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ECOS DE UM DEBATE CENSURADO [2002, H. Puig]: A VERDADE SOBRE AS MORTES DE SACCO E VANZETTI (EM MEMÓRIA DESSES MÁRTIRES DA CAUSA OPERÁRIA) “I piu deboli che gridano aiuto, i perseguitati e le vittime. Loro sono i tuoi amici, amici tuoi e miei...” ( extrato da carta de Nicola Sacco para seu filho) 1.round. Subject: SACCO E VANZETTI FORAM VÍTIMAS DO IMPÉRIO FORDISTA Sent: Tuesday, March 05, 2002 2:44 PM A coluna opinião, deste jornal, publicou, no domingo à pag.12, o artigo de Olavo Carvalho (substituto temporário de Roberto Campos), intitulado "Origens do comunismo chique". Lá pelas tantas nas suas diatribes contra a CNBB e o plebiscito contra a dívida externa. Dá um escorregão histórico que pode ser atribuído até a uma falsa moral "utilitarista", que deve ser revista, pois fica parecendo que "a defesa dos valores democráticos" é uma mercadoria que se apropria quando lhe interessa. Ao emitir seu juízo afirmando a "culpabilidade" dos dois trabalhadores, imigrantes italianos, Nicolas Sacco e Bartolomeo Vanzetti mortos na cadeira elétrica no dia 22 de agosto de 1927, em uma farsa orquestrada para condenar os princípios libertários que orientavam a luta por melhores condições de vida, dentro da expansão da industria automobilística do império fordista. Nega o valor da Justiça ou desconhece que Cinqüenta anos depois, o governador do Estado de Massachussets, na presença dos familiares, proclamou publicamente o erro histórico e a inocência dos dois. Denuncia, como filósofo e jornalista a precariedade da educação universitária pois permite uma falta completa de compromisso ético com a verdade histórica. Além de parado no tempo com sua histeria anti-comunista da época da "guerra fria" que serviu apenas para alimentar o Estado Militar Industrial a serviço dos falcões da guerra, explorando e enganando trabalhadores, de ambos os lados. E o que ainda é no mínimo imperdoável, em um Brasil, com 80% da população vivendo abaixo da linha de pobreza pretender desqualificar as ainda insuficientes campanhas e medidas de fato "contra a miséria". Parece que o "espírito" de Willi Münzenberg, segundo ele um expert em "farsas duráveis" que trabalhou para Stalin, admirado por ele, ao qualificá-lo como um "gênio da propaganda", se apossou da sua mente e do seu corpo ao distorcer a história e o colocou ao serviço dos poderosos ao negar-se a contribuir para mudar o estado social através daquilo que ele chama de elevar o padrão moral da nação e a diminuição da pobreza. Resta sugerir que o esforço sincero de combate a pobreza venha acontecer o tempo inteiro e não apenas dentro dos marcos de um processo eleitoral. assinante da Zero Hora. 2.round Olavo se defende e publica em várias paginas de jornais sua resposta 3. round o assinante busca responder em Zero Hora e é censurado. eis o teor da tentativa de publicação resumida na coluna do leitor. Para a coluna Palavra do leitor ([email protected]) Novo “escorregão” histórico aparece no artigo “A pretexto de Puigs”, Olavo de Carvalho (ZH de 24 de setembro), quando exatamente aos 80 anos da prisão (abril de 1920), esse novo arauto da verdade “utilitarista” afirmava que novos documentos encontrados lacrados numa gaveta da KGB esclareciam o fato. E aponta, como testemunho “insuspeito”, a Francis Russel, que teria vasculhado essa documentação e exposto suas conclusões num livro editado em 1986. A tese desse autor não tem nada de novo, pois já em “Tragedy in Dedham” (1962), encontrou-se esta conclusão, derrubada posteriormente pela sentença Judicial. Além de agredir nossa inteligência, ao apontar como testemunho “insuspeito” os documentos da KGB, que foi criada, somente em 1954, revelou uma secreta admiração através de supostos foros de verdade, atribuídos aos documentos da polícia secreta de um regime que tinha posições ideológicas antagônicas à dos imigrantes italianos, que lutavam por melhores condições de vida dentro da expansão do império fordista. Dando sequência aos seus escorregões, defende o “complexo militar-industrial” e os “falcões da guerra” acusando os pacifistas dos anos 60 de não pactuarem com os horrores da guerra, levando a potência militar mais colossal da face da terra, pesadamente armada, a perderem uma guerra, para o Vietnã, justamente pela “moderna” tecnologia de bambus e zarabatanas. O que causa amplo espanto é esse fetichismo cosmético, construído sobre uma pretensa admiração às Instituições. Justamente num momento em que as mesmas se manifestam em um sentido social mais amplo, transformando-se em ódio, como se fossem mercadorias que podem ser utilizadas sempre quando mais conveniente. A pesquisa completa em resposta ao articulista Olavo de Carvalho de ZH MIOPIA DOS NOVOS ARAUTOS “I piu deboli che gridano aiuto, i perseguitati e le vittime. Loro sono i tuoi amici, amici tuoi e miei...” ( extrato da carta de Nicola Sacco para seu filho) O novo artigo “A pretexto de Puigs”, Olavo de Carvalho (ZH de 24 de setembro), insiste em faltar novamente com a verdade histórica: nos faz pensar também nas “responsabilidades” dos intelectuais, ligados ao Poder, pelo endividamento externo do Brasil; nos leva a apontar os “equívocos” do autor, a título de contribuição, alertando para a importância, em nível do conhecimento histórico-filosófico, dando