E é por isso que o Galo de Cuca, o Galo da Libertadores de 2013, - TopicsExpress



          

E é por isso que o Galo de Cuca, o Galo da Libertadores de 2013, reveste-se desse caráter MÍTICO. Ele retoma todas as maldições do Galo e reverte-as uma por uma, de forma metódica, como se fosse um script pré-programado. Cuca era o técnico que armava grandes equipes e sempre perdia no final. A Libertadores era a competição em que o melhor time da primeira fase – como foi o Galo este ano – sofria o mal de Vélez e perdia nas oitavas. E eis que quando o Galo perdeu o seu treino de luxo com o São Paulo na primeira fase, e permitiu à equipe do Morumbi chegar ao mata-mata, a aposta era quase unânime que o Galo perderia. E foi o passeio de 6 x 2 que se viu. Victor era o goleiro que não pegava pênaltis, e ele classificou o Galo para as semifinais defendendo um pênalti aos 48 dos segundo contra o Tijuana. E, como se não fosse suficiente, ele classificou o Galo para a final defendendo o último pênalti da série do Newell’s. Um 2 x 0 no jogo de ida era o placar que quase nunca era revertido e o Galo ousou revertê-lo no Horto. O Galo era o time que jamais ganhava nada por pênaltis, desde a maldição do 5 de março, e até isso foi revertido nas semifinais. Victor era o cara que sempre sofria gols de argentinos. E ele fechou a meta ante os argentinos do Newell’s. O encontro de Cuca com o Galo era a fórmula do fracasso bonito. O Galo era o time que sempre jogava bem e perdia no final. Cuca era o técnico que sempre armava lindos times e perdia no final. E eis que o Galo-Cuca mostra a maravilha do futebol, esse esporte demolidor de clichês. Sem dúvida, os três momentos em que todos os atleticanos da velha guarda sentiram que a maldição se instalava de novo foram: 1) o gol inicial do São Paulo no Morumbi, em que durante os 35 primeiros minutos o Tricolor nos massacrou de forma impiedosa, como se não fôssemos uma equipe infinitamente superior; 2) a marcação do pênalti a favor do Tijuana aos 47 do segundo tempo no Horto, em que vimos de novo ruir todo o sonho; 3) a queda da luz no Horto na semifinal ante o Newell’s, em que vimos que, depois de um bom primeiro tempo, havíamos sucumbido ante a marcação da equipe argentina e, durante 35 minutos, não criado absolutamente nada. Superamos todas eles. Aqui entra mais uma reversão do imponderável que só os atleticanos da velha guarda entenderão. Mais que qualquer outra equipe, o Galo tem a tradição de contratar seus ex-carrascos. Eles invariavelmente fracassam com o manto alvinegro. Chicão (carrasco de 1977), Nunes (1980), Zenon (1986), Renato Gaúcho (1987), Neto (1990) e muitos outros tiveram passagens lamentáveis pelo Galo. E foi o jogador mais cornetado pela torcida em 2013, o carrasco do Galo num Campeonato Mineiro vencido pelo Cruzeiro, o jogador que não jogou NADA pelo Galo na temporada, a contratação que daria sequência à longa fila de ex-carrascos que não jogam patavinas com a camisa do Atlético, Guilherme, que, substituindo o maior ídolo da torcida nos últimos anos, Tardelli, numa alteração absurda e METAFÍSICA feita por Cuca, que encaixa um tirambaço de fora da área e nos leva à decisão por pênaltis que nos consagraria como finalistas da Libertadores. É por isso, portanto, que todos os amantes do futebol devem torcer pelo Galo nesta final. O Galo é hoje a afirmação do imponderável, a derrubada de todos os clichês, o nome desse esporte que não tem igual.
Posted on: Sat, 13 Jul 2013 14:25:02 +0000

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