ESPERA Qualquer dos menores e mais diversos sons Barulhos indefinidos chegando aos meus ouvidos Lançam minha atenção ao toque do telefone Espero por aquela ligação que não vem Meus ouvidos secam, enganam à si próprios Na esperança de uma chamada que Ao menos me traga uma parcela da sua voz Dizendo-me o que quer que seja Mas que ao menos adentre meus tímpanos E me faça ter um pouco de esperança outra vez, Não me faça ser enganado por meus sentidos novamente. Não passa de uma espera por algo que não sei Se vai chegar, se não vai se transfigurar Em mais um dos meus grandes enganos, Em Banho Maria de longa data, espero, Posto de molho até estar seco e fedendo à queimadura Consumido por esse tempo que parece avançar lentamente, Espero; e de nada ajuda essa espera Nada de bom pode surgir daí À não ser a falta clara de um amor quebrado Posto de lado por um dos contribuintes Para tamanho sofrimento decorrente de tamanha distancia Esperando e admitindo pra si mesmo a indiferença Dominando, sabendo que nada mais é que uma mentira Inventada pra auto consolação Esta que não vem por completo, Sequer em quaisquer das menores partes De quando corro ao telefone Pensando ser o toque que me trará um pouco das suas palavras Aquelas que não escuto há muito tempo E essa espera me faz enganar à mim mesmo E essa espera me faz sair do meu lugar comum Lugar este que é lugar nenhum; Mais um barulho me surpreende E estou lá pendurado Admitindo que é uma espera inútil Mas ainda assim esperando, Ainda assim esperando
Posted on: Tue, 01 Oct 2013 21:02:41 +0000
Trending Topics
Recently Viewed Topics
© 2015