uma maior atenção ao significado das diferenças e particularidades ideológicas; e nos obriga a questionar sobre a fetichização dos valores das instituições e transformá-los em “mercadorias” usadas ao sabor de outros interesses. Afora dar seguimento a uma polêmica iniciada em razão de outro artigo, “ Origens do Comunismo Chique” (ZH, 10 de setembro), quando, através de ZH, (coluna do leitor, 15 de setembro) denunciei: a) que negava o valor da Justiça ou desconhecia que 50 anos depois, o governador do Estado de Massachusetts, Michael Dukakis, na presença de familiares, proclamava publicamente o erro e a inocência de ambos. O sr. Olavo afirma, “nas suas diatribes contra a CNBB e o plebiscito da divida externa”, a culpabilidade dos trabalhadores e imigrantes italianos Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti, mortos na cadeira elétrica em 1927, em uma farsa jurídica para condenar os princípios que orientavam a luta por melhores condições de vida dentro da expansão do sistema fordista; b) apontei a precariedade da sua educação universitária ao faltar com a verdade histórica; c) mostrei que tal atitude de insistir na sua histeria anticomunista, além de estar parada no tempo, só vem prestando para alimentar o Estado militar industrial, a serviço dos falcões da guerra, explorando os trabalhadores de ambos os lados. O novo “escorregão” histórico aparece no artigo, quando reconhece que sabia da proclamação da inocência de ambos pelo governador de Massachusetts, mas “julga desnecessário mencioná-lo...”, ainda inconformado 23 anos depois, quando diz que não idolatra a Justiça a “... ponto de imaginar que uma sentença judicial de 1977 tivesse o poder miraculoso de impugnar, por antecipação, as descobertas históricas posteriores...”. Então, exatamente aos 80 anos da prisão (abril de 1920), esse novo arauto da verdade “utilitarista” afirmava que novos documentos encontrados lacrados numa gaveta da KGB esclareciam o fato. E aponta, como testemunho “insuspeito”, a Francis Russel, que teria vasculhado essa documentação e exposto suas conclusões num livro editado em 1986. A tese desse autor não tem nada de novo, pois já em “Tragedy in Dedham” (1962), encontrou-se esta conclusão, derrubada posteriormente pela sentença Judicial. Além de agredir nossa inteligência, ao apontar como testemunho “insuspeito” os documentos da KGB, que foi criada, somente em 1954, revelou uma secreta admiração através de supostos foros de verdade, atribuídos aos documentos da polícia secreta de um regime que tinha posições ideológicas antagônicas à dos imigrantes italianos, que lutavam por melhores condições de vida dentro da expansão do império fordista. Dando sequência aos seus escorregões, defende o “complexo militar-industrial” e os “falcões da guerra” acusando os pacifistas dos anos 60 de não pactuarem com os horrores da guerra, levando a potência militar mais colossal da face da terra, pesadamente armada, a perderem uma guerra, para o Vietnã, justamente pela “moderna” tecnologia de bambus e zarabatanas. O que causa amplo espanto é esse fetichismo cosmético, construído sobre uma pretensa admiração às instituições. Justamente num momento em que as mesmas se manifestam em um sentido social mais amplo, transformando-se em ódio, como se fossem mercadorias que podem ser utilizadas sempre quando mais conveniente. ex assinante de zh Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx Nicola Sacco (1891-1927), operário sapateiro, e Bartolomeu Vanzetti (1888-1927), peixeiro, nasceram na Itália. Tal como muitos outros trabalhadores italianos, emigraram para os Estados Unidos em 1908. No novo país logo se envolveram com os círculos anarquistas, colaborando com o grupo Cronaca Sovversiva de Luigi Galleani, participando também do Circolo di Studi Sociali, de grupos de teatro social e de lutas operárias. Em 1917, engajaram-se nas atividades antimilitaristas desencadeadas pelos grupos anarquistas dos EUA, tendo de se exilar no México para não participarem da Primeira Guerra Mundial. Naquele país colaboraram também com grupos anarquistas. Presos em 1920, em plena época de agitação revolucionária, quando preparavam uma manifestação de protesto contra a prisão e morte dos anarquistas Roberto Elia e Andrea Salsedo, foram envolvidos numa trama, no sentido de os responsabilizar pela morte do pagador da fábrica "Slater & Moril". O Estado americano, que vinha já há vários anos desencadeando ações de repressão e provocação contra os sindicatos da IWW e os militantes anarquistas, procurava assim atingir o grupo de emigrantes italianos ligados à Cronoca Sovversiva, um dos mais ativos círculos libertários dos EUA. A farsa jurídica que durou sete anos, gerou a indignação mundial e um amplo movimento de solidariedade sem paralelo na história social contemporânea. Mas, num ambiente de caça às bruxas, nada abalou a justiça norte-americana, e os trabalhadores anarquistas foram executados a 22 de agosto de 1927. Cinqüenta anos depois, o próprio governo americano confirmou a inocência dos dois anarquistas. Um OUTRO estudo sobre esses anarquistas italianos é o livro do pesquisador Paul Avrich, Sacco and Vanzetti: The Anarchist Backgroung, Princeton University Press, 1991.
Posted on: Fri, 23 Aug 2013 21:58:09 +0000

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