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ESTE É O TIPO DE TEXTO QUE DEVE SER INGERIDO LENTAMENTE PARA SER ENTENDIDO NA SUA PRIMAZIA. O Sentido da Vida Romano, 08/Dez/88 A vida é um espantoso espetáculo. A vida revela surpresas ao homem, baseadas no seu aprendizado anterior. A vida mostra com maestria, com forma multifacetada a potencialidade do bem ou avantajado do mal, a loucura da indiferença e o desespero da obsessão. A vida transporta ao homem as faces mais dignas do sentimento puro e elevado; através do sofrimento da vida o homem sublima as paixões, eterniza o amor e reflete Deus dentro de si. Percorrendo um longo caminho reencarnatório, vivenciando a magistralidade da natureza infinita dentro de si, o homem descobre ou toma consciência do seu funcionamento interior. A vida é um lance maior, é o enfeite supremo do coração do bem dentro de nós, esta vale apenas ser vivida. Ela pode ser repousante como o lânguido entardecer do verão nosso. Ela pode ser grandiosa como uma tormenta ventosa que invade os nossos pulmões, nos deixa tonto pela força do vento em gritaria. A vida pode ser extensa, distante e gigante, conforme for à compreensão do ser que a vive. A vida é um belo espetáculo que se descortina todos os dias através das venezianas dos nossos olhos e nos deixa atônitos, perdidos e tontos. Eu quero corromper o meu corpo lhe dando vida, lhe dando novas emoções. Eu quero encetar o sentido da minha vida com novas experiências, peripécias e vivências, eu quero tornar-me um outro homem, eu preciso com ardência e urgência, descobrir que a vida pode ser um gigante pequeno, uma extensão rasa, uma profundidade larga. Eu queria entender, meu Senhor, porque a vida faz tanta volta e nos deixa em pé no mesmo lugar? Por que será que o homem sofre da destinação Senhor, da teimosia, da incongruência das ações? Por que será que há miserabilidade no ato, no fato pequeno que mata mais, por que sem o ar Senhor a vida se torna difícil, árdua, violenta e volumosa? Neste alimento que é a vida, há milhares de pessoas a quem falta tempero. O tempero encontra-se na experiência, e o condimento maior é o amor. Mas, o deveras impressionante é sentir e saber que há encarnações atrás viemos repetindo o mesmo ato através dos séculos, e ele parece que marca com um clichê silencioso o nosso coração, e passamos a repetir com o tempo a mesma inclinação. Mas Senhor eu queria descobrir por que é que havia tanto enigma, tanta paixão, tanta luz e tanta solidão? Porque tudo foi delicioso, foi gentil, foi amoroso, mas foi profundo Senhor, tão profundo que me trouxe a esta vida, repetindo a mesma coisa, explicar o mesmo ato, o mesmo volume de forças, não é em todas as vidas que se encontra um ser, um ser que nos completa, que nos faz brilhar, que nos deixa maiores, que nos faz entender tudo, mas muitas vezes a força que imprimimos para despertá-lo à vida é cenáculo da nova experiência, parece que dá nova dor. Por que será que esta humanidade continua neste atraso infindável, tendo a dor como regulador da evolução? Por que será, que não se tem a suavidade do dia calmo Senhor? Por que se tem que ter uma guerra para que haja evolução da história? Qual a necessidade que há da brutalidade, do desamor, do vício, da palavra maldizente, da boca gelada, do veneno quente? É isto que fez o homem evoluir? Eu não sei não Senhor. Mas no repetir-se das vidas, no abrir-se resoluto do laço encarnatório, da consciência fantástica do que está aqui, agora, e do que virá depois, o homem extrapola a si próprio jogando a sua experiência para cima e, sem espanto e sem medo, desafia o tempo, a parcialidade das coisas e, sem parcimônia ou vergonha, ele investe a sua personalidade sobre o resto da humanidade e galopa sobre todos com um corcel fogoso