Eleições mostram que os EUA se movem. Várias notícias indicam que o gigante imperial (que já não é tão gigante), sacode-se porque o povo acorda. Não tem a magnitude do despertar brasileiro de junho, mas é muito alentador. Trotsky, que foi dos grandes quem mais pôde seguir a situação dos EUA, dizia que esse país era quem mais concentrava todas as contradições do mundo. Agora, com uma crise da magnitude dos 30, é bom recordá-lo. A primeira noticia muito alentadora é que a candidata do Socialist Alternative a vereadora no Seatle, uma das cidades mais avançadas do ponto de vista da produção no país do norte (que alberga entre outras ao Boeing, Amazon, Microsoft), pode ser a primeira vereadora socialista revolucionaria. Socialist Alternative é uma organização vinculada à organização internacional trotskista CIO (Comitê por uma Internacional Operária, e Kashama Sawant está brigando voto a voto em uma eleição que existe o voto por correio que demora o escrutínio. Outro candidato do Socialist Alternative nas municipais do Mineápolis, KY Moore, está também tendo um importante resultado. Estes êxitos estão ligados à trajetória destes candidatos. Moore é membro do “Occupy Minneapolis” movimento pela moratória das execuções hipotecárias e a proibição da polícia aos despejos. Segundo explica o periódico “Socialist Workers”, do International Socialist Organization, a campanha do Sawant está associada à luta por um salário minimo de 15 dólares pela hora. A repercussão foi tal que o prefeito da cidade disse em uma reportagem que assinaria um salário de 15 dólares. Parece que Ocuppy Wal Street não morreu. Estes resultados não são feitos isolados mas sim aparecem como os pontos mais avançados de um processo mais global de descontentamento com a situação social dos trabalhadores e o povo. O esmagador triunfo do candidato democrata em New York, que termino com 20 anos de governos republicanos, foi conseguido com uma campanha clasista contra os ricos, entre outras coisas propos as guardaria grátis com um imposto a Wall Street. Existe uma reação clasista contra os ricos e poderosos donos dos EUA. Pareceria que a relativa melhora da economia obtida graças a precarización dos trabalhadores e o corte de serviços atua como um incentivo. Ajuda a que se perca o temor à perda do trabalho e faz que os trabalhadores queiram ter seus benefícios da recuperação. O povo do EUA está mudando, o velho bipartidismo abre fissuras (a direita e esquerda) e aparece um novo horizonte futuro e nele a possibilidade de que surja uma alternativa política independente destes partidos das classes dominantes. Não é pouca coisa.
Posted on: Fri, 15 Nov 2013 23:27:29 +0000
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