para me inteirar da realidade ou do sonho. Ansiava com o que ia deparar. Dava não sei o quê para que não tivesse sido um sonho. Mas… infelizmente era. Chegado ali a primeira coisa com que deparei foi a de um sujeito a fechar a carcela das calças: vinha de urinar do referido canto. Estava tudo como dantes! O quiosque abandonado aos ratos, a sujidade prevalecia, o lago estava vazio o que dava para ver os artefactos que fazem movimentar a água e os reflectores de luzes com bastante ferrugem, as ervas daninhas cresciam e floresciam cada vez mais entre os paralelos de cimento. Não se encontrava vivalma. A não ser o senhor Alfredo “Cherina” e o José Maria “Veloso” em alegre cavaqueira debaixo de um abrigo junto ao lago por que a manhã continuava chuvosa; uns quantos desempregadas/os a deslocarem-se para a junta de freguesia, para marcar a sua presença na unidade do centro de emprego, que de quinze em quinze, têm de o fazer para receber o subsídio de desemprego. Vim para casa aborrecido. A minha visão durante o sonho estava desvirtuada. O que fazer? Convencer-me que não há solução para o centro cívico. Temos o que merecemos. PS - Este texto foi escrito a 23 de Maio de 2012.
Posted on: Sat, 17 Aug 2013 15:42:36 +0000

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