e muitas vezes se descobre só. Dor doída, dor malfeita, dor maldizida, e é muitas vezes na expectativa duma nova vida é que se chora no silêncio, é que se vibra, que se descobre e que se revive o lamento, mas o homem esperto, o homem vivo, o homem conhecedor, este reserva a força para propulsionar o seu próprio corpo através do fator amor, ele impulsiona a vida para a nova vida. Mas o grande espetáculo se passa no meandro do coração, se passa no desespero da alma, do brilhantismo das mãos, isto leva o homem a entender com rapidez, acima de tudo quando amar é democrático, quando o amor é capaz de cerrar barreiras, destruir muros altos e expandir o seu próprio corpo, invadindo muitas vezes o coração dos outros. Vida, qual o sentido que tens? Quando tudo que se tem, nada mais é muitas vezes do que ninguém? Mas quando a gente encontra um credo, um sonho fagueiro, uma luz, parece que nosso corpo se desmembra de si próprio e tenta alçar vôo ao infinito de Deus. E quando a ternura invade o nosso ser e nos condiciona o amor maior e a vida parece melhor, este é o Sentido da Vida. É passando através de nós que Deus manifesta a magistralidade de Sua benção. As encarnações são degraus multicoloridos de uma estrada alta, muito alta, ela forma o espetáculo dentro de si mesmo, e é observando a transcorrência de toda uma vida encarnatória é que se atinge o momento de glória, de entender pela razão e de vibrar pelo sentimento. Para os que querem aprender, para os que desejem ardentemente viver, é colocar todo o seu passado num jogo de cartas, cada carta uma senda encarnatória, cada naipe um coração, um sentimento. E esta é uma razão porque devemos viver. Mas quando eu lembro daquele país distante, europeu e amante, é que eu sinto evolar do meu peito, não orgulho, mas uma simpatia pelo muito jeito que existia entre todos. Havia um atraso na mente, havia um sentido agudo, mas também havia um espetáculo maravilhoso todas as manhãs em que debruçado sobre almofadas imortais estendiam-se os corpos, desnudos corpos como se fossem animais e, foi olhando a beleza da tez escurecida, os cabelos violentamente revoltos, os olhos verdes gateados e infanemente lindos é que eu me lembro da alma, mas também os cachos dourados meu Deus, que brilhavam ao sol como trigais ansiosos pelo vento. Era uma pele alva, leitosa e inocente e tudo aquilo morria dentro da gente, num soluço que convidava o amor recolhido à felicidade dum tempo nunca vivido, e eu estreitava nos braços aquela criança cheirosa, aquele perfume pequeno e aquele leito com almofadas feito nuvens. Eu enterrava meu rosto para viver mais um instante de amor e do gosto, as águas do nosso querido Tibre eram maravilhosas, pardacentas, muitas vezes sorrateiras, azuis e barulhentas, mas quando este rio se enroupava do amarelo dos trigais, observávamos do alto do campo ele maravilhoso e verde, serpenteando a terra seca, se esfarelando no meio das árvores e os nossos pés seguros ao chão, e eu erguido como uma haste estava sempre a te ver meu rio e o tempo foi passando e cada vez mais a profundidade daquilo que sentíamos nos fazia descrever dentro do peito uma poesia magnífica. Era na força dos braços meu Deus, que nos sentíamos seguros, alentados para a vida, para descobrir Senhor que naquele repasse do sentimento estava a chave da vida, uma chave do lamento. Mas eu queria Senhor que os meus olhos conhecessem a Verdade Cósmica sempre estudando, sempre me inteirando da verdade, achando que a solução do mundo seria conhecer, mas que não haveria regra jamais em querer viver. E tu, que espantava todos pela fluidez dos teus atos, pela pertinência soberana da vontade, pela insistência muitas vezes imprudente e esquecia que no relógio universal de Deus os ponteiros apontam para o sentimento