EU NÃO APOIO O GOVERNO CABRAL E MUITO MENOS A TRUCULÊNCIA - TopicsExpress



          

EU NÃO APOIO O GOVERNO CABRAL E MUITO MENOS A TRUCULÊNCIA POLICIAL, MAS NÃO SOU NENHUM IDIOTA PARA APLAUDIR GRUPELHOS EXTREMISTAS COMO O MEPR - MOVIMENTO ESTUDANTIL POPULAR REVOLUCIONÁRIO, QUE NÃO SOMENTE PROMOVEM BADERNAS E IDOLATRAM O STALINISMO, COMO TAMBÉM APOIAM O SANGRENTO GRUPO TERRORISTA PERUANO SENDERO LUMINOSO. Isto É Nº1773 - 24 DE SETEMBRO DE 2003 SENDERO TENEBROSO Que o Sendero Luminoso - nome de guerra do Partido Comunista do Peru - era a mais insólita das organizações guerrilheiras da América Latina, já se sabia. Quando começou a agir, há 23 anos, o grupo se caracterizava por um messianismo extremista, que perseguia líderes esquerdistas que não rezavam o seu catecismo com mais fúria do que a dedicada aos agentes do Estado. Afinal, o modelo do Sendero era Mao Tsé-tung e sua Revolução Cultural (1966-1976), que pretendia extirpar a ferro e fogo todos os vícios e costumes da "sociedade capitalista" ainda presentes na China comunista. Mas a sandice senderista conseguiu até inverter uma macabra equação latino-americana: segundo o relatório da Comissão de Verdade e Reconciliação (CVR) do Peru, divulgado este mês, o conflito armado entre grupos insurrecionais e o Estado, entre 1980 e 2000, provocou 69 mil mortes. Mais da metade, 59%, pereceu nas mãos do Sendero; apenas a minoria restante foi vítima das forças de segurança. Mais de 70% dos mortos eram indígenas e mestiços, a imensa maioria da população peruana excluída, que os senderistas pretendiam redimir. Por essas e por outras o grupo era conhecido como o "Khmer latino", referência ao regime genocida do Khmer Vermelho, cujo projeto milenarista de transformar o Camboja numa sociedade camponesa e igualitária foi responsável pela morte de um terço da população, entre 1975 e 1979. Aliás, não por acaso a campanha terrorista do Sendero teve início em plena redemocratização do Peru, em maio de 1980, depois de 12 anos de regime militar, com ataques a postos de votação em vilarejos. Os senderistas também enforcavam cachorros em postes para advertir os "cães contra-revolucionários". Em sua ação no meio rural, o Sendero promovia julgamentos sumários de policiais e fazendeiros. Mas os guardiães puritanos do novo homem também julgavam "maus cidadãos, maus maridos, más esposas, parasitas sociais, degenerados, putas, bichas, (...) detritos putrefatos que o regime capitalista feudal (...) fomentava para adormecer o espírito combativo das massas" (Mario Vargas Llosa, Lituma nos Andes). As vítimas eram executadas de maneira violenta, e seus restos ficavam expostos para servir de "exemplo". A organização foi praticamente desmantelada em 1992 com a prisão de seu Estado-Maior, entre eles o líder máximo, Abimael Guzmán, conhecido como "Camarada Gonzalo", um ex-professor de filosofia da Universidade de Huamanga, em Ayacucho. O homem que se intitulava a "Quarta Espada da Revolução" (depois de Marx, Lênin e Mao) hoje lidera, da prisão, a facção que busca uma saída política negociada, em troca de anistia. A outra facção, Prosseguir a Guerra Popular, com 300 militantes, quer continuar a luta, mas é mais pragmática, evita a violência contra os camponeses e foi a responsável pelo sequestro dos 70 funcionários da Techint. Autor: Cláudio Camargo
Posted on: Sat, 05 Oct 2013 08:19:10 +0000

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