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Em VEJA desta semana Corrupção em São Paulo: PF mostra a trilha do dinheiro TRILHA DO DINHEIRO Documentos da Polícia Federal revelam enriquecimento inexplicável de suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção no governo de São Paulo. Alana Rizzo Nunca saiu da fase genérica a acusação de formação de cariei de companhias estrangeiras fornecedoras de equipamentos para governos de São Paulo comandados desde 1995 pelo PSDB. Sabe-se que houve combinação de preços entre as empresas de modo a encarecer a conta para os cofres do estado. Tanto assim que na qualidade de pane prejudicada, o Estado de São Paulo analisa processar uma das empresas a Siemens, cuja filial brasileira se autoincriminou por pressão da matriz, na Alemanha. Mas até a semana passada, faltava ao caso um elemento crucial: para que a cartelização funcionasse, muito provavelmente teria sido necessária a colaboração de altos funcionários do governo. O corolário disso é que tendo havido colaboração, os suspeitos deveriam ter tido algum benefício financeiro — e isso seria relativamente simples de comprovar. Uma investigação da Polícia Federal sobre a atuação da multinacional francesa Alstom, uma das parceiras da Siemens no arranjo, descobriu evidências, mesmo que indiretas, do pagamento de propina a servidores. Isso coloca o caso em um estágio superior ao que estava antes. Os relatórios de inteligência e laudos da evolução patrimonial de funcionários do governo paulista aos quais VEJA teve acesso revelaram que ao menos quinze investigados, que ocuparam cargos nas áreas de transporte e energia, tiveram movimentações financeiras incompatíveis com seus rendimentos. Outros cinco, que não eram servidores, também apresentaram resultados considerados suspeitos pela Polícia Federal. Onze deles já foram indiciados. Os peritos que investigam as suspeitas de pagamento de propina pela Alstom analisaram mais de 352000 lançamentos de instituições financeiras entre 1998 e 2009. O objetivo era rastrear a trilha do dinheiro. Isso foi feito com algum sucesso — mas não com a cabal comprovação de que a propina saiu dos cofres da multinacional francesa para os bolsos ou contas bancárias dos suspeitos. Na semana passada, foi revelado que João Roberto Zaniboni, ex-diretor de operações da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), recebeu 836000 dólares em uma conta em um banco suíço. Zaniboni esteve em todos os governos tucanos de São Paulo, de Mário Covas a José Serra, passando por Alckmin. A pedido do Ministério Público, a PF procura ainda o elo entre as duas pontas de eventos paralelos. Se e quando vier, o mistério poderá ser dado como resolvido. A PF descobriu que entre 2004 e 2007 Jorge Fagali Neto, ex-secretário de Transportes Metropolitanos e irmão de um ex-presidente do Metrô, teve aumento patrimonial incompatível com seus ganhos. Fagali Neto foi indiciado sob a acusação de corrupção passiva, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. O ex-secretário nega as acusações e refuta a qualidade da análise e a conclusão da investigação da PF. Os documentos mostram movimentações financeiras suspeitas de Eduardo José Bemini presidente da Eletropaulo entre 1996 e 1998, e de Henrique Fingermann, ex-presidente da Empresa Paulista de Transmissão de Energia Elétrica. A PF registrou o aumento de 2,4 milhões de reais para 30,5 milhões de reais no saldo médio da conta bancária de Bernini de 2007 para 2008, período em que atuou como conselheiro da AES Eletropaulo e da AES Tietê. Eles poderiam ter tido outras fontes de renda legais? Teoricamente, sim. Mas os policiais afirmam que no período investigado nenhum dos suspeitos declarou à Receita Federal qualquer ganho extra. Bernini e Fingermann sempre negaram o envolvimento no esquema de pagamento de propina pelo grupo Alstom a agentes públicos. A testemunha mais valiosa do caso é, sem dúvida, o lobista Romeu Pinto Junior, que já prestou um depoimento à polícia. Em 2007, a PF descobriu que a soma que passou por sua conta foi 400% maior que os seus rendimentos. Pinto Junior contou que foi procurador de uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas que pertencia a Philippe Jaffre, então diretor financeiro da Alstom na França. O lobista revelou que por orientação de Jaffre, colocava altas quantias em envelopes e os fazia chegar a determinadas pessoas. Que pessoas? Ele não se lembra. Se Pinto Junior recobrar a memória e contar quem foram os destinatários dos envelopes enviados pelo generoso monsieur Jaffre, o enigma acabará e começará um problemão para os tucanos de São Paulo. veja.abril.br/noticia/brasil/corrupcao-em-sao-paulo-pf-mostra-a-trilha-do-dinheiro
Posted on: Sun, 20 Oct 2013 11:54:59 +0000

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