e para a razão. E o homem jamais poderia ser o relógio como ponteiro dos sentimentos, ele tinha que ter o norte da razão, que é o conhecimento, e perdestes o aprendizado e o pagamento futuro foi duro e tributivo, e durante muitas e muitas vidas viestes rolando, descendo até mesmo às injustiças fatais e nunca te dando conta ou aprendendo aquilo que tu negou sempre ou jamais. Hoje aqui estás, ser despertado te inflama valente, treme a tua vida na gente, recoloca a intrepidez da tua alma e descobre o magnífico segredo da vida, fluidifica tua existência com amor, não estaciona, não pare e pense. Porque Ele é o volume de todas as horas, Ele pode ser a esperança aonde todos se considerem perdidos, e Ele pode ser a razão de jamais conheceres o não, mas recheia a tua alma com condimentos estranhos, coloca frutos orientais na porta do doce mais doce do teu peito, descobre essências desconhecidas e toma banho destes conhecimentos todos, cursa aritmética da vida, dimensões cósmicas, voeja no poder filosófico, te espanta com o caminhar da lesma, te torna inocente brincando com a roda, flerta com as estrelas cadentes, conversa com disco voadores ansiosos, toma banho na alma dos que sofrem, educa os que pedem, pesca no oceano dos fracos, acolhe no hospital do teu cérebro os estropiados de conhecimento. Se não houver o amor esta tua máquina interior não terá locomoção, mas ela deve estar apta para com tudo, isto é, um símbolo da vida, e é nesta encarnação que está a chave de tudo e esta tu deves aproveitar até o último instante, cada palavra é uma lição. Mas é eu que venho em cargos altos sempre envolvido com religião e saber, não é na altura do cargo que está a felicidade, às vezes um criado, um servo, um lacaio, consegue vibrar mais com o espetáculo do cosmo interior do que o filósofo. É completamente o contrário, eu também fui vaidoso, egoísta, mau e pretensioso, tinha o espírito altaneiro e envergonhado do simples, fingindo muitas vezes distribuir o saber por puro prazer de ser grande, jogava com cérebros, com entendimentos e com experiências, usando sempre tudo o que tinha e a minha escalada foi grande em todos eles, mas a descida foi maior, tão maior que ela hoje se parece com uma pena a ser paga, descobrindo minuto a minuto de que nada mais fui do que uma desesperança louca naquilo que não era meu. E o homem falece exatamente no momento em que não se identifica com a vida, mas se identifica com ele mesmo. O homem fenece e se destrói quando coloca os seus desejos egoísticos acima do potenciado do seu próprio coração. Este é o mecanismo da encarnação, a máquina abismal ela funciona mesmo, e o respeito que tem que se ter e o cuidado que se deve possuir, por esse instrumento que somos, deve ser magnífico, por isto que a inteligência cega o ser, ela transforma e transporta o homem, é o meio junto com o conhecimento. E o abrir-se do homem ao outro é o início, o meio e o fim. Meu filho o homem vaidoso é um dos grandes espetáculos deploráveis, o homem mau é um desesperado que não soube acomodar-se em si próprio. O homem falso é aquele que se desculpa dizendo que Deus não existe; o homem humilde é aquele que não conhece Deus, mas caminha no seu rastro; o homem inteligente é aquele que seguiu as pegadas de Deus, percebeu o seu perfume e correu atrás; mas o homem amante é aquele que saiu nas pegadas de Deus, sentiu seu perfume, correu atrás e se engarupou em seus ombros largos. Mas o homem derrotado, meu filho, é um belo palácio demolido, é uma estrada imensa, é uma reta muito longa, e por isso mesmo nervosa. O homem que mente, ele não conhece a essência e a verdade das coisas, o homem que foge é o que não respeita a si.
Posted on: Wed, 07 Aug 2013 20:06:14 +0000

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