Do mural da Ana Paula Freire Artaxo Cara, eu não sei qual das duas categorias, neste caso, está mais moribunda. Obviamente, não estou falando dos Bonners e Poetas da vida, nem dos médicos do Sírio. Por falar em Sírio, meu médico mastologista/oncologista, que é do Sírio - alô, patrulheiros, eu disse que meu médico é do Sírio Libanês - me deu o seguinte depoimento: "Ana, essa gritaria toda pelo Revalida é, no mínimo, uma incoerência. Todos os dias, vemos e julgamos casos de colegas (ele é do CRM) por imperícia, erro mesmo, inclusive colegas formados na USP, alguns com doutorado, e a categoria não se indigna, não se organiza para protestar, pedir mudanças, pedir um "Revalida" para os formados aqui [Brasil]. Se a gente fosse contar só as denúncias que chegam a nós, a população ficaria assustada. E menos ainda para pedir infraestrutura para os lugares mais carentes. Não estou dizendo que não se deve exigir o Revalida, estou dizendo que pedir esse "teste" apenas aos estrangeiros é um olhar mascarado que a nossa categoria tem sobre ela própria. A grande verdade é que nós, que optamos pelas grandes cidades, que temos nossos consultórios, que somos do corpo médico do Sírio, não temos nem tempo para protestar. Faço 3,4 cirurgias por dia, correndo de um hospital pro outro. Me dedico muito ao que escolhi. Mas não sou insensível, e, como cirurgião e oncologista, doutor e pós-doutor em Boston, e com centenas de trabalhos e congressos, posso te garantir que é possível SIM [ele deu ênfase, batendo na mesa] salvar vidas em condições adversas. Dependendo da enfermidade e do procedimento, é até desejável ter médicos onde não há estrutura e equipamentos. Infelizmente, meus colegas estão mais preocupados em tornar essa questão uma questão político-ideológica, em vez de ao menos agora olhar por essas pessoas que estão sem atendimento. É o ideal trazer estrangeiros? Não. É paliativo? Sim. Mas é uma medida de ocupação de lugares que eu não quero ir, que meus sobrinhos e primos não querem ir. Nada mais. E a luta não deve se esgotar aí" D.C., médico oncologista Bom, eu não tinha (não tenho) autorização dele para nominá-lo, por isso, apenas reproduzo. Achei o depoimento sensato e coerente. Quanto aos jornalistas mal-intencionados, ah, no comments.
Posted on: Tue, 09 Jul 2013 22:25:42 +0000
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