Diário do Brasil “atrazado”: Marina, tão necessária quanto desorganizada 1. Marina: tão necessária quanto desorganizada. A Rede de Marina foi rejeitada pelo TSE. Pelas regras atuais, decisão correta (cumpriu-se a lei). Foi dito não ao jeitinho. Isso moraliza (diante de tanta coisa que desmoraliza). Ilimar Franco (Globo 5/10/13, p. 2) reproduz os dez pecados capitais de Marina (elencados pelos seus aliados): 1) a formação da Rede começou muito tarde; 2) confiar demais na mobilização das redes sociais; 3) ineficiência dos 12 mil voluntários (75 assinaturas per capita); 4) Marina foi personalista; 5) falta de abertura para sugestões e críticas; 6) desprezo pelos problemas locais de políticos potencialmente aliados; 7) limitação à adesões de políticos tradicionais; 8) Marina fez pouco trabalho braçal em busca de assinaturas; 9) ela se ‘encastelou’ em debates filosóficos; 10) filtrar por conta própria as assinaturas coletadas, ao invés de mandar todas”. A presidenta do TSE (Cármen Lúcia) disse: “Todos nós, cidadãos, temos que nos submeter à lei, porque senão, teremos o caos”. Correto (quando a lei é constitucional e convencional). 2. Marina tem que ler (ou reler) “governamentalidade” de Foucault (Microfísica do poder, p. 277 e ss.). A arte de governar foi de transformando ao longo do tempo. O Príncipe de Maquiavel perdeu prestígio já no século XVII. Hoje a governança se centra na segurança (p. 293). Governa-se a mentalidade das pessoas. Mas antes de tudo temos que saber governar nossa própria vida (moral) e nossa família (economia). Só depois vem o Estado (política). Quem mostra desorganização para criar um partido acende luz amarela em termos de confiabilidade. Os grandes empreendimentos são sempre compostos de pequenas coisas! Mas se você já falha nas pequenas… 3. Mas a candidatura de Marina é muito relevante para o país. Acho saudável por fim à bipolarização (PT/PSDB). Seu partido está nascendo partido sobre sua candidatura. Dois grupos se formaram (um sim, outro não). Vai preponderar o grupo do dinheiro: seus financiadores (Natura, executivos do Itaú etc. estão impondo a candidatura). Cheiro de parasitismo (quem financia cobra a fatura depois, normalmente). O parasitismo é uma das raízes do Brasil “atrazado”. Os partidos políticos, na Democracia Direta Digital (veja meu livro Por que estamos indignados? Saraiva: 2013), também serão um atraso. Perderão força. Porque os políticos não podem ser profissionais (uma das teses centrais do livro). Não podem deixar suas profissões. A profissionalização da política é fonte de outra raiz do atraso do Brasil: corrupção (que faz parte do parasitismo). Fonte: Dr. Luiz Flávio Gomes (Atualidades do Direito)
Posted on: Mon, 07 Oct 2013 20:12:24 +0000
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